quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Sobre Série: The OA - Introdução

The OA





       Como disse, quarta-feira será o dia de comentar alguma série. E se for o caso destrinchar. Quando a série for mais “tranquila” o comentário dá para se concentrar em um único texto. Quando não for... bom é o caso dessa que vou comentar.

            
  Novamente a Netflix inova com uma série ousada e diferente do que estamos acostumados. Chovi no molhado dizendo que os produtores de filmes estão destruindo a criatividade das grandes produções em detrimento do certo e mercadologicamente vendável. E isso é um ponto muito negativo para eles a nossa sorte é que os filmes independentes estão ganhando território. E só se deixa levar por essa estratégia quem não liga de verdade para cinema de qualidade, e quer algo fácil para digerir ou quem é muito fã de uma franquia por ser adaptação de algum produto cultural relevante. No mais, o mesmo cansa. Principalmente quem tem horas sentado numa poltrona de cinema ou de casa.

       “The OA” é algo surreal. Diferente mesmo. Ao mesmo tempo é sutil, esotérico e gostoso de assistir. Tão diferente que já dividiu os brasileiros no grupo que gostou muito e no grupo que não gostou. Entre os críticos o mesmo fundamentalismo. Porém, ainda acho, e é quase uma intuição, que essa série não foi bem compreendida pela maioria. Ela possui inúmeras referências que eu sequer entendo direito. E como sabemos, nosso sistema de educação não é o melhor a nos dar um arcabouço cultural para entender de forma mais ampla e holística o que nos é apresentado. Muita gente assiste à novelas globais ainda achando alguns autores muito criativos sem perceber que eles apenas “chupam” as ideias de clássicos de nossa literatura ou ainda, descaradamente, alguns copiam as ideias dos gringos. Eles partem do princípio que não sabemos muita coisa. 

      
Indiferente ao nosso problema cultural, hoje, a internet proporciona uma janela para o conhecimento que antes não tínhamos acesso. Pode até ser um conhecimento superficial, mas já é algo que baste para mudar um pouco a mentalidade dos consumidores. Muitos já migraram para as séries estrangeiras deixando novelas tupiniquins de lado. Enquanto umas emissoras retraem-se e vão, com uma garantia de adesão, ao texto bíblico, outras até tentam inovar e são esmagadas pela opinião pudica dos cidadãos de bem.

       “The OA” subverte um pouco o formato de séries que conhecemos. Em primeira instância está a narrativa, e depois a verossimilhança da história ou até mesmo a verdade. O processo de se contar uma história, o narrar, nunca foi tão central de uma história quanto nesta nos últimos anos.

      
Só o fato da introdução, o que precede o início da série com os créditos, ser de longos mais de 50 minutos já dá outro tom e chama atenção. Tanto que o primeiro episódio vai ultrapassar o tempo padrão médio. Afinal é um produto da Netflix e quem conhece o serviço sabe que não há comerciais nem a necessidade de pausas-ganchos para nos segurar na hora do intervalo. E, também, entre os episódios há uma fluidez maior, pois temos o recurso de apenas aguardar o próximo em segundos regressivos sem preocupar em sequer levantar para mudar para o seguinte.

      
A série é criação de Brit Marling e Zal Batmanglij, sendo que a primeira também atua como personagem título, a “OA” e o segundo dirige. Ambos já fizeram outros filmes de igual potencial místico, e estou procurando-os aqui para assistir e falar “pro cêis” a respeito.

       São vários atores estreantes, principalmente dentro do grupo de adolescentes que ouvem as histórias de “OA”. Talvez um rosto bem conhecido, entre os veteranos, seja o Jason Isaacs através da franquia de Harry Potter, onde interpretou o cabeludo Lúcio Malfoy, grande seguidor de Voldemort e pai de Draco. Outro nome que desponta também é de Phyllis Smith, que fez a voz, no original, da fofucha personagem Tristeza em “Divertidamente” sem contar a série “The Office”. A primeira temporada foi lançada sem estardalhaço na Netflix  há algumas semanas e conta com 8 episódios.  


Na próxima quarta começo com um resumo do que é “The OA” para podermos analisar através das impressões que tive. 

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