quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Janeiro - Mês Temático: Filmes Leves de Televisão - Os Trapalhões

Janeiro - Mês Temático: Filmes Leves de Televisão - Os Trapalhões











         
Os Trapalhões”, apesar de todos os pesares, foram um marco em nosso cinema. Realmente não lembro que disse que sem eles nossa produção nacional cinematográfica teria minguado de vez nos anos de 1970-1980 e começo de 1990. Não que eles tinham o primor de qualidade e interpretações estupendas. Viviam de versões pastelonas e tupiniquins de obras mundialmente conhecidas do cinema e algumas da literatura. Porém, com eles nada era sério. Comédia escrachada e datada.

        Sempre achei que os melhores trapalhões foram o Mussum e o Zacarias que já partiram nos deixando a dupla sem graça do Didi e Dedé. Ambos passaram por desavenças e separados o Dedé envergou para o evangelismo.
Didi continuou firme e forte no corporativismo global. E devido a isso muitos deslizes do Renato Aragão nunca vieram à tona. Com o advento da internet sua reputação ficou um pouco comprometida entre atitudes execráveis com fãs, sua relação com Dedé ficou exposta, a questão do “Criança Esperança” nunca ficou claro e o declínio de seu humor “ingenuamente” chato confirmou-se.


        Porém, nos anos de 1980 eles ainda eram o máximo. Pouco sabíamos das pendengas do grupo, do estrelismo do Aragão e não ligávamos para piadas um tanto preconceituosas para os padrões de hoje. Lógico que não devemos julgar o passado com os olhos reducionistas do presente. Devemos sim perceber os erros e não cometê-los de novo. Lição que o Aragão não aprendeu pois ficou claro como ele pensa ainda sobre seu humor em algumas entrevistas que deu. Segundo seu achismo o humor que “Os Trapalhões” faziam não tinha nada de politicamente incorreto e muito menos zombava de minorias. Ele só chamava o Mussum de “pássaro preto”, entre outras pérolas.  


        Hoje “Os Trapalhões” são praticamente uma lembrança. A Globo até tentou recriar um grupo novo para inserir o Didi, e nem o Jacaré do Tchan conseguiu alavancar essa empreitada.


        Lembro de alguns filmes que passaram na “Sessão da Tarde” que me agradaram muito. Entre eles “Os Saltimbancos Trapalhões” e “Os Trapalhões e o Mágico de Oróz” e “Os Trapalhões e o Auto da Compadecida”. Os demais ficaram dispersos em lembranças pífias de minha falta de memória.


       
Era interessante notar que no cinema o Renato Aragão fazia um Didi espertalhão líder de um grupo que só causava encrenca. E devido a ser esse “líder” ele se convenceu que era o melhor de todos.
Sempre flertando em ser o galã do grupo e se saindo sempre bem. Para uma criança eles faziam o encanto surgir num mundo bem diferente do que temos hoje. Não era possível rever filmes queridos na internet, então, aguardávamos as férias, período que sempre se reprisavam o quarteto do humor brasileiro de forma incessante. Um dia deixou de ter graça vê-los de segunda a sexta.  


      
  Contudo não tem como não manter um certo carinho desgastado pelo quarteto atrapalhado que sempre estava se metendo em encrencas e nos divertindo nas tardes globais.



        Por isso os coloco nesta lista, eles foram importantes, em certo sentido, em nossas vidas nas décadas de 1980 e 1990. Principalmente os filmes feitos até 1987 que tiveram um status de cult. Depois só virou caça-níqueis com participações de Xuxa, Angélica e cantores de sucesso do momento. Nada mais.




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