segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Filme da Semana: Demônio Neon - Vazio, Inveja e Terror

Demônio Neon - Vazio, Inveja e Terror



      Eu estava planejando outro filme para que fosse o primeiro deste ano. Porém, alguns probleminhas técnicos me forçaram a escolher “Demônio Neon” e tive uma surpresa.


      E ainda estou digerindo o filme para entender melhor e poder considerar bom ou ruim. O que posso dizer é que o filme não é fácil. Em vários sentidos. O começo é estranho, o desenrolar é um pouco lento e pode provocar um pouco de tédio e o fim é de embrulhar o estômago.

      Basicamente a história acompanha uma linda garota de 16 anos que, órfã, vai para uma cidade perigosa e cheia de desafios e tenta uma profissão que também não é nenhuma tranquilidade e cheia de falsidade, vazio e inveja: modelo.

      No caminho encontra com pessoas que não se mostram muito confiáveis e que querem abusar do que ela tem de mais perfeito, a beleza e a “inocência”. E o ritmo lento é justamente intencional para mostrar o vazio que há na indústria de moda. O tempo todo os atores parecem entorpecidos em seus sentimentos e objetificados. Não é mostrado nada profundamente para dar a superficialidade necessária. Tudo é insinuante em relação ao abuso e assédio que a jovem Jesse (Elle Fanning) pode sofrer a qualquer momento, seja o sexual, moral ou até físico. A única pessoa que poderia ser uma amizade desinteressada é afastada pela garota com uma aterrorizante autoconsciência de saber o quanto se é bela e o quanto ela sabe que a invejam.
E, junto a outros elementos, essa autoconsciência, é que dá um clima aterrorizante à história. Pois somos sempre induzidos a achar que a “inocência” adolescente/infantil não é perversa, no sentido psicológico. E é, pelo menos a Jesse sabe o quanto é bonita e o quanto é única e se utiliza desses dons para se impor diante das outras modelos e até conseguir alguns favores.

      E aí que o terror do que era superficialmente sugerido toma o filme e tudo fica mais direto e dramático.

     
Sem entregar mais, eu classificaria as atuações como quase “ruins”, até entender melhor o que era sugerido com o final. Tudo é intencional, até a atuação rasa de alguns personagens.  Tudo para causar a impressão necessária. E outra coisa de destaque é a fotografia do filme. Imagens bonitas em ambientes lindos e luz que ressalta não só a beleza das atrizes mas também do lugares onde estão.


      Não é um filme para estômagos sensíveis. Tem tudo para se tornar um filme cult entre os moderninhos. Com metáforas fortes e acessíveis a todos. Como disse, tudo é intencional e dramático, principalmente diante do fim.




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