Moana – Um Mar de
Aventuras
Parece que a Disney quer englobar todas as etnias em seu
grupo de “princesas”. O que é algo maravilhoso. Não fosse o fato de que as
“princesas” acabaram gerando muita discussão sobre o papel da mulher. São
oficialmente consideradas princesas da Disney: Branca de Neve, Cinderela, Bela
Adormecida (Aurora), Ariel, Bela, Rapunzel (de Enrolados), Merida (Valente),
todas brancas, além de Jasmine (do Oriente Médio), Pocahontas (indígena
norte-americana), Mulan (chinesa) e Tiana (afro- americana).
A discussão vai
longe quanto ao real desempenho feminista das personagens em cada animação que
configura. Sem contar que Esmeralda (cigana) foi primeiramente incluída e logo
destituída de seu posto ao lado das princesas “oficiais”. Outras personagens
femininas não são classificadas como princesas por suas histórias. E Elza e Ana
(Frozen) possuem franquia própria, sendo que uma delas é rainha.
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Até as próprias princesas não se sentem mais confortáveis com suas próprias imagens |
Esse embaraço fica evidente ao se tentar forçar um modelo já
ultrapassado de figura feminina. Ainda mais num mundo onde as mulheres
reivindicam para si o direito de serem consideradas como iguais em importância
aos homens. Com Moana há uma brincadeira em relação a isso. Em certo momento o
semideus Maui a chama de princesa, ela se recusa a aceitar ser reconhecida como
tal pois é “filha do chefe” (de uma tribo) sarcasticamente ele rebate “É a
mesma coisa. Se está com um vestido e tem um animal de companhia, você é uma
princesa”. Até mesmo a própria Disney anda fazendo piadas com os requisitos
amplos para se tornar uma princesa.
Em resumo, Moana é uma garota que vive numa ilha com sua
tribo. Filha do chefe percebe que a ilha está precisando de ajuda. O Oceano lhe
convoca para devolver o coração de uma deusa que foi roubado. E ela só
conseguirá com a ajuda do semideus Maui, o próprio ladrão que roubou o coração
da deusa-ilha Te Fiti.
Ambos partem numa grande aventura, primeiro para
recuperar a arma de Maui, um grande anzol mágico, e depois enfrentar a grande
criatura que está entre o caminho deles até a deusa-ilha, Te Ka.
A história é um pouco acelerada e bagunçada no começo, assim
que Moana parte numa canoa pelo Oceano tudo muda. O próprio Oceano se torna um
personagem importante ajudando a garota em sua missão através de uma onda cheia
de personalidade. Maui também tem sua personalidade e consegue vários momentos
engraçados. Mas quem rouba todas as cenas de Moana e de Maui é o galo Heihei,
que por um acaso acabou no barco. Suas cenas são hilárias.
Ele é tão tonto, que
depois de convencido que o Oceano é “bom”, tenta ir para a água, quase se
afogando e o tempo todo é salvo por Moana ou pelo próprio Oceano, ou ainda,
pela sorte.
A animação não é a melhor que os Estúdios Disney já fez mas
garante uma ótima diversão. É bom ver uma cultura diferente colocada em
destaque em um filme Disney. E acho interessante que Moana como adolescente,
além de ser rebelde, querendo construir seu próprio caminho, ela xinga. Ou
melhor, quase xinga, em uma cena que Maui a prende numa caverna. Isso garante
uma personalidade bem “humana” à animação.
Além dessa brincadeira temos que
admitir que “Moana – Um Mar de Aventuras” quebra vários “padrões”. Temos uma
personagem forte de pele morena e cabelos castanhos ondulados. E que cabelo
bonito a personagem tem, rivaliza com Pocahontas e Rapunzel.
O personagem
semideus Maui é um homem grande, bem grande, praticamente um gordinho que anda
fazendo muita musculação e tomando umas bombas por aí.
E que cabelo ele tem,
rivaliza com Pocahontas, Rapunzel e Moana... E mais uma vez a mocinha não casa
no final. Ops! Entregando demais já. E não se iludam, aquela personagem que é
uma porquinha fofa, a Pua, é só para vender pelúcias. Assim como os fofos e “malvados”
Kakamoras. Dos quais eu já quero pelo menos um.
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