Vidro
“Vidro”
seria, supostamente, a finalização de uma trilogia idealizada por M. Night
Shyamalan e teria como primeiro filme “Corpo fechado”, título horrendo para a
compreensão do todo, pois uma tradução mais fiel seria “Inquebrável” e, o filme
do meio, “Fragmentado”. O jogo de palavras já nos dá o parecer sobre a ideia
geral, não fosse o título do primeiro como já apontei.
Na
época “Corpo Fechado” não foi bem “entendido”, mas garantiu uma bilheteria ok.
Depois de vários fracassos do diretor/roteirista “Fragmentado” pareceu dar novo
fôlego a carreira do diretor. Contudo “Vidro” não dá o fôlego necessário ao
final da trilogia. É lento e modorrento, para quem não conhece essa palavra é
sinônimo de sonolento.

Por
mais que se inspire nas histórias em quadrinhos Shyamalan é um fazedor de
suspenses. E não há “ação” neste filme, há a construção rotineira do diretor
para tentar nos pegar de jeito com alguma reviravolta, ou, como muitos
preferem, plot twist. Uma coisa irritante é a muleta que é usada o tempo todo
para nos situar na obra, as explicações sobre as narrativas das histórias em
quadrinho. No mais o filme é de boa. “Fragmentado” ainda continua sendo o
melhor dos três, seguido por “Corpo fechado”. “Vidro” é o mais fraco, e ao
mesmo tempo o mais essencial, dá o fim apoteótico que a trilogia mereceria.
Contudo vejo que algo me incomoda na direção de Shyamalan, ele neutraliza seus
atores.
Não há grandes esboços de emoções. Todos ficam praticamente com “cara
de ué!” o tempo todo. Não há vazão aos sentimentos. No geral os personagens são
circunspectos e calados. Parece que o roteiro manipula as interpretações de uma
forma a contê-las. Esse recurso deixa o filme frio, genérico e nos afasta um
pouco do que acontece. A não ser que seja o “vilão” do filme. Esses são
colocados com arroubos de interpretações.

“Vidro”
resgata personagens do primeiro filme, dá novos ares com outros personagens
novos e tenta fazer todo o paralelo possível, como já disse, com as HQs. Não é
um filme ruim, contudo não é o melhor de todos. Ele faz o encerramento de um
ciclo começado em 2001 com “Corpo fechado”. Os atores são quase coadjuvantes da
história. Parece ser uma tendência do diretor/roteirista fazer esse jogo.
E
como sempre ele consegue estrelas para protagonizar sua história, resgata Bruce
Willis e Samuel L. Jackson e James McAvory como os protagonistas, seu
auxiliares coadjuvantes estão lá também, Spencer Treat Clark, Anya Taylor-Joy e
Charlayne Woodard. Sarah Pulson é colocada como personagem nova da trilogia com
um papel primordial, a Dra. Ellie Staple.
Contudo,
se busca um filme agitado de ação vertiginosa fuja desse, está mais para um
suspense psicológico soft. Se seguiu até aqui a trilogia assista para dar o fim
que é necessário.
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