Resenha de filme: Pompeia - A premissa é boa
A premissa é boa: o desastre natural que destruiu Pompeia.
Mas já perde a mão por começar com a merda ideológica americana. Como não
existia EUA na referida época então o herói tem que ser mais próximo possível,
um “inglês” um celta para florear mais. Um órfão vítima do grande império
romano malvado. Não que realmente não fosse cruel, mas aqui malvado toma um
juízo de valor. Essa necessidade de por tudo dentro de apenas duas vertentes, o
bem e o mal, é um tanto simplista.
Táh tudo bem até aí. E adivinhe? O herói cresce e vira um gladiador fodão que
ganha tudo. E por outra ironia do destino, ou falta de criatividade dos
roteiristas, adivinhe de novo: ele é notado por um dos líderes e levado para
Pompeia. Olha só... Não foi para Roma, foi para Pompeia. E no caminho, nem vou
pedir para ninguém adivinhar, já ficou óbvio, ele ajuda a mocinha, linda, arrebatando
seu coraçãozinho puro e virginal com um ato nem um pouco “selvagem” de matar um
cavalo evitando seu sofrimento.
Porém um inimigo mais malvadão está à espreita, e este vai
destruir os homens bonzinhos e os malvadinhos. Quem será? ? ? ?
? Tchan-tchan-tchan... Será que
é Cramunhão? O Bin Laden adolescente? ? ? Nãooo!!!!
É o vulcão que começa a mostrar que está ativo. E ninguém repara. Ele causa um
terremoto que vitima um camponês e ninguém percebe. O tempo todo a cidade
treme, e nada. E pior, isso é um dos pontos verdadeiros do filme. Pois se
alguém tivesse notado, a cidade teria sido evacuada a tempo.

Certa vez li que não existe histórias
inéditas, o que existe é a habilidade de se contar a história de forma
diferente. E não é que em 30 minutos de filme já dá para perceber o que vai
acontecer no restante? Lógico que a cidade vai ser destruída, isso é a premissa
original. O que quero dizer é sobre as relações e os conflitos.
Com atores conhecidos, e outros nem
tanto, e corpos marombados o suficiente para serem mostrados gratuitamente o
filme vai desenrolando sem nenhum acontecimento surpreendente. E acontece o
inusitado: começamos a torcer para que o Vesúvio, o vulcão malvado, estoure de
vez para arrebentar com tudo e acabar o filme logo. Lembro de ter sentido o
mesmo em relação ao iceberg de Titanic.
Esqueça a história e se você não
se importar com discursos contemporâneos na boca de personagens da era
clássica, aproveite uma historinha manjada. A direção de arte é competente. Os
efeitos são maravilhosos. É de ficar de boca aberta as explosões da montanha e
a população sendo primeiro afogada, depois soterrada e depois queimada
viva. É angustiante por trás de tanta “pataquada”
hollywoodiana perceber que houve uma catástrofe que fulminou uma cidade como
Pompeia, que contava com uma expressiva população de 20 mil habitantes na época.
Enfim, um filme que poderia ser mais.
Bem na linha “pão e circo”, só entretenimento sem nenhum aprofundamento. Em
vários momento se copia um pouco o filme “Gladiador” e sem constrangimento a
respeito. Lutas no estádio mostra bem a
diversão da época. E assim vai enquanto o vulcão dá seus sinais. E o povo é,
como sempre, enganado e motivado a não fazer nada, não fugir. Até que é tarde.
E o verdadeiro espetáculo começa. A
fumaça negra surge no céu. E oh!!!!, Todos ficam espantados. E Pompeia vai ruindo antes da derradeira
lambida de lava. E o mais surpreendente
é que no meio do caos que vai se instalando, o mocinho consegue se vingar dos
assassinos de seus pais e resgatar a mocinha indefesa.
Carrie-Anne Moss faz uma participação
que deixa muito a desejar. É a esposa do governador da cidade, e mal abre a
boca. Tem também o carinha de Guerra dos Tronos, Kit Harington, que tenta ser o
herói “viril” do filme, sem muito sucesso. Sua carinha é muito bonitinha para
convencer. E o vulcão continua cuspindo fogo e pedras gigantes ao longe. Eu nem
conto mais o que acontece, já sabem o que acontece, a não ser o finalzinho que
destoa um pouco.
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