Christine: Suicídio É Algo Sério
Em
1974, em Sarasota, cidade da Flórida, Christine Chubbuck, reporter externa da
televisão local, apresenta sua matéria no estúdio, que estava planejada, e por
problemas técnicos o material gravado não vai ao ar. Como já estava planejado,
e se desculpando pelo transtorno passou para a sua matéria seguinte. Uma breve
chamada, em primeira mão, sobre algo que aconteceria ao vivo li mesmo. Tira
rapidamente um revólver da bolsa que estava em seu colo e atira na própria
cabeça...
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Christine Chubbuck |
Isso
está no relatório oficial, está na Wikipédia, está em toda a internet, são os
fatos dramáticos que chegam até nós.
Há
algum tempo eu li algo a respeito de uma produção sobre essa repórter. Li
apenas o essencial e esperei a produção finalizar. E por um acaso, pois já
tinha me esquecido, me deparei com esse filme.
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Rebeca Hall como Christine Chubbuck |
Nossa
primeira reação diante de um ato de suicídio é considerar a pessoa “louca”. A
“santa” Igreja até recentemente proibia que se enterrasse suicidas em seus
terrenos sagrados. Ser suicida era um pecado e levava a pessoa direto para o
inferno. Era algo de gente fraca. Porém, santo Freud veio e começou a desvendar
os mistérios da mente humana e descobrimos que suicídio não é desvio de
caráter, é um ato desesperado diante de uma situação de vida que se torna
insuportável e num instante de busca de alívio a pessoa atenta contra a vida.
Por certo que há outras causas. Mas aqui em quase duas horas de filme vemos
como a vida de uma jovem repórter foi se tornando insuportável.
Christine
levava uma vida estressante e ainda foi diagnosticada com um cisto no ovário
tendo que decidir se operava, correndo o risco de nunca mais engravidar, ou
mantinha o cisto e corria mais riscos. Uma mãe distante e desmiolada, um crush
(interesse amoroso) que não lhe dava
confiança. E quando deu, a faz participar de um grupo de ajuda e ainda lhe diz
que ele ficou com a promoção que ela tanto queria. Outras coisas se somam ao
desespero de Christine. Principalmente seu chefe que a pressiona a fazer
matérias mais populares e que agrade ao público. E, não fica muito claro, ela
interpreta esse “popular” com “mais sensacionalismo sanguinolento”. Mais ou
menos o que acontece na televisão brasileira nas tardes de semana com
apresentadores que fomentam a desgraça mostrando mais desgraça.


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