Jesus de Montreal
Quando assisti
esse filme, eu juro que não entendi direito. E até hoje não tive a oportunidade
de revê-lo. Só depois que fiz um curso de “ciências religiosas” pude perceber o
quão o filme era crítico. E toda religião que se diz séria deveria se permitir
passar por esse crivo. Há um paralelo entre
a vida de JC e a vida do personagem principal Daniel (Lothaire Bluteau), um
ator. Daniel vai encenar uma peça sobre a Paixão de Cristo que gera uma certa
polêmica por questionar alguns dogmas do catolicismo. E lógico que a
instituição irá pressionar o grupo teatral.
O interessante
desse filme é a atualização da vida de Jesus através da vida de Daniel. Ele é
doador de órgãos, salvando pessoas, ele é “prefigurado” como um bom ator, ele é
tentado por um advogado ambicioso que quer explorá-lo, entre outras situações.
Foi a primeira vez que eu vi um questionamento sobre a “virgindade” de Maria. O
que não me abalou em nada. Anos mais tarde na faculdade o dogma da virgindade
foi pauta de pelo menos duas matérias. E aí entendi o quanto aquele filme de
1989 foi, não só inovador, mais afrontoso. E pergunte se eu não gostei disso?
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