Sabe
quando um filme vem cheio de charme, saudosismo e com uma mensagem bonitinha
porém contemporânea?
“La La
Land” é esse filme.
Estrelado
por Ryan Gosling e Emma Stone e com uma participação mais que especial de John
Legend esse filme fisga, pelo menos a maioria das pessoas. Bom, de início eu
fiquei nem um pouco impressionado. Parecia mais um filminho simpático “água com
açúcar”. Porém, o final dá uma tonificada em toda a história que a faz
realmente brilhar. Sem o fim o filme seria mais um.
Indo de
encontro com as relações amorosas reais o velho e insosso “happy end” tem uma
pegada amarga como a vida neste filme. “La La Land” recorda um cinema de pura
diversão, sem engajamentos, porém não consegue fugir de uma posição criticável.
A
história se passa entorno de Mia, Emma Stone, candidata a atriz que largou a
faculdade de direito por um sonho e de Sebastian, Ryan Gosling, que é um
branco, lembro que o jazz surge no meio da população negra americana, apaixonado
por Jazz e que acaba deixando de lado, por um momento, seu sonho de possuir um
estabelecimento onde poderia tocar a melhor música do mundo, segundo seu gosto.
O
problema está por todo filme. Como disse é um filme simpático, mas que tem um
ranço forte de preconceito subjacente. Sebastian em certo momento para afirmar
a supremacia do Jazz acaba por menosprezar outros ritmos, principalmente o
samba, tão caro a nós brasileiros. E é muito estranho que em todos os clubes de
Jazz que ele vai todos são negros, só ele e Mia brancos. Em época de discussões
sobre apropriação cultural aqui em Pindorama, vemos um filme que caiu no gosto
de muita gente no nosso país sem contar os votantes do Oscar que lhe renderam
14 indicações. Só levanto uma lebre em meio a discussões de apropriação
cultural.

Polemizações
à parte, afinal estamos em momento crítico acrítico no Brasil, o filme
conquistou o coração de muita gente, como já disse. Porém o meu ainda não
completamente. Falta algo quase impossível de se comunicar. Stone e Gosling sustentam
toda atuação do filme. Por mais que J. K. Simmons apareça nada mais é que uma
ponta, sem desenvolvimento. Quase um mimo por ter contribuído tanto com o
diretor no filme anterior. Ainda sobre os atores Stone é sem dúvida simpática e
domina o papel. Porém sua beleza não é dilacerante de diva, ela é bem comum, no
padrão gringo, e sua interpretação é mais para o comum ainda. Gosling é um
homem bonito também, mas tem uma aura de gente chata nas tela. Aquele cara que
é o insuportável da turma. Como galã ele fica burocrático e só consegue um
pouco de humanidade quando tenta ajudar a personagem de Stone ir a uma audição.
No mais ele é o cara desagradável que gosta da garota, mas gosta muito mais de
si mesmo e por isso não merece felicidade amorosa no fim. Ambos se esmeram em cantar
bem e dançar certinho. Stone mais desenvolta na música, Gosling surpreendendo
na dança com movimentos bem ritmados, ele aparenta ser meio durão mas mostra
ginga.


Apesar
dos pecados o filme diverte e como disse caiu nas graças da maioria. E isso tem
que ser levado em conta. Mesmo não sendo o meu favorito, ainda tenho um monte
de filmes para assistir, torço por ele.
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