Uma Linda Mulher
Um conto de fadas moderno. Onde uma prostituta, que foi
obrigada a se prostituir, óbvio, pega um homem rico, que por acaso vai atrás de
uma prostituta, óbvio, e ele sendo rico e lindo fica com ela, que é mais linda
do que qualquer pessoa em um raio de 8.000 km². Por certo que eles se
apaixonam, apesar de uns revezes e vivem felizes para sempre.
Não sei se foi perceptível um certo nível de ironia nesse
relato acima. Não que eu ache que prostitutas não devam encontrar o amor e
serem felizes. Merecem sim. Mas esse filme força muito a barra. Não sei se
consigo expor o que penso da forma correta. Mas é um pouco o que norteia muitos
roteiros de Hollywood. A mulher que sai com todo mundo que não lhe dá o devido
valor e no fim acaba sendo recompensada com um homem honrado e digno. Isso está
presente em vários roteiros. E o mais importante neste filme não é dito, que a
mulher é ainda vista como objeto puramente sexual e se ela vai, ou é “obrigada”
a ir para a dura vida da prostituição é porque tem um, ou vários, homens que
exploram esse fato de forma direta ou indireta.
E há uma glamourização desse
tipo de vida. Como se fosse fácil e bom ganhar dinheiro transando com homens
velhos, sebosos, nojentos que se satisfazem em 2 minutos sem se preocuparem com
o que a mulher sente. É um assunto espinhoso a prostituição que “Uma Linda
Mulher” sequer resvala. Lá tudo é lindo, tudo é fantasioso, tudo é perfeito. Como obra ingênua convence no quesito
que é. Um filme pipoca para diversão. E como fez sucesso esse filme. Era
difícil encontrá-lo na locadora, mesmo depois de passar na televisão.
O casal Julia Roberts e Richard Gere foi simplesmente o conceito
de beleza e charme postos num único filme. Dificilmente apareceu casal mais
perfeito nas telas de lá para cá. No mais, só contos de fadas.
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