Umberto
Eco, saudoso, filósofo, escritor, semiólogo, linguista, bibliógrafo e conhecedor
da de Idade Média realizou o romance “O Nome da Rosa”. Que tentei ler aos meus
14 anos e esbarrei na linguagem hermética do período medieval usado nas
descrições. Até que saiu o filme e assisti. Muitas explicações ou descrições
foram mostradas nas imagens, que para um leitor pouco desenvolto em período
medieval, como um adolescente normal, eu não alcancei o livro, o filme me
deixou instigado e maravilhado.
Esse
primeiro livro de Eco é um romance policial aos moldes conhecidos. Ele só situa
a ambientação num mosteiro. Lá assassinatos de monges sugerem a ação do
demônio. E Guilherme de Baskerville, ou na versão em inglês Willian,
acompanhado de seu fiel pupilo Adso de Melk vai investigar com os recursos mais
modernos possíveis naquele período não muito ilustrado. Já vemos em Guilherme
uma referência a Sherlock Holmes, o seu sobrenome é presente em um conto do
famoso detetive “O Cão de Baskervilles”. Possivelmente não é coincidência.
E o fato de ter um ajudante não muito brilhante ao estilo Watson também entre outras coincidências aos moldes de Arthur Conan Doyle. Como também não é coincidência toda a crítica ao sistema monacal que perdurou por longos séculos. Os monges, preservados dentro dos seus muros, se dedicavam a Deus enquanto o povo, pessoas miseráveis, passava fome e se sujeitavam a comer restos que descartavam. E mais, é visto a disputa de poderes entre facções, ou ordens religiosas naquele período. De forma especial franciscanos e dominicanos. A abadia é dominicana e Willian é franciscano.
Enquanto seus anfitriões resguardam os métodos e pensamentos filosóficos voltados ao aristotelismo escolástico, o monge investigador é empírico, analítico, o que não é considerado adequado para aquela época que se usava a lógica aristotélica para chegar na verdade. O método empírico denotava observação e para a mentalidade escolástica os sentidos enganavam, era bom não confiar.
E o fato de ter um ajudante não muito brilhante ao estilo Watson também entre outras coincidências aos moldes de Arthur Conan Doyle. Como também não é coincidência toda a crítica ao sistema monacal que perdurou por longos séculos. Os monges, preservados dentro dos seus muros, se dedicavam a Deus enquanto o povo, pessoas miseráveis, passava fome e se sujeitavam a comer restos que descartavam. E mais, é visto a disputa de poderes entre facções, ou ordens religiosas naquele período. De forma especial franciscanos e dominicanos. A abadia é dominicana e Willian é franciscano.
Enquanto seus anfitriões resguardam os métodos e pensamentos filosóficos voltados ao aristotelismo escolástico, o monge investigador é empírico, analítico, o que não é considerado adequado para aquela época que se usava a lógica aristotélica para chegar na verdade. O método empírico denotava observação e para a mentalidade escolástica os sentidos enganavam, era bom não confiar.
A
crítica está em vários âmbitos. Como já citei acima, vemos um povo empobrecido
e faminto comendo restos de monges bem nutridos. Contudo o que mais é criticado
é a forma que a Igreja manipulou a população para que não tivesse acesso ao
conhecimento. Esta é a maior crítica. Através do mistério que será desvendado ao
final, vemos como a Igreja age escondendo conhecimento e até matando quem queria
ter acesso a ele.
Principalmente como juíza, através de um dos monges, a Igreja determinava quais livros eram bons ou não para se ler. E infringir as regras poderia causar a morte. Metaforicamente no contexto de “O Nome da Rosa” vemos o que o Catolicismo (e qualquer outra religião que ascende ao poder) fez com livres pensadores e conhecimentos novos que contradizia suas estruturas.
Principalmente como juíza, através de um dos monges, a Igreja determinava quais livros eram bons ou não para se ler. E infringir as regras poderia causar a morte. Metaforicamente no contexto de “O Nome da Rosa” vemos o que o Catolicismo (e qualquer outra religião que ascende ao poder) fez com livres pensadores e conhecimentos novos que contradizia suas estruturas.
Sean
Connery faz o monge Guilherme e seu ajudante/noviço é interpretado por
Christian Slater. Temos vários outros nomes menos ou mais conhecidos, ótimos
atores assumindo a interpretação dos demais monges. A direção ficou com
Jean-Jacques Annaud que deu ao filme uma alma europeia que tanto era necessária.
E a “rosa” é uma referência ao feminino que foi tão perseguido e desprezado por
esse clero que julgava o sexo como algo inferior ao celibato e castidade.
Contudo
a real natureza humana vem como um fogo abrasador e causa uma marca no jovem
Adso que o faz questionar tudo em sua vocação. Por isso talvez a castidade seja
algo pouco praticado fora e, principalmente, dentro da Igreja ainda hoje. Por certo
que há no clero pessoas que pratiquem o celibato e a castidade, principalmente
os mais velhos, apesar do advento do Viagra...
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