Má Educação
Meus queridos,
chega ao fim, com essa resenha de filme o meu projeto de 2017. De início a
proposta era fazer duas resenhas por semana dentro de um tema mensal. E ainda
mais uma resenha de um filme novo ou uma série e por fim, se tudo desse certo
uma resenha de qualquer outro evento cultural, ou apenas um texto mesmo. Como
tenho que ganhar o meu pão diariamente com um trabalho não muito rentável e bem
cansativo, acabei por deixar passar várias resenhas. Teve mês que quase não
escrevi. Mas o começo foi bem promissor e no conjunto todo não fiquei tão longe
do objetivo, só um pouquinho... erh...

Praticamente
todos os temas tinham relação com algo de minha vida. Então nada mais que justo
que o último fosse um crítica à Igreja Católica. Confesso que não é algo
difícil. São praticamente 2000 anos de história com atos execráveis. Para quem
não sabe, eu frequentei um seminário por quase 10 anos. Na verdade passei por 3
dioceses: São Carlos, Itaguaí e Campinas. Fui expulso nas três. Mas não pense
que fui um vilão, entre tantas coisas fui um jovem comum e conto um dia em
forma de crônicas o que aconteceu. Na verdade já tenho um blog só para isso.
Está um pouco parado, mas logo retomo. Para quem quiser dar uma olhada o link
está aqui:
Seminário com Purpurina.

“Má Educação”
não foi um filme que eu gostei tanto. O buchicho em torno dele foi mais forte
que o próprio filme em si. Almodóvar prometeu e não cumpriu, aos meus olhos. O
filme narra como dois garotos se conhecem num colégio interno e se apaixonam e
são obrigados a não continuarem com a relação, um dos garotos era o fetiche de
um dos padres. Com o tempo ambos crescem, um vira cineasta e o outro faz um
roteiro baseado no que viveu. No roteiro vemos a história duplicada na tela, adultos
um dos meninos se tornou um travesti. Existe algumas reviravoltas, ninguém é
quem realmente parece ser e certa tensão ocorre. O que Almodóvar prometeu foi
um escândalo, e não sei se por estar dentro do seminário naquele tempo, não vi
nada de tão escandaloso assim. Como roteirista e como diretor Almodóvar nunca
foi muito sutil. E nesse filme algumas coisas ficam nessa linha. Pelo menos a
primeira parte que trata dos garotos no internato. Sei que o filme possui muito
mais camadas que eu estou revelando aqui. Um dia desses prometo fazer uma
resenha mais apurada...
Geralmente o
senso comum joga a pedofilia para os padres. E eu não vi isso no seminário. Nesses
quase 10 anos eu só vi um padre com forte indício de pedofilia. Entenda aqui
pedofilia como atração patológica por crianças. Conversei com meu superior a
respeito e foi dito que eu devia parar de me preocupar e que o tal padre estava
em observação já havia um tempo e que o bispo da diocese estava ciente. Mas que
realmente era para eu não me preocupar. É uma metodologia meio revoltante esse
tipo de coisa. E fiquei com as mãos atadas sem poder me reportar a ninguém. Por
sorte, ou providência divina, esse padre acabou morrendo alguns meses depois de
infarto. Causando um alívio nos padres
de lá pelo que fiquei sabendo.

Por mais que nossas leis sejam claras ao dizer
alguém abaixo de 18 anos é menor de idade, o que vi foi muitos padres, e
seminaristas, interessadíssimos em novinhos, acima dos 14 anos geralmente. Sabe
aquela fase que o jovenzinho já formou o corpo e está com os músculos de quase
adulto? Isso já descaracteriza e dizem ser outra coisa: efebofilia (o que também
é crime em nosso país por se tratarem de menores de idade). Pois é esse o maior
interesse de vários. Não todos. Vi padres que gostavam de homens adultos novos,
maduros e até idosos. Tudo é relativo e diversificado como o desejo sexual da
população. Em menor número também havia os que se interessavam em mulheres. E no
geral esses eram os que causavam mais problemas. Entre eles corriam o risco de
engravidar as mulheres.

Esse é um risco imperdoável na Igreja. Conheci um
seminarista que cometeu tal crime com a ordenação marcada e foi detonado. Expulsaram-no
sem nem um pingo de misericórdia ou um mínimo de apoio. Ele inteligentíssimo e
esforçado, para sua sorte, assumiu a paternidade e se casou com a garota e logo
passou num concurso público e, pelo que soube estava indo bem. Ao contrário da
beesha que o denunciou, por despeito, pois era apaixonada por ele e não
consegui lidar com a “traição” que julgou em sua mente desmiolada ter sofrido. Esse
virou padre e anda um pouco surtada lá pelas bandas de onde se encontra...
Essa resenha
está se tornando outra coisa. É matéria para o outro blog... Chega!
Reservo-me no
direito de deixar esse Janeiro de 2018 mais light para meu lado. Preciso mesmo
usufruir de minhas férias, descansar de verdade. Então, pensarei em algo para
esse ano vindouro. Fico muito grato a
todos vocês que acompanharam o blog. Um ótimo ano para todos nós.
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