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quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Setembro - Filmes Nacionais: Cidade de Deus
Cidade de Deus
Aqui chegamos a outro patamar. Se até
então conseguimos indicações a Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, o que é
muito comum entre filmes que não são produzidos em língua inglesa, “Cidade de
Deus” foi diretamente indicado a quatro categorias do Oscar. Sendo duas delas
importantes, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado e duas categorias
“menores”, Melhor Edição e Fotografia. Isso mostra que o filme foi considerado
um “igual” entre os demais indicados. Perdemos todos os prêmios. O diretor
Fernando Meirelles perde para Peter Jackson que corou sua obra monumental,
adaptar o livro “O Senhor dos Anéis” para o cinema e seu trabalho épico foi
reconhecido através da terceira parte da trilogia “O Senhor dos Anéis: O
Retorno do Rei”. Esse ano não tinha como não dar os prêmios a Jackson. E em
roteiro perdemos também para o mesmo filme. Era absurdo a obra monumental de
Tolkien não ser reconhecida também em roteiro. Dizem que merecíamos pelo menos
melhor edição. Pois éramos mais inovadores, mas o ano era de “Senhor dos
Anéis”. Não tinha muito que fazer.
A história segue contada por
Buscapé. Ele vive na favela Cidade de Deus e num momento crítico, em meio a uma
briga de gangues rivais ele vai contar sua infância. E como conheceu o mundo do
crime. Nesse período nos é apresentado Dadinho que vem a se tornar Zé Pequeno
que se torna um dos traficantes mais influentes e perigosos da região. Sua
ascensão culmina com a vida de Buscapé em vários pontos. Buscapé tem o gosto
pela fotografia e registra em suas lentes e fotos tudo o que pode. A epopeia de
Zé Pequeno é o ponto forte do filme. Ele não tem piedade de ninguém e busca o
poder e o dinheiro que o tráfico pode propor. Porém isso gera inimizades. E
tudo culmina em um apoteótico desfecho digno dos dramas shakespearianos.
O elenco é gigantesco, em sua maioria
de atores iniciantes ou mesmo vindo de comunidades do Rio de Janeiro. O filme
tem tudo que a maioria das pessoas gosta. Violência, cenas engraçadas,
palavrões proferidos nos momentos certos, um enredo, que apesar de complexo é
de fácil digestão e personagens cativantes. Por isso ouso dizer que esse é o
melhor filme até agora retratado em nossos cinemas. Talvez só perca em
popularidade para o próximo filme que será apresentado.
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