segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Lion - Uma Jornada para Casa - Uma Criança Rouba a Cena

Lion – Uma Jornada para Casa





        Filmes com crianças têm tudo para dar certo e ao mesmo tudo para dar errado. Quando a criança é bem escolhida ela só faz o filme brilhar. Quando erram o filme afunda. O trabalho com criança é complicado pois elas não possuem a técnica. Geralmente se trabalha com a espontaneidade e com o carisma.

Um bom exemplo recente foi o “O Quarto de Jack” onde vemos como o garoto Jacob Tremblay consegue uma atuação marcante num drama tão sensível. E aqui temos o fofo, inquieto e vulnerável Sunny Pawar. Um garoto que rouba o filme para si.

       
Divido em duas partes o filme mostra Saroo (Pawar) se perdendo do irmão mais velho e por acidente indo parar em Calcutá. Lá, na rua, com ajuda da própria sorte fica cerca de dois meses e acaba num orfanato e é adotado por uma família australiana. A segunda parte é quando Saroo já está crescido e começa sua busca para reencontrar a família que perdeu quando criança. Dev Patel faz o garoto já crescido. E como esse ator “cresceu” em sua carreira desde “Quem Quer Ser um Milionário?” (2008). Tanto cresceu que ganhou uma merecida indicação ao Oscar desse ano. Porém achei estranho ser de coadjuvante sendo que ele é o protagonista da história. Enfim, jogos de marketing dos produtores.

        A história é um dramalhão daqueles que em algum momento você sabe que vai se esgoelar de chorar. No meu caso foi no final, que não vou revelar. Apesar de ser um pouco evidente, ou não. Também temos uma Nicole Kidman, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante, que faz a mãe adotiva de Saroo, uma mãe compreensiva e consciente plena de sua adoção, uma luz de sanidade e sabedoria. Consta no elenco uma desnecessária namorada de Saroo interpretada pela sempre magérrima, e isso não é elogio, é um espanto, Rooney Mara que desenvolve bem sua personagem e só.

        Baseado em uma história real com a direção competente do novato Garth Davis o filme além das já citadas indicações conta também melhor roteiro adaptado, trilha sonora e fotografia. Esta é de tirar o fôlego mesmo mostrando lugares não tão bonitos da Índia. Um filme que vale cada minuto assistido em época de cinema caro. Porém, já aviso não é para os “fracos”.



        Um “PS”: O texto foi escrito antes do Oscar e acabou não ganhando nenhum prêmio. Porém não desmerece a beleza do filme. Repito o que escrevi, vale cada minuto em tempos de cinema caro. 

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