segunda-feira, 24 de abril de 2017

Fragmentado - Shyamalan se reencontra

Fragmentado - Shyamalan se reencontra



       
M. Night Shyamalan foi um diretor que subiu tão alto no conceito do público quanto caiu. O ótimo “Sexto Sentido” lhe rendeu até indicação ao Oscar de melhor diretor em 2000 perdendo para Sam Mendes e seu enfadonho “Beleza Americana”. Depois somente filmes de medianos a péssimos. E 17 anos depois temos um filme que não gera insatisfação de público. Li uma crítica especializada sobre “Avatar – A Lenda de Aang” ser desastroso e tudo ser devido a direção de Shyamalan. A crítica acabava com ele como diretor. E ainda dava uma sentença que ele não poderia piorar mais. Segundo outras críticas de seus filmes que seguiram ele piorou. Particularmente acho que Shyamalan tentou o tempo todo um cinema autoral mediante a produtores que não querem isso e sim apenas lucros. E nessa investida não tomou as escolhas tão acertadas. Principalmente percebo que seu grande problema está no roteiro e não na direção. Como na maioria dos filmes que dirige também é roteirista isso o faz se exaltar demais.

       
Gosta de abordar temas ligados a abordagem mítica. Com uma reviravolta que deveria surpreender o público. Porém, nem todo mundo percebe sua tentativa de traduzir os estilos variados de filmes ao seu estilo próprio.

       Em “Fragmentado”, título que soa horrível em português, ele apura um pouco sua técnica. E consegue um efeito de entreter o público na medida certa. O tema clichê é retrabalhando a uma potência maior. Apesar de citar 24 personalidades no personagem Kevin (James McAvoy) poucas aparecem realmente para nós na tela. Com múltiplas personalidades vemos desenrolar o sequestro de três garotas que servirão a um propósito escuso. Paralelamente a história da vida de Casey (Anya Taylor-Joy), uma das sequestradas, nos é revelada. E como em várias outras histórias de M. Night Shyamalan esse paralelismo vai influenciar diretamente na história principal. McAvoy consegue as camadas necessárias para compor um personagem múltiplo eficientemente. Taylor-Joy faz a heroína típica sem expressão que Shyamalan tanto nos impõe.

       
O filme é bom e o roteiro bem trabalhado. Nos convence e nos instiga e até causa um espasmo no estômago pelo suspense. Ponto que andava faltando par os outro
        Interessante perceber que todas as marcas próprias do diretor estão presentes, participação como personagem, lendas atualizadas com um roteiro que tenta ser intenso, jovens (ou crianças) que foram obrigadas a encararem problemas adultos.


      
  Um bônus até que agradável é uma referência no final a outro filme do diretor/roteirista, “Corpo Fechado”, outro nome péssimo do título em português. Com a presença de Bruce Willis, quem não assistiu o filme de 2000 mal vai entender. E algo que não consigo explicar direito é o uso exagerado de amarelos e ocres. Talvez seja pela questão da dissimulação do personagem, da doença/distúrbio que ele possui pode ser a cor preferida do diretor...Vai saber... Essa vou ficar devendo para vocês. Estudarei mais para poder falar a respeito.  


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