sábado, 29 de abril de 2017

Abril - Mês Temático - Filmes Religiosos: O Pequeno Buda

O Pequeno Buda




               
Tecnicamente o mês de Abril acabou e eu deveria já me preparar para o tema de Maio. Contudo, lembrando que me atrapalhei no começo do mês, eu vou discorrer sobre mais dois filmes que estavam previsto e já posto. Como a intenção era fazer um “crescente” entre os filmes cristãos, passando do “devocionismo”, indo pela hipocrisia, resvalando na criticidade, subvertendo com filmes de outras religiões, eu continuo nessa perspectiva.


        O condicionamento dessa linha de pensamento vai ser limitada pela meu espaço de divulgação, pelo tempo, por meu conhecimento e também por meu gosto. Poderia colocar inúmeros filmes que abordam religiões diversas, porém muitas não compartilho afeto. Tanto que iniciei com a cristã pois faz parte de meu repertório de crença. E aqui eu coloco um filme que eu simpatizo muito, não só com a película em si como pela ideologia da religião abordada.


Se Scorcese faz filmes crus aqui temos um Bertolucci que já consegue “assar” mais os filmes e deixa-los suculentos. Vários filmes dele tenho no coração, mesmo faltando tantos outros para assistir. No geral, em sua carreira sólida, ele conseguiu tanto prestígio quanto seu colega de “A Última Tentação de Cristo”. Apesar de recentemente levantarem uma polêmica sobre Maria Schneider e Marlon Brando no set de filmagens de “Último Tango em Paris” com sua conivência.  Em outro momento, se for oportuno retomo esse acontecimento, apesar de não ter assistido.


     
   Até então, na estreia desse filme, eu estava “preso” em uma cidade do interior de São Paulo onde o viés das informações passavam somente pelo crivo da televisão e da cultura dominante. Por sorte fui uma criança e um adolescente não envolto por uma família ferrenhamente religiosa. Pouco se ia a igreja, pouco se falava de Deus em casa. E muito se acreditava em algo maior sem partidarismo.


      
  Então “O Pequeno Buda” foi meu primeiro contato com o budismo. Por ele conheci alguns preceitos e também a história fantástica de iluminação de Siddhartha Gautama, Príncipe hindu que não conhecia o sofrimento e a miséria e inicia uma busca de autorrevelação para iluminar-se através da mendicância inicialmente. E consegue estabelecer princípios que vigoram até hoje nessa religião.


        No filme há um paralelo entre os dias de hoje e a época de Siddhartha. Enquanto os ensinamentos são abordados através da história do Buda acompanhamos a vida do pequeno Jesse que é identificado como a nova encarnação de um lendário e místico Lama (líder espiritual dos budistas no Nepal). E os pais de Jesse acabam convencidos a levar o garoto até o distante país para a verificação.


        É um filme extremamente simpático e gostoso de se assistir. Até didático demais. É interessante notar como vários ensinamentos de Buda já estão incorporados em nossa cultura. O que incomoda um pouco é a necessidade de colocar um americano como “iluminado”. Claro que se o personagem não fosse americano não haveria como os produtores aceitarem a realização do filme ou ainda uma fatia do mercado, bem relevante, se sentir interessado por assisti-lo. 

Data de lançamento: 1 de dezembro de 1993 (França)
Direção: Bernardo Bertolucci
Música composta por: Ryuichi Sakamoto
Autor: Bernardo Bertolucci
Edição: Pietro Scalia
Elenco: Keanu Reeves, Bridget Fonda, Chris Isaak, Ying Ruocheng, Alex Wiesendanger.



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