domingo, 9 de abril de 2017

A Bela e a Fera - Animação x Live-Action

A Bela e a Fera - Animação X Live-Action




Observei algumas pessoas comentarem nas redes sociais que o filme é ruim. O que acontece é que uma animação nunca vai ser totalmente adaptado com atores. Alguns efeitos e ângulos são apenas alcançados. Parece, não quis ler muita coisa antes de fazer minha resenha, que o filme fez alguns enxertos do musical e uma ou outra livre interpretação necessária para se passar a história. Uma animação, ainda mais da Disney, sempre vai passar pelo crivo da recomendação etária.
É pensado em crianças, geralmente. Já o filme é algo que dá para trabalhar mais as camadas dramáticas dos personagens. Não que ache isso o certo, mas é o que ocorre nos moldes americanos. 



O grande problema aqui não é que o “Live-Action” seja ruim, o problema é que se baseou em um material muito bom, ótimo por sinal, a animação de 1991. Foi uma animação tão boa que concorreu ao Oscar de Melhor filme no ano seguinte. E não fez feio perto de grandes concorrentes como “O Silêncio dos Inocentes” (o ganhador daquele ano), “O Príncipe das Marés” e arrisco até a dizer que foi melhor que o enfadonho “JFK – A Pergunta que Não Quer Calar” e o esquecível “Bugsy”. 

Eu lembro que na época da animação eu assisti logo que lançou nas locadoras e não gostei muito. Achei sem graça e monótono e lembro que não só as crianças adoraram, principalmente meninas, mas os pais também. Então como rivalizar com um produto que foi total sucesso em crítica, em bilheteria, em popularidade e continua rendendo nos mesmos quesitos até os dias de hoje, cerca de 26 anos depois. Lógico que se assume o risco. Escala-se um elenco mais jovial, mesmo pecando pela falta de zelo com as músicas, dá a um diretor competente e um trato razoável no roteiro. O filme saiu bem feito, mesmo achando que algumas ações evoluem com rapidez desnecessária. E faz todo um jogo de marketing em cima para apelar ao sucesso da animação. 


O elenco de apoio, ou coadjuvantes, é bem estelar, temos desde Ian McKellen, Emma Thompson, Ewan McGregor, Kevin Kline, Stanley Tucci. E aos bonitinhos e queridinhos Emma  Watson, Dan Stevens e Luke Evans cabem os papéis principais. A grande surpresa fica para Josh Gad que faz Lefou, o servo subserviente de Gaston na animação.
No Live-Action ele assumidamente se mostra com trejeitos homossexuais. Algo que foi tão perceptível que até umas antas fundamentalistas se manifestaram na internet para se boicotar a Disney. Contra a corrupção nunca dizem nada. Enfim...  Gad rouba muitas cenas principalmente de Evans que é muito esmirrado e sem graça para encarnar o vilão. Por certo que Gaston tinha mais força e carisma na animação. Aqui é só um idiota que se acha demais.
Na animação se achava e ele era. A Bela também não convence muito. Por mais que goste de Hermione, digo Emma ela não é “Bela” o suficiente. Ela já possui um cinismo e uma malícia que não cabe ao papel, mas atua muito bem nos limites do roteiro. Já Dan Stevens é loiro de olhos claros. Só.



“A Bela e a Fera” é um filme que agrada mas nunca chega perto da maestria da animação de 1991. O filme fica levemente desprovido de encanto e aura de contos de fadas. Por mais que a animação sempre se mostre menos realista e com traços até simples a beleza de um bom roteiro está lá e a desenvoltura de algo mágico se torna presente. O “Live-Action” não chegou nesse ponto. Porém é bem melhor que “Cinderela” em vários sentidos.  











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