terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Cinquenta Tons de Cinza - Ou de Chatice

Cinquenta Tons de Cinza - Ou de Chatice





        Demorou, mas me rendi e assisti. E não gostei. Há uns dois anos eu tentei ler o livro, mas na página 50 eu desisti. Achei chato e sinceramente vi na personagem Anastasia Steele uma clonagem da Bella Swan de “Crepúsculo”. E qual não foi minha surpresa quando não só vi a duplicata de Bella como também um duplicata mais sofisticada de Edward. Com certeza E.L. James, criadora dos “Tons”, tem mais facilidade e capacidade que a sua colega Stephenie Meyer. Enquanto esta mutila as histórias de vampiros transformando-os em fadinhas cintilantes, James consegue dar uma cor em sua história. Mesmo que literalmente seja só em “tons de cinza".

        Demorou um pouco para me tocar que o título era uma referência a suposta complexidade do personagem masculino que leva o nome de “Grey”, e “grey”, traduzido do inglês, é “cinza”, ou seja, mais uma tradução de título que destrói a intenção do autor e perde o sentido em nossa língua.

        Então vamos ao filme! O mesmo marasmo que senti no livro o filme reproduziu. Mantive a perseverança e só constatei o pior. Tudo bem que é super produzido e tem atores “bonitinhos”. Porém a história é um pouco “blargthx”. Vamos começar pelo Grey. Como um amigo disse certa vez, o homem é feito como alguém rico, bonito, viajado, culto, poderoso e pervertido, só pode ser gay. E realmente, tudo no filme fez ter essa ideia o tempo todo. Esse Grey não pode ser hetero... E como a Madonna tão bem comentou, ninguém chupa tanto uma “pussy” daquele jeito. E que perversão ele tem... Só umas chicotadas e umas cintadas a mais... Ou vocês acham que passar gelo nos mamilos e na barriga é algo fora do convencional? Se alguém achar está na hora de rever os conceitos sobre ser “bom de Cama”.  E tem um contrato, e tem insinuações do que se vai fazer: plug anal, suspensão (com cordas), amarração. E nada acontece. No máximo as cintadas e a coitada já surta e literalmente sai correndo de ódio pela dor. Esse Grey promete muito, e o filme não mostra nada. Tenho amigos que fizeram muito mais nesse fim de semana que a história toda promete... “piss”, “fist”, dominação, leather, suspensão com argolas ou ganchos nas costas,  foram atrás de pigs, enfim. Já a garota, a Anastasia, é uma chata. Não quer aceitar, mas fica louca quando supostamente o Grey passa dos limites. E vai aceitando todos os “presentinhos” sem reclamar verdadeiramente. É o sonho de toda mulher ser “devastada” e ganhar presentes caros por isso???? Acho essa ideia estranha e um pouco perigosa. Tem gente que não consegue separar a realidade e a fantasia. Já ouvi algumas garotas por aí querendo umas “coisas” sado como no livro. Coitadas!!! Sadomasoquismo não é para qualquer um. Principalmente em nosso país, que não é tão libertário quanto se imagina. Já penso no primeiro tapa mais forte que se leva e a garota gritando pelo “Maria da Penha”. Essas coisas são sérias, têm regras próprias, isso o filme mostra. Não é só ir descendo a porrada e está tudo certo. Tem que se ter certeza do que se gosta. E muitas vezes não vai ter um carrão vermelho de recompensa te esperando lá fora se for obediente.


        Saí um pouco do foco, mas esse filme é péssimo. Quer cenas fortes? Passe para outras indicações que estão ululando na internet. Esse filme é um erótico soft para virgens. A verdade é mais suja e dura que isso minha gente. Existe dor, existem marcas, vergões, existem situações que, se não houver experiência, podem dar errado, muito errado. Apesar de que numa cena que o casal negocia o “contrato” a garota simplesmente rejeita tudo que possa atentar contra sua “segurança”. Éhhh... Tudo fica muito chato depois disso. Quer fortes emoções, procure em outro lugar, não aqui. Esse filme é o erro. 





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