Cinquenta
Tons de Cinza - Ou de Chatice
Demorou, mas me rendi e assisti. E não
gostei. Há uns dois anos eu tentei ler o livro, mas na página 50 eu desisti.
Achei chato e sinceramente vi na personagem Anastasia Steele uma clonagem da
Bella Swan de “Crepúsculo”. E qual não foi minha surpresa quando não só vi a
duplicata de Bella como também um duplicata mais sofisticada de Edward. Com
certeza E.L. James, criadora dos “Tons”, tem mais facilidade e capacidade que a
sua colega Stephenie Meyer. Enquanto esta mutila as histórias de vampiros
transformando-os em fadinhas cintilantes, James consegue dar uma cor em sua
história. Mesmo que literalmente seja só em “tons de cinza".
Demorou um pouco para me tocar que o
título era uma referência a suposta complexidade do personagem masculino que
leva o nome de “Grey”, e “grey”, traduzido do inglês, é “cinza”, ou seja, mais
uma tradução de título que destrói a intenção do autor e perde o sentido em
nossa língua.
Então vamos ao filme! O mesmo marasmo que
senti no livro o filme reproduziu. Mantive a perseverança e só constatei o
pior. Tudo bem que é super produzido e tem atores “bonitinhos”. Porém a
história é um pouco “blargthx”. Vamos começar pelo Grey. Como um amigo disse
certa vez, o homem é feito como alguém rico, bonito, viajado, culto, poderoso e
pervertido, só pode ser gay. E realmente, tudo no filme fez ter essa ideia o
tempo todo. Esse Grey não pode ser hetero... E como a Madonna tão bem comentou,
ninguém chupa tanto uma “pussy” daquele jeito. E que perversão ele tem... Só
umas chicotadas e umas cintadas a mais... Ou vocês acham que passar gelo nos
mamilos e na barriga é algo fora do convencional? Se alguém achar está na hora
de rever os conceitos sobre ser “bom de Cama”. E tem um contrato, e tem insinuações do que se
vai fazer: plug anal, suspensão (com cordas), amarração. E nada acontece. No máximo
as cintadas e a coitada já surta e literalmente sai correndo de ódio pela dor. Esse
Grey promete muito, e o filme não mostra nada. Tenho amigos que fizeram muito
mais nesse fim de semana que a história toda promete... “piss”, “fist”,
dominação, leather, suspensão com argolas ou ganchos nas costas, foram atrás de pigs, enfim. Já a garota, a
Anastasia, é uma chata. Não quer aceitar, mas fica louca quando supostamente o
Grey passa dos limites. E vai aceitando todos os “presentinhos” sem reclamar
verdadeiramente. É o sonho de toda mulher ser “devastada” e ganhar presentes
caros por isso???? Acho essa ideia estranha e um pouco perigosa. Tem gente que
não consegue separar a realidade e a fantasia. Já ouvi algumas garotas por aí
querendo umas “coisas” sado como no livro. Coitadas!!! Sadomasoquismo não é
para qualquer um. Principalmente em nosso país, que não é tão libertário quanto
se imagina. Já penso no primeiro tapa mais forte que se leva e a garota gritando
pelo “Maria da Penha”. Essas coisas são sérias, têm regras próprias, isso o
filme mostra. Não é só ir descendo a porrada e está tudo certo. Tem que se ter
certeza do que se gosta. E muitas vezes não vai ter um carrão vermelho de
recompensa te esperando lá fora se for obediente.
Saí um pouco do foco, mas esse filme é
péssimo. Quer cenas fortes? Passe para outras indicações que estão ululando na
internet. Esse filme é um erótico soft para virgens. A verdade é mais suja e
dura que isso minha gente. Existe dor, existem marcas, vergões, existem
situações que, se não houver experiência, podem dar errado, muito errado. Apesar
de que numa cena que o casal negocia o “contrato” a garota simplesmente rejeita
tudo que possa atentar contra sua “segurança”. Éhhh... Tudo fica muito chato
depois disso. Quer fortes emoções, procure em outro lugar, não aqui. Esse filme
é o erro.
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