“Straight”
“Straight” é baseado numa peça de teatro homônima de Scott Elmegreen e Drew Fornarola que eu não faço ideia quem sejam no momento. Contudo, eu evito ler muita coisa para não ser influenciado na hora de eu escrever minha resenha. Produção mexicana que trata do trio Ro (Alejandro Speitzer), Elia (Bárbara López) e Cris (Franco Masini), e te falar que eles são lindos de doer os olhos, principalmente o rapaz que faz o Cris. Contudo vou reclamar aqui de uma coisa que nunca reclamei e nesse filme me incomodou muito. Por mais que o Masini parareça mesmo mais novo que o Speitzer ele não é. E isso faz diferença demais, o diretor, Marcelo Tobar, não se atentou que um homem de seus trinta e poucos, e uma mulher que já tem a preocupaçao de estar chegando aos quarenta possui aparência diferente e os dois atores que fazem um casal não passa verossimilhança. A idade da cara dos dois não condiz com a dinâmica proposta. Ro tem mais de trinta anos, 32 se não me engano, e Cris desconversa, mas está entre 17 e 22 anos. É muito comum homens mais velhos se interessarem por novos. Não conheço as leis do México sobre menoridade mas soa um tanto desconfortável para nós aqui, ou deveria. Principalmente pelo tema transversal que o roteiro/peça evita em confrontar: a responsabilidade afetiva que Ro não tem com Cris. Cris é novo e pouco experiente e se envolte totalmente com Ro que é rico e ainda por cima comprometido com sua namorada, que ele até enrola, mas, ela é uma mulher adulta. É a questão: quem o “Straight”, heterossesual em inglês, vai magoar primeiro para poder dar vasão aos seus desejos? No fim, nós sabemos que homens como Ro escolhem as mulheres e as cozinham em banho-maria o tanto quanto podem e depois largam e vão atrás de viver o que se privaram, ou pior, ficam com vida dupla, principalmente quando a mulher não o supre sexualmente, ele vai lá numa sauna, num parque de pegação ou mesmo contrata um michê. Mas quem somos nós para julgar? Afinal quem julga é Deus...né? E sinceramente o filme faz um esforço enorme para não dar margem ao nosso julgamento mas, se tem uma coisa que é nítido é e a cena de sexo com a mulher ser bem sem graça e as com o Cris serem de deixar o Ro bagunçar o apartamento todo (ele tem TOC para limpeza e arrumação). E antes de uma tórrida noite de sexo, Cris faz um monólogo para por o Ro contra a parede e fazer ele decidir ser o que ele é coloca a música “Puto” do Molotov e com os versos “Marica, nena; Más bien putín, ¿no? ” se pegam dançando “feito homens” e acabam se pegando feito gays no chão e estouram até champanhe.
No dia seguinte Elia chega e até comenta da bagunça que a casa ficou sendo que o namorado é neurótico por limpeza e arrumação. Equanto isso, sorrateiramente Cris coloca a cueca debaixo do edredom no sofa e Ro sai do quarto só de camiseta e cueca. Os olhos veem o que querm quando se ama alguém.
Enfim, eu não esperava muito da produção e tive direito a um filme bem equilibrado sem grandes conflitos. Havia material contudo preferiam pasteurizar para os Heteros não ficarem tão chocados. As atuações estão muito boas principalmento do Masini, que entrega um Cris doce e esperançoso. Não falo mais nada para não entregar o grande spoiler do final. E só lembrando que no mês do Orgulho assistir um filme com essa temática é mais que um clichê, é necessário.
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