Queridos e
amados leitores e leitoras do blog, quanto tempo!
Desta vez a justificativa é que
estive tão envolvido no novo emprego que comecei que mal tive tempo de fazer
outras coisas. E mesmo nessa quarentena não parei até sexta-feira passada de
trabalhar, em casa. Na verdade, tenho que confessar que não tive essa ideia
antes. Farei um diário da quarentena com resenha de filmes ou séries que eu
assisti nesse período. Como já estou no 19º dia de quarentena material não me
falta e vou postando de acordo com a desenvoltura da minha escrita.
Para começar,
eu vi pelo site do Belas Artes que está disponibilizando o catálogo até dia 15
de abril, pelo que ouvi dizer, vocês que lutem, amores, o primeiro filme que
reavivou meu interesse: “O casamento de Muriel”.
Eu o assisti
há décadas, gente não estou sendo exagerado nem metafórico, estou mostrando
como estou velho, é literal isso, que horror! E numa versão dublada bem editada
que passou em algum canal de televisão aberta. E lembro bem da história da
gordinha, a Muriel, que vive em uma espécie de amortecimento social, é oprimida
pela estrutura familiar, principalmente o pai político babaca que ofende a
todos na frente de qualquer um, e sonha com casamento. Possui um grupo de
amigas sebosas, aquelas “populares” que vivem a vida perfeita e também tem o
sonho máximo de suas vidas de casarem. Percebam que não é casar no sentido de
encontrar o amor da vida e sim de ter a festa e o momento de plenitude que um
vestido branco cafona pode causar a uma mulher. Muriel quer o pacote completo,
sem considerar o marido, contudo tem alguns obstáculos a enfrentar: é gorda,
fora do padrão de beleza estabelecido, todas suas amigas são magras e loiras,
não tem atitude, está engessada socialmente dependendo do pai autoritário e de
personalidade expansiva, consequentemente sem dinheiro, morando numa cidade pequena
e sem nenhuma perspectiva pois nunca fora muito boa nos estudos. Até que num
golpe de sorte, um cheque em branco cai em suas mãos e ela decide sair em
viagem para uma ilha paradisíaca que suas amigas iam e a excluíram por não ser
bonita nem popular o suficiente. Encontra lá uma antiga colega de escola que
simpatizando com Muriel a defende das outras revelando propositalmente que uma
saiu com marido da outra na própria festa de casamento. Discórdia das outras
amigas unem Muriel e Rhonda. Ao voltar para casa Muriel percebe que não está
podendo enfrentar aquela vida que tinha deixado ali com sua família e parte
para morar em Sydney. E vai iniciar a jornada de descoberta de si mesma. E não
é que surge a possibilidade de um casamento para ela? Sem amor, arranjado para
ajudar um nadador bonitão com a cidadania australiana, e ela se encanta.
Contudo percebe logo depois de casar, com um tapa da realidade na cara, que
entre o sonho e a vida real há um abismo e nem sempre há um final feliz, ou
mesmo um final fechado na sua história.
Basicamente eu
contei o filme todo, mas assistem se ainda não o fizeram. Toda essa história é
levada num tom leve e cheio de humor. Foi o primeiro filme com a diva Toni
Collette que assisti. Uma atriz subestimada por Hollywood e que mais de uma vez
se mostrou competentíssima em seus papéis. E deu para P.J. Hogan, roteirista e
diretor, o convite para executar “O casamento do meu melhor amigo” filme que
trouxe Julia Roberts de volta do abismo de fracassos que se encontrava.
Se não
assistiu e não é uma pessoa com preconceito com “filmes antigos” esse vale cada
minuto de projeção. Muriel é uma personagem cativante, mesmo com suas
imperfeições. E imagino que muitos se reconheçam nela o que faz o filme mais
delicioso. Eu me reconheçi. Ah! Tem um plus, a trilha sonora cafonamente
deliciosas cheia de sucessos do ABBA. Se hoje em dia, após “Mamma mia!” o grupo
sueco está em alta, na década de 1990, época de lançamento do filme era
considerado bem, bem, bemmmm cafona, só pessoas “velhas”, antigos fãs,
escutavam. E com esse filme foi exorcizada esse estigma e voltou ao gosto do
povo de novo.
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