O destino de uma
nação
Para quem não gosta de filmes
políticos “O destino de uma nação” vai ser frustrante e enfadonho. Já para quem
gosta de filme, de verdade, de ótimas atuações, principalmente do transfigurado
Gary Oldman, esse é o filme. Falas, gaguejos e situações onde a força e as
fraquezas do personagem são exploradas estão abundando neste filme. Churchill é
uma figura emblemática na luta de resistência ao nazismo.
“O destino de uma nação” tem como
título original “Darkst hour” que literalmente é traduzido como “hora mais
escura”. Imagino que não usaram esse título para não se confundir com o filme
de mesmo nome de 1992 sobre uma agente da CIA que caça Bin Laden. É uma pena,
pois somente com o título em inglês podemos ter mais clareza, olha a ironia, da
escuridão que é o filme em tela. Toda a fotografia do filme é envolta em
sombras e escuridão. É literalmente os momentos de dúvida que Churchill enfrentou
antes de convocar toda a nação para a guerra. A esperança dos ingleses era de
que nunca seriam alcançados numa guerra ou invadidos de forma fácil pelo país
estar numa ilha quase isolada do restante da Europa.
Porém os tempos mudaram e
as estratégias também. Hitler está às portas do Reino Unido e por uma falha do
primeiro-ministro anterior desguarnecida. Elevado ao cargo para enfrentar uma
situação delicada vemos um Churchill que não foge da tarefa, o contrário do seu
oponente político, Halifax (Stephen Dilane), que não vê vantagem em assumir o
cargo neste conturbado período, mas insiste em querer dar as cartas para que se
assine um tratado de paz, mesmo que para isso precise dar um golpe no
primeiro-ministro escolhido. Diferente do Brasil, os ingleses, tanto os de
classe alta, média e até mesmo os mais pobres, conseguiram perceber que se
Churchill era um mal, naquele momento se fazia necessário. E ele faz uma coisa
que nossos políticos esquecem, propositalmente, que é consultar o povo. Ele
deixa de lado seu carro e motorista e vai andar pelo metrô e lá percebe a garra
do povo, e a consciência política, coisa que aqui é um tanto controversa. O
povo deixa claro que prefere lutar a se render através de um tratado de paz com
o posteriormente considerado um dos maiores tiranos de nossa história
contemporânea. Claro que nada é tão claro quando se está passando pelo
problema. E os políticos ingleses não sabem como agir. E somente com a
perspicácia e oratória de Churchill é que vão perceber o erro que seria um
tratado de paz. Como sabemos pela
história, a Inglaterra consegue a vitória nessa primeira guerra com a
articulação do primeiro-ministro.
Atuação de Oldman é fenomenal. Digna de suas
indicações e vitórias de vários prêmios. Está irreconhecível como o primeiro-ministro
britânico. O tempo todo minha mente se perdeu e desassociou o ator do
personagem. Seu balbuciar, seus muxoxos, suas empostação de voz calculadas e
feitas para convencer a plateia foram perfeitos. Sua caracterização está
perfeita. A direção é exímia e o roteiro certeiro. Consegue, com todos os
elementos juntos, ilustrar algo que não é tão fácil ao público médio: explicar
os trâmites políticos de uma situação complexa de um país do nível da
Inglaterra. A construção de época é notável, o figurino, apesar de predominar
ternos pretos, é bem competente. Todos os elementos criam um ótimo filme que
vale assistir. E repito, só para quem gosta de filmes políticos e de atuação.
Ação é outro departamento.
Gosto muito de assistir esses filmes
que não ficam atrás de atores festejados pela indústria. Dão-nos oportunidade
de ver em primeiro plano profissionais que sempre ficam como coadjuvantes
obsoletos em outros tipos de filmes. É extremamente constrangedor ver um
monstro do cinema tento que assumir um personagem secundário em alguma franquia
para se mostrar ao público mais novo que anda se mostrando incapaz de assistir
algo que tenha sido gravado antes de 2010. Não culpo a geração. Se há algum
culpado é a própria indústria que gera essa necessidade eminente de filmes
novos e estrondosos. Também não vejo como algo negativo. É algo que está aí e pronto.
Enquanto isso vemos disparidades de filmes e atuações. O que também enriquece o
nosso entretenimento. Porém, entretenimento com um pouco de conteúdo é mais instigante...
Ou deveria ser!
Me parece muito interessante os filmes por que são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador. Desde que vi o elenco de O Destino de uma Nação imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, pessoalmente eu irei ver por causo do atriz Lili James, uma atriz muito comprometida. Eu a vi recentemente em Em Ritmo de Fuga. É uma historia que vale a pena ver. Para uma tarde de lazer é uma boa opção. A direção de arte consegue criar cenas de ação visualmente lindas.
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