sábado, 1 de julho de 2017

Julho (Junho): Mês Temático - Filmes LGBTs - Garotos de Programa

Garotos de Programa









                Como já disse, trabalhei numa locadora nos anos de 1990. E entre tantos títulos havia esse, “Garotos de Programa” com dois atores bonitos e bons: River Phoenix e Keanu Reeves. Keanu nos assola até hoje com seus filmes já River morreu de overdose em 1993. Esse filme, para se ter uma noção da precocidade da morte de River, estreou em 1992 no Brasil. Assim que pude eu assisti e gostei muito.
           

     Neste filme seguimos um recorte da vida de Mikey Waters (River Poenix)  que é um garoto de programa com narcolepsia, distúrbio que o faz dormir de repente.  O cotidiano duro de Mikey faz com que anseie por uma boa companhia, mas seus clientes o usam, pagam e vão embora. Sua carência é representada pela procura perene de uma mãe perdida. Quando aparece em sua vida Scott Favor (Keanu Reeves) que se torna um amigo. Porém, um afeto mais íntimo não é desejo de Scoot que não se “identifica” com a homossexualidade suja das ruas e só está na vida para desagradar o “pai” rico.  E como sempre parece acontecer no jogo de amor, o que se apaixona é o mais vulnerável, Mikey fica evidentemente em desvantagem diante de Scoot e sua narcolepsia não ajuda nem um pouco.


               Na época que assisti estava morando numa pequena cidade e essa temática era tão longínqua que não vi aquilo como nada além de ficção. Passados bem uns 20 anos, e morando em um grande centro urbano, percebo que aquela realidade é mais presente que deveria. Como bom observador, noto os inúmeros Mikeys se perdendo em seus distúrbios narcolépticos, uma metáfora para drogas ou outros escapismos, e apaixonando-se por Scoots que só estão ali para contrariar algo, mas são bancados, material e afetivamente, por “pais”. Não entenda com um peso de julgamento o que acabei de escrever. Por mais que pareça não julgo só observo. Não acho que nessa dialética haja um “bonzinho” e um “malvadinho”.  O interessante mesmo é que um filme de 1992 ainda seja tão representativo em 2017. Por certo que é um filme amargo e esquecido. A tendência é querer assistir outros filmes mais “leves”. Para quem gosta de cinema, é um bom exemplar do segmento gay dirigido pelo sempre instigante Gus Van Sant que imprime uma direção forçadamente crua e com pretensa neutralidade.


            

    Assista. Vale para enriquecer seu arcabouço cultural. Não espere um “happy end” e nem espere ver uma cena tórrida de sexo. Van Sant é sofisticado demais para promover algo desnecessário.   

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