sexta-feira, 30 de junho de 2017

Junho: Mês Temático - Filmes LGBTs - Orações Para Bobby

Pequena justificativa injustificável: Gentchxs! Como postei outro dia aqui mesmo no blog meu notebook partiu desse plano físico. Sua carcaça jaz sobre meus livros e materiais variados de escritório. Um exoesqueleto daquilo que foi meu parceiro durante quase 5 anos. Não há perspectiva de retorno. Nem a fé no redivivo consegue ressuscitá-lo. O ultimato já fora dado na última formatação há mais de um ano e meio... Vá em paz com todos os meus textos (que por sorte fiz backup) em seu coração e descanse no paraíso eterno dos notebooks. Somado a isso acrescento mudanças drásticas nos meus horários no trabalho (essa sempre me atrapalha muito) e a minha outra velha e não tão querida companheira, a preguicinha, que insiste em causar tormentos perenes...
E por intermédio disso, não iniciarei a temática de julho sem concluir junho. Ou vocês acham que perderia a chance de jogar camadas e mais camadas de cores iridescentes no blog? Afinal a causa é séria, o Brasil é um dos países mais intolerantes com a comunidade LGBT do mundo. Umas das “siglas” que mais sofre é a “T” e nada é feito. Autoridades fecham os olhos e fingem não notar.
E um caminho para mudança é assumir que os problemas contra a comunidade LGBTs existem. E para reconhecer que os problemas contra os LGBTs existem é necessário admitir  que a comunidade LGBT existe, é necessário mostrar, divulgar, e não esconder e negar sua visibilidade. O reconhecimento cultural se faz necessário. Bom, vamos ao comentário do filme da vez.



Orações para Bobby








                Algumas coisas são tão clichês na vida real, porém nem sempre são representadas no cinema, ou neste caso, na televisão. Ou quando são representadas não atingem o status que mereceria. A temática de “Orações para Bobby” é muito clichê na vida real. Tanto que a história se baseia em um fato real. E mesmo que não fosse, milhares de outros casos similares dariam o aval de veracidade ao tema.  Um jovem que nasce em uma boa família cristã sabe que é gay e pressionado para se “curar” dessa “doença” (homossexualidade não é doença) vai morar longe de todos. Sem o apoio necessário de seus entes queridos com sua sexualidade e ainda pressionado para se curar não consegue segurar as pontas e suicida-se. A mãe tenta de todas as formas entender o motivo de suas orações não surtirem efeito e Deus não “livrar” Bobby de sua homossexualidade, algo repugnante condenado pela bíblia. A mãe Mary, interpretada por uma ativista de peso, Sigourney Weaver, entra em crise e percebe o óbvio: era melhor ter o Bobby vivo e gay do que morto através de um suicídio. Não há pastor protestante que a conforte e sua única saída é começar a entender melhor o que Bobby passou e, é aí que as orações que tanto tinha feito a Deus surtem efeito, e aceitar que seu filho, independente da orientação sexual, era só seu filho e merecia amor que ela não deu. Deus só queria que ela percebesse que o amor suplanta tudo. E que se ela achava um “desvio” ser gay, isso não deveria ser motivo para pressioná-lo. A tolerância também deveria ser atributo de bons cristãos. Afinal é bíblico, se não me engano o “amar ao próximo” embarca essa tolerância...

             
   Como Mary existem inúmeras mães que fazem o mesmo ou até pior. Conheço casos de histórias dramáticas de incompreensão familiar devido a um livro de capa preta mal interpretado. E “capa preta” não é o livro de magias de São Cipriano. É algo que deveria celebrar a vida que tanto foi valorizada, supostamente, pelo ato de um homem judeu, que diziam ter uma alma divina, se entregar numa cruz em sacrifício.


               
“Orações para Bobby” é um filme pequeno e um pouco piegas feito para a televisão, mas que cumpre o papel de denúncia a uma atitude cristã, para variar, hipócrita. É absurdo o número de pessoas religiosas que acreditam, como a mãe de Bobby, numa cura para o a homossexualidade . Até existe uma cura, mas não para a homossexualidade. A cura é para a intolerância e hipocrisia e se chama respeito. E informação também ajuda



Direção: Russell Mulcahy
Música composta por: Christopher Ward
Produção: Damian Ganczewski

Elenco: Sigourney Weaver, Ryan Kelley,  Henry Czerny,  Austin Nichols,  Dan Butler.

Os verdadeiros Babby e Mary




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