quinta-feira, 13 de julho de 2017

Série: Glow

Glow



                A Netflix acertou a mão em várias empreitadas. Com “Stranger Things” ela aflorou a ânsia e desejo nostálgico por um período ainda pouco explorado no entretenimento, os anos de 1980. Todos os adultos de agora, na faixa dos 40 anos viveram sua infância neste período. Então é óbvio que as pessoas vão querer ver coisas associadas a essa época. Alguns filmes hollywoodianos já sacaram isso e tentaram emplacar. A Netflix, com seus algoritmos mágicos e cabalísticos, percebeu e conseguiu a um custo menor produzir séries que remetem essa época. E “Glow” parte desse princípio de nostalgia.

O cineasta decadente Sam Sylvia (Marc Maron) para financiar um projeto decide dirigir um novo programa para televisão, um programa de luta livre com mulheres. Algo não feito ainda. Convoca um grupo de mulheres de todos os biótipos para seu intuito. Entre as suas convocadas estão a desempregada, frustrada e apagada atriz Ruth (Alison Brie) eu sua melhor amiga que se torna sua inimiga Debbie (Betty Gilpin).
Essa inimizade surge por Ruth ter dormido com o marido de Debbie. Além de enfrentar uma crise pessoal na vida, Debbie, está com um filho recém-nascido e ainda amamenta. E pressionada pelo marido se afasta da carreira de atriz, do qual também estava sendo boicotada pelo sistema machista que não consideram mulheres dignas de bons papéis na televisão. Ruth também sofre com esse processo massacrante que em parte é o grande desencadeador de suas frustrações e escolhas erradas.
Um grande elenco de mulheres também é escolhido para a nova produção que consistem em mulheres fazendo luta livre. Todas são levadas a um hotel de terceira para treinar e iniciar o piloto do programa. E surgem os conflitoss. Disputa de poder, desentendimentos financeiros com o produtor inconsequente. Inabilidade no processo de treino. E o atrito entre Debbie e Ruth se acentua e vários dramas particulares se estabelecem entre os personagens.



                A proposta de “Glow” é ser uma comédia que revive o clima oitentista. O que cumpre até certo ponto. O humor não é rasgado e fica mais com cara de uma novelinha dramática do que realmente algo humorística. E o marketing usado pela Netflix é mais glamoroso que o retratado nas propagandas. O que acaba criando uma expectativa que é frustrada por não vermos representado na tela o que foi prometido. Por todo o contexto a série não é ruim, mas ainda está longe de ser a melhor do gênero. O que auxilia é a aura simpática que assume. Se lhe falta brilho, tem-se muita simpatia. Não há personagens marcantes apesar de algumas tiradas boas. No geral é uma série para se perder algumas horas se não tiver nada melhor para assistir. 



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