Avatar: A lenda de Korra: Livro 2, 3 e 4 (Espíritos, Mudança e Equilíbrio)
São quatro temporadas
que dão uma nova visão ao mundo dos desenhos animados comerciais: “Livro 1 :
Ar”, “Livro 2: Espíritos”, “Livro 3: Mudança”, “Livro 4: Equilíbrio”. Como já
comentei sobre a primeira temporada em outra resenha e fiz as devidas
apresentações também vou me esquivar de falar diretamente da história. Só
rapidamente o que acontece em cada temporada para saber onde estamos nos
metendo. Então prepare-se para spoiles leves.
Na primeira temporada
“Livro 1: Ar” Korra, a Avatar, único ser humano que pode dominar (dobrar) os
quatro elementos clássicos da natureza, tentava aprender a controlar suas
emoções para conquistar o elemento ar e é obrigada e enfrentar ao mesmo tempo
um vilão que quer livrar os seres humanos que não possuem poder nenhum do
domínio dos que dobram os elementos. Nessa empreitada conhece o trio de amigos
que irão acompanhá-la de perto na série: os irmãos Mako e Bolin, lutadores de
um esporte popular que se utiliza da “dobra” e Asami Sato, filha de um
industrial criador dos “satomóveis”, um versão do mundo paralelo de Avatar para
os automóveis. Além desses personagens
outros são apresentados e terão maior ou menor destaque de acordo com o
desenrolar da história. Na segunda
temporada, “Livro: 2 Espíritos”, Korra já dominou o ar e agora enfrenta outro
vilão que quer libertar um espírito primordial, Vaatu, o princípio do caos e da
destruição, e aniquilar Raava, o
espírito oposto, do equilíbrio e ordem. No processo desencadeia a abertura dos
portais para o mundo espiritual e isso dá margem para a temporada seguinte.
“Livro 3: Mudança” vai tratar justamente desse mundo que se transformou com a
abertura do portal e o fim da separação dos espíritos e dos humanos. Considerada
a melhor temporada, o que eu também achei,
a mais criativa e com roteiro mais “redondo”, e aqui outros vilões se mostram
na forma de um grupo que quer destruir não só a Avatar como também todos os
líderes mundiais promovendo a anarquia. E finalizando essa série, temos a
última temporada “Livro 4: Equilíbrio” onde toda a desordem promovida na
temporada anterior vai levar ao poder uma tirana tão perigosa quanto todos os
outros vilões da série.
Gostaria muito de
fazer uma análise do perfil de cada personagem principal, mas ficaria inviável
no momento. Então só comentarei de forma geral essas temporadas.
É um desenho de
produção norte-americana que tem características dos animês japoneses (sei que
fui redundante). Tem todas as características típicas: caretas, humor,
personagens falastrões e muita violência. Nada além para os que estão
acostumados a assistir “Dragon Ball Z”, “Naruto”, “Cavaleiros do Zodíaco” entre
outros. O mais gostoso é que os roteiristas e criadores (Michael Dante
DiMartino e Bryan Konietzko) usaram toda uma mitologia oriental, com uma forte
influência chinesa, mas deram pitadas de situações bem contemporâneas num ritmo
próprio dos americanos sem enrolações tão comuns a esse tipo de desenho. O
mundo mítico de Korra é só uma releitura de nosso próprio mundo com um pouco de
magia. Como já disse é impossível não ver na Cidade da República uma Nova York
de 1910-1920 de nossa era. E no Reino da Terra é evidente uma China pré-revolução
socialista. Mas pode ser meramente uma visão de um Oriente idealizado como
centro do mundo, deixando de lado um pouco a Europa e a América. Outro ponto instigante
de perceber é que em alguns personagens existem o arquétipo típico de alguns
países pelo mundo. Deixando essa especulação de lado, a série é sim violenta.
Porém contem um monte de situações que justificam isso e as motivações para as
lutas nem sempre vão pelo caminho mais fácil. Dão uma diversidade temática
digna de grandes épicos. É retratado situações de golpes de estado, brigas
familiares, transtornos sociopatológicos, espiritualidade, mesquinharia, amor,
fidelidade, lealdade, política, transtornos pós-traumáticos, quebras de
paradigmas, força interior para se dar a volta
por cima, amizade e para espanto de todos, por ser uma série “infantil”
vinculada a um canal infantil (Nickelodeon), a questão da sexualidade.

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