segunda-feira, 31 de julho de 2017

Julho (Junho): Mês Temático Filmes LGBTs - Finalizanado o Mês LGBT

Finalizando o Mês LGBT


                Sim meus amigos, estou atrasadíssimo e em falta... Mas aqui vai.
                Pensei muito e decidi que o último comentário não seria de um único filme e sim de vários, e que no momento adequado comento cada um individualmente.
Depois do sucesso de “Filadélfia”, “Priscilla, a Rainha do Deserto”, “O Segredo de Brokeback Montain” e “As Horas”, houve um “bum”, que ainda é deficitário em relação aos filmes “heteros”. E o mais inusitado é que até um reality gay conseguiu uma audiência estrondosa, “Rupaul's Drag Race” onde drags queens se digladiam em dublagens cada vez mais apoteóticas. Eu até já comentei sobre o programa, confira aqui no limk: link http://assuntocronicoviniciusmotta.blogspot.com.br/2016/04/rupauls-drag-race-um-reality-de-vinhadu.html .
               
Entre os filmes que surgem após esses citados temos outros tantos ganhadores ou concorrentes de inúmeros prêmios, do Oscar até os prêmios alternativos mais conceituados do mundo. “Milk – A Voz da Igualdade” deu o segundo Oscar a Sean Penn e ainda valeu uma indicação a Coadjuvante a Josh Brolin. O filme segue a vida do ativista gay Harvey Milk que chega a um cargo importante na política dos EUA e ironicamente é assassinado por seu antagonista político Dan White, que lutava contra as conquistas da comunidade LGBT. Temos um James Franco bem inspirado e um punhadão de atores bons da nova geração que aceitaram de bom grado participar do filme. Seja por importância do projeto, seja por serem eles mesmos simpatizantes ou participantes da causa.
              
  “Mistérios da Carne”, um filme bem anterior a “Milk”, mostra a fatídica situação de um garoto de programa que se reencontra um amigo de infância que acha que foi abduzido por alienígenas, mas o passado de ambos se mostra muito mais terreno e terrível que ele poderia supor. Esse filme acabou definitivamente com o estigma de Joseph Gordon-Levitt de ator teen. Na época atuava na série televisiva de comédia “3rd Rock from the Sun” e fazia um adolescente. Pesado e com drama bem contundente. Pouco conhecido em circuitos mais populares.
           
“Minhas mães e meu pai” pasteurizou a temática lésbica. O casal branco de mulheres bem sucedidas vividas por Annette Bening e Julianne Moore que possuem em comum o mesmo doador de sêmen para a concepção dos dois filhos e enfrentam a curiosidade de ambos para saber sobre quem é o pai. E a confusão se instaura quando esse doador, vivido por Mark Ruffalo tenta se aproximar demais da família causando um abalo nos relacionamentos de todos.
            Ainda com Mark Ruffalo, que andou se posicionando a favor das causas LGBTs, temos “The Normal Heart”. Filme, feito para a televisão, do aclamado diretor e criador de tantas séries de sucesso Ryan Murphy que ainda angariou a participação de Julia Roberts.
O filme é muito clínico, quase documental sobre o surgimento da recém descoberta epidemia de AIDS. A comoção, os preconceitos e a preocupação da comunidade gay que ainda não entendia o que acontecia estão retratadas nesse filme de uma forma digna e sem apelações desnecessárias.
               
Com a mesma temática temos “Clube de Compras Dallas” e tragando da causa transgênera “Garota Dinamarquesa”, ambos já resenhados também: http://assuntocronicoviniciusmotta.blogspot.com.br/2014/01/resenha-de-filme-clube-de-compras.htmlhttp://assuntocronicoviniciusmotta.blogspot.com.br/2016/01/garota-dinamarquesa-e-45-anos-franqueza.html . E por fim só vou recordar da preciosa joia que é “Tangerine”.
Também já comentei sobre ele. É um feito realizado apenas com celulares, aplicativo de saturação de imagem e um dispositivo desenvolvido para que a imagem não balançasse tanto. Também consta a resenha aqui no blog, http://assuntocronicoviniciusmotta.blogspot.com.br/2016/01/tangerine-vai-depender-do-tanto-de.html .
                Bom, existem inúmeros filmes de temática LGBTs que mereciam ser citados, além de séries, porém deixo para uma próxima. E veremos que haverá pra o próximo mês. Lembro que Julho era minhas férias e acabei trabalhando num projeto de um amigo e pouco tempo tive para uma temática no blog. E aguardem que amanhã já saberão o tema novo.









terça-feira, 25 de julho de 2017

7 Desejos - Terror "B"...

7 desejos



Eita!!!!
Já me encontro na reta final das férias escolares, porém, estive trabalhando muito para um extra. Aqui, em terras mineiras, terra do leite, café e pão de queijo fiquei um pouco preso e nada de filmes nem séries. Outro dia que consegui falar um pouco de “Glow”, série da Netflix e nada mais.
Fui ao cinema num shopping daqui, sala “vip”, aquela que a poltrona vira um leito igual de ônibus, um luxo (des)necessário para mim. Mas admito que ter uma “mesinha” de notebook para colocar a pipoca, refrigerante, celular, ferro de passar roupas, e um micro-ondas na frente é muito cômodo.

E uma sala tão nobre, um filme capenga.  Fui assistir ao terror “B” “7 Desejos”. E já descobri que esse “B” é de “bosta”. E não no bom sentido. Têm filmes “Bs” que são Cults, ótimos. Esse pode um dia virar Cult, hoje só é bosta mesmo. A temática é batida, uma garota que encontra um artefato místico de um país longínquo que lhe concede desejos mas em troca pede um “tributo de sangue”. Se fosse aqui tudo se resolveria com uma galinha ou um bode, uma pinga, farofa, charutos e pimentas... Mas estamos falando de EUA e o sangue tem que ser humano, não espera, tem uma “vitima” que contradiz isso que acabei de escrever... Bom, não é para ter lógica, afinal é  um filme “B”.

Até acho essa premissa do filme interessante. Ao ser executada de forma indigna só refestela o filme no mais baixo nível de tédio patético. Lembro-me de um filminho bacana e descolado, para a época, que usou essa temática de “desejos mágicos” lá em meados dos anos de 1996, “Jovens Bruxas”. Se lá era o universo que cobrava as magias contra os inimigos das jovens, aqui, é um demônio chinês que cobra o seu preço em sangue e alma. Porém em momento algum ele aparece. Nem uma folhinha ele balança. Ele só faz o artefato, que é uma caixinha de música, tocar uma canção, ocidental demais para meu gosto, e as coisas mais fantásticas e ridículas vão acontecendo. Algo ao estilo de “Premonição”, forçado e apelativo. Pelo menos 98% das mortes são previsíveis. Mesmo quanto tentam nos ludibriar colocando ao mesmo tempo dois personagens em perigo em cenas diferentes. 

Como sempre, em pelo menos a maioria dos filmes desse tipo, o roteiro é cheio de furos. Enquanto as mortes do “tributo de sangue” permanecem entre entes e conhecidos queridos da menina, personagem principal, eu até tento entender a intenção. Quando morre uma personagem que ela sequer sabia pronunciar o nome a farofada se estabelece e nada feito. O filme que já estava capenga desmorona. Nem a presença de Shannon Purser ajuda. Não sabe quem é Shannon? Ela foi a Barb em “Stranger Things”. Não sabe o que é “Stranger Things”? Em que mundo você vive??? Dá uma olhada aqui ó => http://assuntocronicoviniciusmotta.blogspot.com.br/2016/07/stranger-things-1983.html . Bom, Barb não está bem no filme, a coitadinha é bem ruinzinha em cena. Mas tem o Ryan Phillip... Não sabe quem é o Ryan Phillip???  Bom, deixa prá lá...


Para quem gosta desse estilo vale tentar assistir. Eu fui mais pela companhia do que pelo interesse no filme. E só reafirmou o quanto tenho razão em evitar alguns tipos de produções. 


quinta-feira, 13 de julho de 2017

Série: Glow

Glow



                A Netflix acertou a mão em várias empreitadas. Com “Stranger Things” ela aflorou a ânsia e desejo nostálgico por um período ainda pouco explorado no entretenimento, os anos de 1980. Todos os adultos de agora, na faixa dos 40 anos viveram sua infância neste período. Então é óbvio que as pessoas vão querer ver coisas associadas a essa época. Alguns filmes hollywoodianos já sacaram isso e tentaram emplacar. A Netflix, com seus algoritmos mágicos e cabalísticos, percebeu e conseguiu a um custo menor produzir séries que remetem essa época. E “Glow” parte desse princípio de nostalgia.

O cineasta decadente Sam Sylvia (Marc Maron) para financiar um projeto decide dirigir um novo programa para televisão, um programa de luta livre com mulheres. Algo não feito ainda. Convoca um grupo de mulheres de todos os biótipos para seu intuito. Entre as suas convocadas estão a desempregada, frustrada e apagada atriz Ruth (Alison Brie) eu sua melhor amiga que se torna sua inimiga Debbie (Betty Gilpin).
Essa inimizade surge por Ruth ter dormido com o marido de Debbie. Além de enfrentar uma crise pessoal na vida, Debbie, está com um filho recém-nascido e ainda amamenta. E pressionada pelo marido se afasta da carreira de atriz, do qual também estava sendo boicotada pelo sistema machista que não consideram mulheres dignas de bons papéis na televisão. Ruth também sofre com esse processo massacrante que em parte é o grande desencadeador de suas frustrações e escolhas erradas.
Um grande elenco de mulheres também é escolhido para a nova produção que consistem em mulheres fazendo luta livre. Todas são levadas a um hotel de terceira para treinar e iniciar o piloto do programa. E surgem os conflitoss. Disputa de poder, desentendimentos financeiros com o produtor inconsequente. Inabilidade no processo de treino. E o atrito entre Debbie e Ruth se acentua e vários dramas particulares se estabelecem entre os personagens.



                A proposta de “Glow” é ser uma comédia que revive o clima oitentista. O que cumpre até certo ponto. O humor não é rasgado e fica mais com cara de uma novelinha dramática do que realmente algo humorística. E o marketing usado pela Netflix é mais glamoroso que o retratado nas propagandas. O que acaba criando uma expectativa que é frustrada por não vermos representado na tela o que foi prometido. Por todo o contexto a série não é ruim, mas ainda está longe de ser a melhor do gênero. O que auxilia é a aura simpática que assume. Se lhe falta brilho, tem-se muita simpatia. Não há personagens marcantes apesar de algumas tiradas boas. No geral é uma série para se perder algumas horas se não tiver nada melhor para assistir. 



quarta-feira, 12 de julho de 2017

Julho (Junho): Mês Temático - Filmes LGBT - As Horas

As Horas








        Eu sinto um pouco desconfortável em falar da sigla “L” do LGBT. Por isso acabei por adiar o máximo possível. Não que as lésbicas não mereçam total apoio e visibilidade. Porém, mais que os outros grupos, ou melhor, exclusivamente este grupo recebe a pressão indesejável de um fator degradante da indústria cinematográfica: a fetichização.

        O grande “sonho” de alguns homens é ter a possibilidade de duas garotas em suas camas interagindo. Mesmo que ele fique um pouco de escanteio. Isso deixa esse grupo objetificado pelos roteiristas e diretores. Não se vê tantos filmes gays ou sobre transgêneros por esse motivo. O homem médio americano, geralmente branco e conservador, não se sente confortável com dois homens se pegando, mas se excita com duas mulheres e nem sofre crise em sua moralzinha cristã frágil. E por isso vários filmes inflam o peito com marketing  pseudoengajado com a questão de ser LGBT mas no fundo são histórias feitas para excitar homens cisgêneros e heterossexuais. Somente quem não entende direito do que uma mulher necessita, e principalmente a dinâmica sexual de uma mulher lésbica, é que faz os absurdos que vemos em vários roteiros por aí. Os roteiristas homens jogam de toda a forma o lesbianismo para a bissexualidade, pelo menos no campo do imaginário para poderem se colocar no meio de uma relação entre duas mulheres. O que acho um pouco simplista, pois mulheres lésbicas, pelo menos as poucas que conheço, tendem a ser muito ciumentas em seus relacionamentos. Não quero generalizar e sei que há muita gente que é bissexual. Mas sei também que muitas vezes as mulheres pelo histórico de dominação masculina não puderam exercer sua sexualidade de forma plena e livre tendo que se camuflarem de algo que não eram.

        Por isso, e eu não sei se consegui me explicar adequadamente, sempre fico com um pé atrás com filmes lésbicos feitos por produtores e diretores homens. E “As Horas” é em sua totalidade produzido, redigido e dirigido por homens. Porém, é uma história de mulheres bem fortes. O filme perpassa por um campo bem interessante fugindo do esteriótipo erotizador que tanto há em outros filmes de temática lésbica.

        São histórias em tempos diferentes de três mulheres intimamente ligada ao livro“Mrs Dolloway” de Virginia Woolf. A própria escritora é uma das três mulheres representadas e magistralmente interpretada por Nicole Kidman. Virgínia está envolta com a escrita de seu livro e já mostra sua angústia que a levou ao suicídio. Se sente sufocada por convenções de sua época. Não consegue abstrair do peso que sente em viver. Está em crise forte de depressão no início do século passado, 1923 na Inglaterra. A outra mulher, situada no início dos anos de 1950, em Los Angeles – EUA, sente o peso de ser dona de casa, é Laura Brown, encarnada por outra atriz formidável, Juliane Moore, lê a história de sua antecessora suicida e tomando as dores da personagem do livro também entra em crise existencial. Está grávida e vivendo uma vida que não quer. Sua fuga sem explicação deixa marcas profundas com desdobramentos que afetam, no início dos anos 2000, diretamente a vida de Clarissa Vaughn, que nem vou adjetivar, pois é interpretada por Maryl Streep, mulher independente que vive uma situação similar ao livro, assim como Mrs Dalloway, também prepara uma festa. O mais instigante é que podemos estabelecer esse tríptico, Virginia escreve a história, Laura lê e assimila a história modificando sua vida, e Larissa é a própria “Mrs Dolloway”, pois vive a história de uma forma mais contemporânea.

       
          As interpretações são bárbaras, estonteantes, é até injustiça somente Kidman ter recebido o Oscar de melhor Atriz por esse filme. Pelo menos o Festival de Berlim fez jus às três interpretações e as premiou com o Urso de Prata. O Oscar não sabe lidar com “empates” técnicos.


        E onde está a temática “L”? Bom, apesar de Virginia ser heterossexual e casada com homem, ela sente o peso de ser mulher em sua época. Laura começa a perceber a possibilidade de se libertar das convenções masculinas, tanto que beija sua vizinha Kitty (Toni Collette) num ato desesperado de retomar as rédeas de sua vida, se é que algum dia teve. E Clarissa, bom ela é moderna, sofisticada e vive feliz casada com outra mulher. Ela colhe os frutos das lutas feministas, mesmo sua vida não sendo fácil. Se há um pouco de liberdade em qualquer grupo em viver sua sexualidade de forma mais livre sempre é graças a grupos anteriores que vivenciaram as dificuldades de forma abstrata, ideológica e prática e se rebelaram contra o estabelecido. Clarisse é a síntese do que foi a luta feminista até o momento de conclusão do filme. 

Direção: Stephen Daldry.
Roteiro: David Hare.

Elenco: Nicole Kidman, Meryl Streep, Julianne Moore, Ed Harris, Claire Danes, Toni Collette, Allison Janney, John C. Reilly, Miranda Richardson. 

terça-feira, 4 de julho de 2017

Filme da semana: Mulher Maravilha

Mulher Maravilha



Crianças, esse trecho que se tornou o primeiro parágrafo é um enxerto que fiz agora. Todo o restante já foi escrito há 21 dias. O nível de trabalho subiu tanto nas últimas semanas que só consegui me dedicar ao blog de novo agora nas férias. E como estou com resenhas atrasadas! Então, neste mês de férias, vou “subverter”, no bom sentido, o projeto “Mês Temático”. Espero que seja no bom sentido mesmo. Não vou ser rígido dessa vez com o esquema definido nos demais meses, pois estou de férias. E nas férias seguir regras é um pouco desconfortável. Na verdade seguir regras em qualquer época do ano não é a melhor coisa do mundo. Mas me permitam esse luxo. Não que deixarei de lado a proposta do blog, só estou de férias e só neste período. Apenas isso. Postarei aleatoriamente tudo o que der para fazer comentário para vocês. Já estou com um monte de coisas que vi e logo vou transformar em textos para o blog. E vida que segue... Então, vamos ao que interessa.
             
   Eu sempre gostei da Mulher Maravilha. Minha idade permitiu assistir alguns episódios da antiga série de televisão com Lynda Carter no papel da poderosa Diana que ousava usar apenas um maiô, braceletes e uma corda para combater o crime. Sem contar o desenho dos “Superamigos” da Hanna-Barbera. Confesso que, por minha idade, gostava mais do desenho que da série. Na animação a voz potente de Ilka Pinheiro dava um poder à personagem negado sempre pelo roteiro um tanto machista.
                Então começou a onda de filmes baseados em heróis dos quadrinhos. Vieram uns que não deram certo e outros que deram. Uns foram ícones no final dos anos de 1990 (Batman), porém destruídos depois por megalomania de produtores e diretores (Batman – Eternamente). E os anos 2000 trazem uma grande surpresa com o avanço da tecnologia. Os puristas dos quadrinhos sempre reclamam que acabam por deturpar algo do personagem. Mas é o grande público que dá aval ao filme para fazer sucesso ou não. E olha que ultimamente vários filmes têm arrebentado na bilheteria. Por sua vez, temos alguns filmes com péssimas críticas.
            
    Alheio a isso havia anos que queriam colocar na tela o filme da “Mulher Maravilha”. Tentaram até vestir uma calça na garota numa série que não saiu do piloto. E pasmem, MM não combina com “legging”. Até que Gal Gadot foi convidada para encarnar a morenice grega de Diana, a princesa amazona e semideusa com poderes absurdos.
O que me chamava atenção na personagem, mais nos desenhos que na série, era o fato dela ser uma das poucas mulheres em cena ainda que meio masculinizada pelos movimentos limitados da animação da época. Era uma mulher um pouco anabolizada e dura o que achava muito legal. E Gadot tem esses atributos de uma forma atenuada pela estética contemporânea.

              
  A história é bem estruturada e remonta a origem da Princesa na idílica ilha de Themycira escondida por séculos pelos deuses das vistas humanas. Até que na primeira guerra mundial muda tudo e Diana vem para o mundo dos homens lutar contra um poder divino que está causando a guerra. O roteiro brinca bem com o papel de “homem heroico que defende a mulher” mostrando que a Mulher Maravilha não é uma mocinha indefesa.  Existe um mocinho que não chega a ser indefeso interpretado por Chris Pine que é usado para isso.
Cheio de cenas de ação e sem abusar em demasia do humor o filme consegue agradar a maioria. Diana alcança o que o filho de krypiton não conseguiu: bilheteria. Assim vemos que, com cuidado e zelo, tudo se pode nas telas de cinema. Mesmo que a produção tenha sido um campo de batalha tão acirrado e cheio de vitórias e perdas quanto à guerra que Diana trava diante de nossos olhos.  


                Mulher Maravilha cumpre o prometido, dá um início digno a uma personagem querida de muitos e diverte ao mesmo tempo. O preço exorbitante do ingresso é compensado por esse filme. E “mores”, a Mulher Maravilha é diva, divônica, só aceita! 



Julho (Junho): Mês Temático - Filmes LGBTs - O Segredo de Brokeback Mountain

O Segredo de Brokeback Mountain







         Se os anos de 1990 foram fecundos para a temática LGBT só em 2006 vamos ter uma maior consagração e a quebra definitiva (?) do estigma de um ator interpretar um personagem gay. Com “O Segredo de Brokeback Mountain” vemos um ótimo filme com roteiro encorpado, atores inspirados e um diretor, que desacreditado por uma pequena falha (Hulk, 2003), tudo bem, uma grande falha aos olhos dos produtores, consegue direcionar um tema fora do comum ao estrelato. Uns machões dizem que não assistiram. Outros que ficaram indignados com o uso de estereótipos de “masculinidade”, os cowboys, de forma desrespeitosa, ou seja, assistiram. O filme tem uma qualidade digna dos filmes de Ang Lee que atinge uma sensibilidade tocante.

        
           Com os cowboys Ennis Del Mar (Heath Leadger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal) vemos nas telas o que todos os gays já sabem: os mais machões podem sentir atrações homoeróticas e se entregarem ao desejo em situações adequadas e continuarem perfeitamente dentro do armário com esposas e filhos.

       
  Ennis e Jack se conhecem num trabalho que realizaram, o cuidado de ovelhas aos pés da montanha Brokeback. Dois homens, cheios de testosterona, sozinhos, numa noite fria se estranham por um encostar no outro e o inevitável acontece, sexo.  Depois desses “deslizes” (sim eles continuaram “brincando”) eles continuam a vida, afinal descoberto seus carinhos são mandados embora, e se reencontram anos depois quando ambos estão casados com mulheres. Ennis com uma prole razoável de filhos, porém pobre, e Jack com uma esposa bonita, linha dura e bem de vida, Laureen, uma Anne Hathaway mais apagada que o costume. Laureen aparentemente não desconfia que o marido seja gay, e se desconfia não liga.
Já a esposa de Ennis, Alma, uma Michelle Willians inspiradíssima, consegue enxergar longe a animação do marido com suas supostas pescarias, momento que aproveitava para encontrar com o parceiro dos tempos de Brokeback. Uma história de amor sofrida que mostra o quanto o meio heterossexual pode ser brutal com as investidas gays.


        
Entre tantos filmes que conseguem ir além, “O Segredo de Brokeback Mountain” é de longe o mais bonito, sensível, dolorido, triste e bem executado. O grande sofrimento não está no fato dos personagens serem gays ou em uma possibilidade de descoberta de seus segredos. O sofrimento está numa perda e na impossibilidade de não poder extravasar este sentimento por causa das portas do armário estarem fechadas e com o sofredor preso do lado de dentro. 


Direção: Ang Lee
Música composta por: Gustavo Santaolalla
Canção original: A Love That Will Never Grow Old
Elenco: Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Michelle Williams, Randy Quaid.

Julho (junho): Mês Temático - Filmes LGBTs - Priscilla, A Rainha do Deserto

Priscilla, a Rainha do Deserto






         Bom queridíssimas e queridíssimos chegamos a um lado alegre, colorido e montado do nosso tema: Drags Queens. Como já comentei em outra resenha sobre o assunto não vou de novo destrinchar o que vem a ser uma Drag. O link está aqui para quem quiser saber mais sobre o assunto: àhttp://assuntocronicoviniciusmotta.blogspot.com.br/2016/04/rupauls-drag-race-um-reality-de-vinhadu.html
        
“Priscilla” veio um ano depois de “Filadélfia” e também foi aclamado, seu reconhecimento no Oscar se deu por meio do premio de “Melhor Figurino”. Realmente os figurinos são um espetáculo mesmo passado mais de 20 anos de sua estreia. Feito digno de uma boa Drag Queen que vive de bons vestido, ou no mínimo de vestidos icônicos.

O filme vai acompanhar Anthony (Hugo Weaving) que tem um show de drags em Sidney, Austrália e é “contratado” por sua esposa que está no centro do país, num resort, para que ele possa também ver seu filho. Com o nome artístico Mitzi, ele não conta seu segredinho para suas “amigas” Bernadette (Terence Stamp), uma transexual que acabou de perder o marido e  Felicia (Guy Pearce) a mais efeminada e propensa a uma colocação (ficar louca de aditivos ilegais). E o drama, cômico, se instaura.  Juntas partem para uma viagem pelos desertos australianos em um inusitado ônibus com todos os acessórios necessários que uma Drag necessita.  

        
Assistindo novamente esse filme eu vi que a interpretação de Pearce foi caricata, porém mais condizente com a verdade e Stamp  foi um tanto travado, é o mais elogiado e até indicações a outros prêmios recebeu. Porém não o vi confortável no papel principalmente quando precisava usar algum modelito espalhafatoso ou ainda dançar. Weaving também não se soltou muito nas cenas dos shows. Mesmo assim não tem como não dizer que “Priscilla” arrasa. Com baixo orçamento o filme alcançou o sucesso imediato com os dramas das três Drags que buscam nada mais que sobreviver a um mundo árido e hostil. E nenhum lugar é mais propício a isso que o deserto australiano: metáfora perfeita.

        
E como “Priscilla” absorve essa metáfora extrapolando o cenário. O grande palco das Drags é o deserto inóspito, perigoso e selvagem. Cenas lindas são alcançadas com a ajuda de um pouco de fumaça colorida, plumas, e um bom tecido brilhoso ou de cor forte. Um filme que ajudou a divulgar uma vertente da cultura gay, apesar de resvalar em alguns estereótipos. Mas quem não resvala?




Direção: Stephan Elliott.
Produção: Michael Hamlyn, Al Clark
Roteiro: Stephan Elliott

Elenco: Terence Stamp, Hugo Weaving, Guy Pearce, Bill Hunter.