quinta-feira, 12 de março de 2015

Séries: Penny Dreadful - Parte IV - Outros Personagens e Fim

Penny Dreadful - Parte IV - Outros Personagens e Fim



             Para finalizar a resenha vou comentar os outros personagens. Não se encaixam na categoria de principais nem de secundários. Porém isso não quer dizer que são menos importantes. Só são tratados de forma um pouco variada e aparecem bem menos.


Começando pelos vampiros, aqui foi realizada uma versão menos glamourizada. Eles são predadores como qualquer animal da natureza. E em muitas situações agem como tal. Mas se escondem como ratos, e como ratos são bem vulneráveis. Na medida que os personagens principais conseguem matá-los com certa facilidade. Os embates com as criaturas das trevas são viscerais e ganha quem sacar suas armas mais rápido. Então os humanos estão em vantagem com o rápido Chandler. Como disse eles são criaturas animalescas que têm sua suposta origem no Egito antigo, porém isso não os ajuda muito. Parecem mais uma mutação genética dos seres humanos que a série tenta desvincular o máximo possível do sobrenatural. Mal de nossa época desmistificante. Não consegue de todo, pois Vanessa é vítima do sobrenatural na sua essência mais assustadora. E o que é a ciência de Victor Frankenstein senão usar da centelha divina para devolver a vida a um corpo morto? Mina Harker (Olivia Llewellyn) é uma ponte entre o mundo animalesco e mutante dos vampiros com a paranormalidade de Vanessa. Porém um híbrido nos é apresentado em um dos episódios: Fanton.  Ele é um personagem que não teve sua “contaminação” completa pelo vampiro mor. Está lá e cá por isso não se alimenta de sangue ainda, come animais mortos. É um ser que não tem serventia além de servir de isca para entrar no covil de Malcolm. Digo covil, pois não há diferença entre a animalidade dos vampiros e desse explorador na gana de achar sua filha.


         Ironicamente se no livro de Stoker os vampiros são criaturas sensuais e pervertidos bebedores de sangue, uma alegoria para o sexo, como muitos dizem, aqui tudo é mais cru. Pode-se usar a ilustração do ato sexual para o sangue, mas fica um tanto forçado essa alusão. E não é que além de descaracterizar as criaturas da noite também o seu caçador mais voraz no livro é descrito na série como um velho que perde sua amada esposa para essas criaturas. Ou melhor, ele dá cabo dela. E seu destino na série é quase patético, mas li que o criador fez justamente dessa forma para ser uma provocação aos fãs. Pois assim saberão que estão diante de algo novo, mesmo se utilizando de ideias antigas. Mas garanto mesmo eu não sendo um dos fãs mais ardorosos achei um pouco desconcertante.


         E a última que tenho que falar é de Madame Kali (Helen McCrory). Aparentemente uma embusteira, trambiqueira que faz encenações de teor espiritualista. Mal aparece, pois Vanessa na hora rouba literalmente a cena. Mas em um trecho do último episódio ela reaparece numa loja de armas, onde Sir Malcolm está adquirindo uma pistola semiautomática, avanço tecnológico da época. E a pouca conversa que os dois têm chispa algumas fagulhas. Fuçando por aí descobri que na segunda temporada ela será uma grande antagonista do grupo. Só o trailer oficial da segunda temporada já entrega algo assustador dessa mulher. Então, a embusteira tem muito mais para nos agraciar o paladar ávido de suspense.



         Como uma boa produção dos meios de comunicação contemporâneo, Penny Dreadful está permeado de situações que nos mostram o oculto. Mesa de evocação de espíritos, leituras premonitórias de tarot, pactos estranhos, criaturas das trevas em várias esferas, e símbolos e mais símbolos esotéricos e místicos antigos. É um trabalho hercúleo conseguir pegar todas as informações e referências. Mesmo olhos atentos podem deixar passar inúmeras referências, imagino que inúmeros “easter eggs” vão surgir nas próximas temporadas. 


Um PS: Então pesquisei melhor sobre o Sam Mendes, ele simplesmente é o diretor ganhador do Globo de Ouro e do Oscar por "Beleza Americana" (1999). E olha que foi um filme que gostei muito mas simplesmente não guardei o nome dele. Ele também dirigiu os filmes da franquia "007", "Skyfall" (2012) e "Spectre" (2015), este ainda não estreou.

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