quinta-feira, 19 de março de 2015

Séries e Desenhos: Avatar: A Lenda de Korra – Livro 1: Ar

Avatar: A Lenda de Korra – Livro 1: Ar



         A Lenda de Korra me chamou a atenção por comentários na internet. Muita gente fala bem, principalmente da terceira temporada, e dizem também que algumas coisas não são muito convencionais em desenhos animados.  Então, eu resolvi assistir.

         Em primeiro lugar as questões técnicas. O mais importante é que a série foi vinculada pelo canal Nickelodeon. Tem como criadores Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko com roteiro dos mesmos. Conta com 4 temporadas e aqui só comentarei, por enquanto, a primeira. Dividido em “Livros” e idealizado como continuação de “Avatar: A Lenda de Aang”.

         “A Lenda de Aang” nos mostra esse personagem que através de seu chi, espécie de energia vital, conseguia dominar um dos elementos clássicos da natureza, o ar. Porém ele possui o diferencial de ser o “Avatar”, um ser humano que consegue dominar todos os elementos da natureza ao mesmo tempo, além do ar, terra, água e fogo e reencarna sempre no meio da humanidade. E como resgate karmico ele tem que ser o provedor do equilíbrio dos povos do mundo. Tudo segue bem os mitos religiosos orientais. Porém esse molequinho sente medo diante de uma situação e hiberna num casulo de energia por anos. Ao voltar o grupo de pessoas que dominam o fogo, chamados de Tribo do Fogo, tomaram o poder do mundo. E lá vai Aang tentar vencer esse grupo para instaurar o equilíbrio.

         “A Lenda de Korra” começa uma geração depois de Aang ter morrido. Ele volta encarnado em uma garotinha da tribo da água, Korra, que é impetuosa como o povo da tribo do fogo. Por isso o único elemento que ela não domina quando começa a série é o ar. Como o mestre do ar que irá ajuda-la nesse elemento diz “geralmente o Avatar tem dificuldade em dominar um elemento que lhe é muito diferente da personalidade”.

         Os traços do desenho são realmente bonitos sem ser hiper-realistas.  Tem um avanço em relação á série anterior, porém mantém o estilo parecido. A história é bem instigante e cheia de alívios cômicos. O que deixa tudo muito mais leve, apesar de haver muitos conflitos. Como desenho é um tanto acima da média, não é bobinho. Com diálogos que não subestimam nem adultos e muito menos adolescentes, que parece ser seu público alvo. E há uma agilidade nas reviravoltas dignas de boas novelas.

         Nessa temporada, chamada de “Livro 1: Ar”, Korra já com seus 17 anos tem que aprender a dominar o último elemento que lhe falta, o ar. E sua dificuldade é tremenda. Para isso é foge a ir para a capital do mundo idealizada e concretizada pela turma de Aang. É incrível perceber que essa cidade, que é o centro de tudo, se chama “Cidade República” e tem uma incrível semelhança com Nova York em um fictício tempo dos anos iniciais do século XX. Até um Aang gigantesco toma às vezes, em uma ilha no meio da baía, de uma Estátua da Liberdade.  E essa não é a única semelhança. Claro que toda a arquitetura acaba remetendo a elementos orientais. Até automóveis são substituídos por “satomóveis”, do criador dessas carruagens com motores: Hiroshi Sato.

        
          De início o filho do Aang, que é um político importante da cidade, tem por obrigação ensinar Korra  “dobrar” o ar. Mas ele está enfrentando dificuldades no contexto político da cidade e não vai poder ajudá-la no momento. Assim ela desobedece e vai para a cidade, como já disse acima, e se depara com coisas boas e coisas ruins. Junto a isso descobre um importante esporte popular e uma crescente antipatia dos que não possuem nenhum poder em relação aos “dobradores” de elementos. E finalizando o conteúdo rocambolesco, um vilão, líder dos “não dobradores” surge para acabar com a diferença entre os dois grupos com um poder terrível.

Escrever mais é contar demais a história. Isso que coloquei foi o máximo de spoiler possível sem realmente entregar nada. O legal da série são os alívios cômicos construídos em cima dos personagens bem estruturados. Poucos não são vítimas de uma ou outra cena cômica. Bem poucos mesmo. Sem contar que a história não fica só no velho “embate do bem conta o mal”. Tudo é muito mais complexo, menos evidente. O inimigo pode ser um, ou dois... Ou até mais. É uma história um pouco mais pautada num realismo social. Até a heroína da série é tachada em certo momento de “opressora”. Nosso mundo nunca foi “preto ou branco”, há variações de matizes infinitas. E isso o desenho, dentro de seu limite, retrata.

         Como primeira temporada “Avatar: A Lenda de Korra – Livro 1: Ar” é bem promissora. Terminado o último episódio, dá um gostinho de “quero mais”. E só tenho a agradecer de não precisar esperar um ano para assistir as outras temporadas.


         Vale muito para os fãs de boas séries animadas... E vamos assistir o restante...

Nenhum comentário:

Postar um comentário