Avatar: A Lenda de
Korra – Livro 1: Ar
A Lenda de Korra me chamou a atenção
por comentários na internet. Muita gente fala bem, principalmente da terceira
temporada, e dizem também que algumas coisas não são muito convencionais em
desenhos animados. Então, eu resolvi
assistir.
Em primeiro lugar as questões técnicas.
O mais importante é que a série foi vinculada pelo canal Nickelodeon. Tem como
criadores Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko com roteiro dos mesmos.
Conta com 4 temporadas e aqui só comentarei, por enquanto, a primeira. Dividido
em “Livros” e idealizado como continuação de “Avatar: A Lenda de Aang”.
“A Lenda de Aang” nos mostra esse personagem
que através de seu chi, espécie de energia vital, conseguia dominar um dos
elementos clássicos da natureza, o ar. Porém ele possui o diferencial de ser o
“Avatar”, um ser humano que consegue dominar todos os elementos da natureza ao
mesmo tempo, além do ar, terra, água e fogo e reencarna sempre no meio da
humanidade. E como resgate karmico ele tem que ser o provedor do equilíbrio dos
povos do mundo. Tudo segue bem os mitos religiosos orientais. Porém esse
molequinho sente medo diante de uma situação e hiberna num casulo de energia
por anos. Ao voltar o grupo de pessoas que dominam o fogo, chamados de Tribo do
Fogo, tomaram o poder do mundo. E lá vai Aang tentar vencer esse grupo para
instaurar o equilíbrio.
“A Lenda de Korra” começa uma geração
depois de Aang ter morrido. Ele volta encarnado em uma garotinha da tribo
da água, Korra, que é impetuosa como o povo da tribo do fogo. Por isso o único elemento
que ela não domina quando começa a série é o ar. Como o mestre do ar que irá ajuda-la
nesse elemento diz “geralmente o Avatar tem dificuldade em dominar um elemento
que lhe é muito diferente da personalidade”.
Os traços do desenho são realmente
bonitos sem ser hiper-realistas. Tem um
avanço em relação á série anterior, porém mantém o estilo parecido. A história
é bem instigante e cheia de alívios cômicos. O que deixa tudo muito mais leve,
apesar de haver muitos conflitos. Como desenho é um tanto acima da média, não é
bobinho. Com diálogos que não subestimam nem adultos e muito menos
adolescentes, que parece ser seu público alvo. E há uma agilidade nas
reviravoltas dignas de boas novelas.
Nessa temporada, chamada de “Livro 1:
Ar”, Korra já com seus 17 anos tem que aprender a dominar o último elemento que
lhe falta, o ar. E sua dificuldade é tremenda. Para isso é foge a ir para a
capital do mundo idealizada e concretizada pela turma de Aang. É incrível
perceber que essa cidade, que é o centro de tudo, se chama “Cidade República” e
tem uma incrível semelhança com Nova York em um fictício tempo dos anos iniciais do século XX. Até um Aang gigantesco toma às
vezes, em uma ilha no meio da baía, de uma Estátua da Liberdade. E essa não é a única semelhança. Claro que
toda a arquitetura acaba remetendo a elementos orientais. Até automóveis são
substituídos por “satomóveis”, do criador dessas carruagens com motores:
Hiroshi Sato.
Escrever
mais é contar demais a história. Isso que coloquei foi o máximo de spoiler possível
sem realmente entregar nada. O legal da série são os alívios cômicos
construídos em cima dos personagens bem estruturados. Poucos não são vítimas de
uma ou outra cena cômica. Bem poucos mesmo. Sem contar que a história não fica
só no velho “embate do bem conta o mal”. Tudo é muito mais complexo, menos
evidente. O inimigo pode ser um, ou dois... Ou até mais. É uma história um
pouco mais pautada num realismo social. Até a heroína da série é tachada em
certo momento de “opressora”. Nosso mundo nunca foi “preto ou branco”, há
variações de matizes infinitas. E isso o desenho, dentro de seu limite,
retrata.
Como primeira temporada “Avatar: A
Lenda de Korra – Livro 1: Ar” é bem promissora. Terminado o último episódio, dá
um gostinho de “quero mais”. E só tenho a agradecer de não precisar esperar um
ano para assistir as outras temporadas.
Vale muito para os fãs de boas séries
animadas... E vamos assistir o restante...
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