Ando
com preguiça de ler. Porém, sei o quanto é importante para ativar os neurônios
amortecidos por tantos filmes hollywoodianos. E para entender melhor o que
aconteceu tenho que informar que leio vários livros ao mesmo tempo. Alguns eu
estou lendo há mais de um, dois, quatro anos. Não sei como isso é possível mas
tenho esse costume. Acabo por me enrolar com um enredo ou outro e continuo como
dá. O que penso é “se a história for boa eu me lembrarei”. No geral eu tenho
uma boa memória.
A
partir desse fato eu explico que há mais de um ano eu comprei “O Orfanato da
Srta. Peregrine para Crianças Peculiares”. Fiquei empolgado com a premissa: em
cima de fotos estranhas, verdadeiras e antigas, provindas de coleções, o autor,
Ransom Riggs elabora uma história.
De
início, o livro parece ser um terror para adolescentes. O que deixa mais
instigante. E logo se percebe que o enredo não se sustenta e muitas coisas
ficam forçadas e perde a graça. Um garoto americano, vê o avô sendo assassinado
por criaturas que ninguém mais vê. Crente que está sofrendo de problemas
psicológicos começa um tratamento que culmina em uma viagem com o pai para uma
ilha que fica no litoral da Inglaterra. A ilha era o local de onde misteriosas
cartas vinham para o avô. E na ilha ele encontra primeiramente os destroços de
um antigo orfanato atingido por uma bomba há uns 60 anos. Desanimando, por não
descobrir mais sobre a vida do avô ele tenta se distrair com outras coisas na
ilha. E com a ajuda de uma garota misteriosa descobre um portal, uma espécie de
dobra temporal que perpetua as horas anteriores ao bombardeio e lá ele vai
descobrir os mistérios das crianças peculiares e da Srta. Peregrine. Tudo
permeado pelas extravagantes fotos.
Como
disse a premissa é bem interessante. E se perde no meio das primeiras páginas
para virar uma espécie de paródia de “X-Men” com seus alunos mutantes do
diretor Charles Xavier. Esse livro tem 332 páginas e eu levei mais ou menos um
ano e meio para ler inteiro. Começava, parava, continuava com um capítulo,
parava... E o tempo passou. Assumo que também coincidiu com o último ano da
faculdade. E quando o ritmo de leitura é quebrado, se reanimar é um pouco mais
difícil. Principalmente quando a história deixa a desejar.
E
o contraponto que queria levantar é que, em casa, estava dando sopa o livro
“Pandora” de Anne Rice. Paquerava sempre, mas não ia mais fundo no
“relacionamento”. Já tinha lido outros livros desta escritora e gostei do seu
estilo. Sem contar os filmes “Entrevista com o Vampiro” e “A Rainha dos
Condenados” baseados em suas obras dos quais eu havia gostado muito.
Duas
semanas atrás eu estava de bobeira e com tédio e estava olhando para meus
livros na estante. Meu primeiro impulso foi dar uma olhada num exemplar que
contém 3 histórias clássicas em um único volume “Frankenstein” de Mary Shelley,
“Drácula” de Bram Stoker e “O Médico e o
Monstro” de Robert Louis Stevenson. Folheei, olhei, li um trecho aqui e ali e
já o larguei. Peguei “Pandora” comecei a ler o primeiro capítulo e já me
fisgou. Não parei mais até o terminar em 9 dias as 203 páginas. Demorei esse
tempo pois entre os afazeres diários eu ficava com pouco tempo para o escrito.
A história é a própria Pandora contando como era sua vida de mortal e como
acabou conhecendo Marius, que a transformou em vampira, e como se desentendo
acabaram por se separarem. São dois personagens que já deram as caras em outras
histórias de Rice, porém, sem grandes detalhes de suas vidas.

Entre
Rice e Riggs a primeira sai ganhando com sua história neogótica e vampiresca. A
cópia de “X-Men” não chega nem perto. Não tem consistência, mesmo para um livro
infanto-juvenil.
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