quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Novembro - Filmes de Minha Vida: Kill Bill Vol. 1

Kill Bill Vol. 1




    




         Meus queridos leitores, todos os dois que leem com afinco meus escritos, hoje coloco Kill Bill no panteão de filmes de minha nada mole vidinha desvirtuada. Para quem não sabe, estive um período numa vida ligada ao espiritual. Era um “consagrado” do senhor. E no processo o capataz, digo, reitor que assumiu uma das fezes, digo fazes, que todos tinham que passar mudou.
Da doce e gentil Glinda, a bruxa Boa do Sul, para a peçonhenta, pútrida e falsa Bruxa Má do Oeste. Quem não entendeu a referência é de “O Mágico de OZ” de 1939. Dá um Google. Tudo isso um ano antes de eu iniciar meus estudos lá naquela etapa de salvação. Logo essa fase se mostrou umas das piores desgraças e esse reitor que tinha o princípio de ação “não tive direito na minha época, então ninguém vai ter...” ou ainda “vou moralizar essa situação toda que o meu antecessor por incompetência deixou acontecer...”. Detalhe, o antecessor dele foi bispo com 35 anos, um feito bem raro na atualidade, e hoje é um arcebispo reconhecidíssimo pela sua competência. E esse reitor?
Por causa de suas maldades foi deposto do cargo, e relegado a seu feudo agonizante. O lugar tem um puta potencial, mas a “competência” dele não permite crescer mais. Contudo antes de tirarem ele do poder houve muita maldade espalhada pela terra. E ele só saiu do poder, pois, não tinha só pisado em nós, seminaristas, tinha também pisado em vários padres, e isso é um pecado mortal dentro do clero, pois se você puxa o tapete de um par seu, logo, algum padre mais ambicioso e competente, puxa o seu tapete. Tem algo relacionado ao amor que Cristo tanto pregou, pode conferir lá.
        
Meu primeiro ano nessa fase do período de estudo passou com muita angustia. Já estava em crise, já pensava em sair, mas tinha medo do que aconteceria, possivelmente teria que voltar para a cidade pequena que tanto odiava. Resolvi ficar mais um pouco. Quando começou umas perseguições gratuitas. E entre os perseguidos logo eu estava no meio. Digamos que tinham fortes indícios que eu praticava sexo desenfreado sempre que podia. Essa era a acusação. E essa foi a causa de minha “ruina” que hoje vejo como redenção plena. E como todos sabem nenhum candidato a padre comete o pecado contra a castidade... Sei que fui jogado do dia para a noite num furação de situações que culminou na minha expulsão da noite para o dia do seminário.
Sem uma causa plausível exposta. A Bruxa Má só disse que eu e mais meia dúzia de outros garotos éramos imaturos para continuar lá. E, injustiça, pois não havia homem naquela casa que não dava suas escapadinhas, um com bispo, outro com velhos, outro com quem tivesse rola, outro com a vizinha, e até desconfiamos que  o próprio infeliz reitor tinha uns “trelelês” com a outra vizinha... Hoje, analisando melhor, acho que não era uma “relação” onde se consumava algo de fato... Era algo mais sórdido e doentio, coisa de psicopata. Um dia desses conto em outro tipo de texto.
        
E justamente neste período conturbado estreou “Kill Bill – Vol. 1”. Foi o que deu a gana de tentar buscar justiça. Pena que na época uma espada samurai verdadeira não estava ao alcance... Para quem não sabe o filme nos mostra, em duas partes, a trajetória de “A Noiva” que não sabemos o nome. Só no Vol. 2 que será dito. “A Noiva” está num hospital em coma inerte numa cama. E dois enfermeiros surgem para abusar daquele corpo. E bem nessa hora que ela acorda com toda a sua ira em chamas.
Mata os dois e, após colocar seus pensamentos em ordem, vai atrás de quem a colocou lá naquele hospital: Bill. E para matar Bill “A Noiva” tem que primeiro matar seus antigos colegas de “trabalho”, matadores de aluguel perigosos a serviço de Bill. E assim faz uma listinha e vai matando um por um para chegar até no grande chefe.
O primeiro filme ela fica praticamente com duas mortes de sua lista de cinco, sem contar os jagunços que ela decepa, fatia, tritura e pica. Mas a vingança se faz presente e clara. E isso que me deu forças para tentar lutar com os outros colegas na mesma situação. Tanto que dizíamos que teríamos o nosso “Kill Bill” mas seria “Kill Biltela” em referência ao tamanho gigantesco do reitor. No fim, não houve vingança real de nossa parte.

Todos os padres tentaram amenizar a situação e por panos quentes em na situação. Ainda mais que depois descobrimos que havia algo mais pesado e problemático por trás. A diocese tinha levado um desfalque de um milhão e meio de reais, um funcionário que respondia diretamente a esse reitor, se apossou da grana. Então nosso caso foi uma cortina de fumaça para algo maior que nem ouso insinuar.... errr... enfim...
        
A justiça veio depois de formas inusitadas, ainda não da minha parte... que fique claro.
         Mas o filme veio num momento perfeito de uma injustiça sofrida. Calçou como uma luva. No filme “A Noiva” teve sua vingança. Na vida real eu ainda sequer tive justiça... Mas terei...






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