domingo, 6 de agosto de 2017

Mês Temático - Agosto: Loucuras e Distúrbios: Psicose

Psicose









        Agosto, o mês do cachorro louco. Mês de reviravoltas angustiantes em nosso histórico político. Um mês que percebemos sobre o fim do ano chegando, o inverno ainda persiste causando seus surtos de gripes fortes, da qual fui vítima essa semana. E também é o mês que teremos como tema “Loucuras e distúrbios”.  Eu não tinha planejado esse tema, mas semana passada me veio essa ideia.  Afinal quem não gosta de um surto psicótico? Pelo menos na tela? Os loucos, surtados, depressivos e afins nos deixam angustiados e ao mesmo tempo extasiados. E principalmente com aquela sensação falsa de que somos normais. De perto ninguém é normal.
       
E, justamente para iniciar esse tema chamo ao recinto o senhor Norman Bates. Sim, sim, sim...Norman o esquisito que, bem, acho que 5 décadas depois não é spoiler, que se veste como sua finada e mumificada mãe e mata moçoilas (semi) inocentes e nuas durante uma ducha nefasta. O filme se tornou um clássico e até hoje mantém a força de seu roteiro, atuações e direção. E aqui vai a alma do filme: Alfred Hitchcock . Sem ele acreditar na história de um homem travestido de mulher que assassina a protagonista do filme depois de quase meia hora e insistir na sua vontade de realiza-lo esse clássico não teria acontecido. Muitos produtores achavam uma péssima ideia esse tipo de história. E com um tema tão pesado  e violento desse tipo poderia afastar o público. Só lembre-se que são os anos de 1960, o povo era menos calejado do que o de hoje.  E como eles estavam errados.
O filme foi um sucesso e nos deu um dos vilões de cinema mais emblemáticos e complexos que se poderia ter até então. A relação edipiana que Norman, Anthony Perkyns, tem com sua mãe é assustadoramente perturbada. E, por incrível que pareça, algo até normal, não só na ficção, mas na vida real. Esses dias me surpreendi com a história de um amigo falando de um conhecido da família dele que se recusava, há mais de um ano, a vender a casa da finada mãe e sequer tirar ou mudar os móveis do lugar. Nem faxineira entrava. E até a dentadura da falecida ele mantinha lá ao lado da cama... Perturbação pura.
        Se Perkins ficou estigmatizado por esse personagem em contrapartida não conseguimos imaginar outra pessoa melhor para interpretá-lo.  Mesmo na visão modernizada do seriado inspirado na história do filme “Bates Motel” não temos a força da nervosa atuação de Perkins.  Freddie Highmore aparenta mais birra que nervosismo.
Porém, com importância e narrativas diferentes cada um, filme e série, se separam pela visão única de Hitchcock. Por mais que tentem imitá-lo ele foi o primeiro que conseguiu colocar a relação doentia de mãe e filho, ou só do filho em relação a memória da mãe, na tela e nos deixar tensos e surpresos ao descobrir quem realmente é responsável pelo assassinato. Muita gente já viu e sabe do que falo. É muita loucura mesmo...





Direção: Alfred Hitchcock;
Produção: Alfred Hitchcock;
Roteiro:         Joseph Stefano baseado em      Psycho de Robert Bloch;

Elenco: Anthony Perkins, Janet Leigh, Vera Miles, John Gavin, Martin Balsam.

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