sábado, 19 de agosto de 2017

Agosto - Mês de Loucuras e Distúrbios: O Silêncio dos Inocentes

O Silêncio dos Inocentes












        Um de meus filmes favoritos, e também da torcida do Corinthians, não espere... Acho que não. Gostei tanto desse filme que uma vez na faculdade um professor pediu para executarmos um ensaio usando um personagem bíblico. Escolhi fazer uma comparação entre a personagem Judite e Clarice.
Resumidamente, defendi a tese de que uma mulher para ser considerada uma heroína absoluta e digna era preciso se “masculinizar”, na  história bíblica Judite mata Holofernes com uma espada, e no filme Clarice é obrigada a usar um revolver. Ambos objetos fálicos e do “mundo patriarcal masculino machista”. Além de que seus respectivos atributos femininos serem tripudiados como coisas que as diminuem. Em Judite sua beleza e Clarisse sua fragilidade. Sim, foi uma grande viagem na maionese mas tirei nota 10. Desculpa tah!!!
        Contudo Clarice é ok. Certinha, trabalha duro, é do FBI, então supostamente é submetida a exames psicológicos frequentes, supostamente, bonita e aparentemente bem resolvida consigo mesma.
       
A loucura não está em Clarice e sim nos dois antagonistas da história. Clarisse caça um serial killer, Bufalo Bill (Ted Levine) que mata moçoilas e tira pedaços de suas peles para fazer um vestido. E só uma curiosidade, manjada eu sei, mas a mesma pessoa que inspirou a confecção do personagem de Norman Bates é usado de inspiração para Bufalo Bill e ainda para o Leatherface de “O Massacre da Serra Eletrica”: Ed Gein. Procure no Google e haverá histórias pitorescas sobre ele. Bom, Bufalo Bill é louco e não há dúvidas. Porém quem rouba quase o filme todo é Hannibal Lecter. Outro “louco” que está preso por também ser um serial killer. Hannibal é inteligentíssimo, educadíssimo e canibal. Literalmente matou suas vítimas para comer. O personagem é tão complexo e cheio de camadas que rendeu todos os prêmios possíveis ao ator que o interpreta. E para conseguir o efeito desejado só com um ator magnânimo: Anthony Hopkins. Na tela vemos a sanidade ausente na aparente superfície de atitudes civilizadas de Hannibal apenas através do olhar de Hopkins. É fabulosa a maestria e domínio do personagem que ele tem. E como disse, diante de Hannibal, até a inocente Clarice, tão bem consigo mesma, se desvela em surpreendente vulnerabilidade. Explico.
       
Está difícil conseguir pegar Bufalo Bill. Só há os poucos fatos que os investigadores conseguem reunir. Uma moça foi raptada e corre risco de vida, o tempo passa. O FBI vai atrás de Hannibal para uma “consultoria” informal. Aparentemente ele já tinha colaborado antes com a agência. E quem é responsável pelo caso é Clarice. Hannibal, ótimo em perceber nuances de caráter estabelece seu preço: Clarice tem que fazer sessões de “analise” com ele. Hannibal é formado em psicologia/psiquiatria e tem prazer em descobrir o lado mais sombrio das pessoas. Clarice aceita para resolver o caso e cai no maior jogo de gato e rato de sua vida. Suas memórias mais perturbadoras são acessadas... E Hannibal se deleita com cada uma delas. Ele é psicopata e não esconde o prazer que sente em seduzir sua preza. Até tirar o máximo dela. O jogo se encerra com as informações que Hannibal passa para Clarice conseguir chegar até o outro assassino.
        Mas, Hannibal consegue fugir da cadeia... É uma historia para outro filme.
        O filme foi impecável. Conseguiu o feito de arrastar os prêmios nas principais categorias, Ator, Atriz, diretor (Jonathan Demme), filme e roteiro. E ainda arrastou o público. Hannibal prefigura entre os melhores vilões de todos os tempos. Sua fama rendeu tantos outros filmes como uma série de boa qualidade.
O seu requinte de loucura faz outros personagens do mal parecerem apenas saídos do jardim de infância. E vou escrever uma “bobagem” aqui para dar o ponto de loucura da questão: Lecter não é “do mal”, ele só quer uma refeição saborosa e de boa qualidade. De vez em quando ele brinca com a comida.  O.o 

Título: The Silence of the Lambs (Original);
Ano produção: 1991;
Dirigido por  Jonathan Demme;
Estreia: 17 de Maio de 1991 ( Brasil );
Duração: 118 minutos;
Classificação - Não recomendado para menores de 14 anos;
Gênero: Drama\Mistério\Thriller;
Países de Origem: Estados Unidos da América
Roteiro: Ted Tally baseado na obra de Thomas Harris;
Produtores: Edward Saxon; Kenneth Utt; Ronald M. Bozman;

Elenco: Anthony Hopkins, Jodie Foster, Ted Levine, etc. 

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