sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Snoopy e Charlie Brown: Peanuts – O Filme – Esperava Ansioso

Snoopy e Charlie Brown: Peanuts – O Filme – Esperava Ansioso




          Nos comentários do Globo de Ouro sobre melhor animação ouvi o Rubens Ewald Filho falar que "Snoopy e Charlie Brown" era decepcionante. Eu ainda fico pensando qual o critério de um "crítico especializado" para concluir algo. Eu como "crítico não especializado" tento seguir o critério da diversão, da história bem direcionada e, evidentemente, do emocional. e nesse quesito "Snoopy e Charlie Brown" acerta. Talvez o que falte aos críticos já "consagrados" é um pouco de sensibilidade para entender uma obra. Tento sempre levar esse critério subjetivo ao lado do objetivo (técnica dos envolvidos na execução do filme). E o que segue abaixo é nada menos que um relato do quão emocional uma experiência cinematográfica pode ser. Mesmo não sendo o "melhor filme" eleito por um grupo de pessoas que sequer assistiu a todos os filmes que eles mesmos indicaram. (este parágrafo eu fiz depois de já ter escrito o restante, por isso pode parecer artificialmente enxertado no conjunto)

               Em fevereiro de 2012 eu vi uma tirinha no jornal que me deu um nó na garganta de tanta tristeza. Era uma linda homenagem de Jim Davis a Charles M. Schulz, o criador de “Peanuts” que no Brasil recebeu simplesmente o nome de “Snoopy” o personagem mais carismático de todos. Na tirinha, o Garfield, criatura de Davis, aparecia ao lado da casinha vazia do Snoopy, com sua tigelinha vermelha, e com uma cara triste soltava um suspiro. Dando um adeus ao personagem que nunca mais apareceria pelos traços das mãos de seu criador. Admito que naquela época eu não chorei apenas para manter a reputação de “durão”. (Abaixo a Tirinha do Jim Davis)


              Uma besteira, pois o Snoopy praticamente foi meu primeiro cãozinho de estimação. Pelo menos em minha imaginação. Eu o adorava simplesmente por ser um cachorro. Um livrinho de colorir em aquarela foi o meu primeiro contato com ele. Depois veio o desenho que passava na televisão e por fim as tirinhas publicadas nos jornais e logo depois livretos de compilações do trabalho de Schulz. Sem contar o Snoopy de pelúcia que recebi de brinde de uma rede de lanches e os meus cadernos na faculdade que tinham o descolado cachorrinho como tema. Já na infância descobri, feliz da vida, a raça do Snoopy, um Beagle. Até hoje quando vejo um cão dessa raça, meu coração dá uma batida mais forte.


         Então essa animação era mais que esperada por mim e eu achei, particularmente, que não fez feio. Se os desenhos anteriores eram até “toscos”, para nosso padrão de hoje,  essa animação é totalmente computadorizada sem deixar os traços fortes do criador de lado. Texturas são acrescentadas, o que deixa os personagens mais “reais”, se é que é possível. Vemos os pelinhos do adorado cachorro, as peninhas de seu fiel amigo Woodstock, a maciez da pele dos personagens humanos, a densidade da água, seja em estado líquido ou em forma de neve. Realmente foi bem produzido.



                  A história em si é uma grande colcha de retalhos das tirinhas que nos traz o gostinho “gostoso” de reconhecer as imagens. O fio condutor é bem conhecido: a paixão platônica de Charlie Brown pela “Garotinha ruiva” entrecortada pelas "viagens" do Snoopy. É uma fofice só. Boa apresentação para quem não conhecia os personagens e ótima homenagem aos fãs, que assim como eu, já passaram dos 35 anos.

E dessa vez foi bonito ver o “velho Charlie Brown” ser de certa forma “redimido”. Sem entregar nada, o fim é bem bonitinho. Sempre tive pena desse garoto atrapalhado que nunca conseguia fazer as coisas certas. E todos os personagens estão lá. Até as dancinhas tão icônicas de alguns foram reproduzidas. Mesmo a Lucy se tornou menos ranzinza.  
         Eu vou parar por aqui, pois não estou fazendo crítica, não estou fazendo resenha. Hoje estou simplesmente sendo um fã e dos mais babões. Tanto que já na altura de meus 37 anos eu me permiti não só rir enternecido de tudo, mas dessa vez me permiti chorar emocionado por ver uma atualização tão respeitosa dos personagens mais queridos por mim que remonta a minha infância mais longínqua. Sim, eu chorei muito ao assistir... E chorei ao escrever esse texto...
Me julguem, sou uma criançona chorona... 


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