segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Macbeth: Ambição & Guerra – Perdido no roteiro

Macbeth: Ambição & Guerra – Perdido no roteiro




         E um dia juntaram no mesmo filme  Marion Cotillard e  Michael Fassbender interpretando um dos casais mais densos, loucos, tenebrosos, angustiantes, ambiciosos da dramaturgia mundial: Macbeth e Lady Macbeth. Então, junto a dois ótimos atores um texto igualmente exemplar. Porém, como teatro adaptado ao cinema nem sempre dá certo o encanto se desfaz. Não que os dois estejam ruins. Eles conseguem dar uma densidade angustiante aos personagens. Porém, o texto ao virar roteiro, se perde e nos deixa perdidos.

         Como eu morava em uma pequena cidade do interior do estado de São Paulo, sabia da precariedade de conseguir contato com algumas coisas, como o teatro por exemplo. Então, meu primeiro contato com William Shakespeare foi através de leitura de suas obras, que emprestava da Biblioteca pública.... Sou quase jurássico por isso, eu sei. E por não haver o exemplar de Macbeth, foi uma das obras principais que acabei não lendo, li outras. E a vida me deu um monte de situações do qual meu destino não me levou, em momento algum, a um contato com essa obra. E fiquei só com as referências que tinha por simplesmente ler aqui e ali coisas variadas. Então, 2016, veio junto com a oportunidade de assistir uma adaptação dessa obra. Estou contando tudo isso para vocês entenderem o motivo de eu dizer acima que fiquei perdido. Foi uma decepção. Pelo menos nas outras obras do dramaturgo inglês que eu assisti, também adaptadas, eu conseguia me situar. Nesta eu me perdi várias vezes. Chegou um momento do filme que quase cochilei na cadeira do cinema. O que é quase inconcebível para mim, eu não me permito. Tecnicamente estava chato. Toda uma história se perdeu nas telas do cinema. O texto estava lá, mas colocado de uma forma um tanto truncada com imagens soberbas. Imagino que o filme tenha sido feito para pessoas que já conhecessem a peça.


         Apesar do texto ter ficado perdido na tela, há de se convir que a fotografia estava maravilhosa e simplesmente intensa. Cores, vazios, efeito de câmeras lentas, closes, tudo contribuía para a estética. Menos para o entendimento. Os atores, além dos dois já citados, estavam impecáveis: Paddy Considine como Banquo; Sean Harris, Macduff; Jack Reynor, Malcolm; David Thewlis, Rei Duncan, entre tantos outros. A reconstituição de época, exemplar. Tudo contribuía com o filme. E olha que o diretor, Justin Kurzel, não faz feio, é bem competente. O filme recebeu elogios por todo o mundo... E eu, um simples comentarista, sem qualquer reconhecimento, que simplesmente gosta de cinema, acabei perdido e entediado nas horas extensas que transcorreram.


         Pois é, para um mísero “assistidor” comum de filmes eu acabei aborrecido. Fiquei só curioso para ler o texto original e tentar entender melhor a história do fatídico casal Macbeth. Mesmo assim um filme necessário aos grandes amantes de cinema. Mais para o “arte” do que para o “didático”. Então esteja preparado com uma pesquisa anterior do texto original. 





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