Capitão América 3: Guerra Civil
Como
já comentei na resenha anterior do filme de “Batman vs Superman”, a Marvel, que
produziu Capitão América, está mais sintonizada com o próprio universo que
criou que a DC com o dela apesar do problema de se adaptar uma obra de HQ para
outro tipo de linguagem. A DC acabou atropelando, e muito, seus personagens.
Passando por cima de realizar um roteiro mais consistente e verossímil.

Então,
num texto, ou no caso roteiro, onde alguns personagens apareçam de repente sem
uma contextualização prévia, ou uma boa explicação para justificar sua
repentina presença, tem que ser uma ótima justificação, acaba quebrando com a
verossimilhança. E o universo dos quadrinhos, que já consta com suas várias
décadas de existência e tempo suficiente de se reinventar e povoar suas páginas
com várias sequências de episódios, ou arcos de história, e personagens
variados consegue, e necessita, ser verossímil. Principalmente pelo público
alvo que possui um fundamentalismo que chega às raias da idolatria.
E
Capitão América necessita de uma verossimilhança para manter a coesão entre as
histórias do universo Marvel que se tornou invariavelmente enorme. Têm os
filmes solos do Thor, do próprio Capitão, do Hulk, apesar de não ter emplacado,
do Homem de Ferro e, arbitraria e distantemente, Homem-Aranha e o fora do bumbo
Homem-formiga, além dos Vingadores. Esses filmes foram feitos, ou estão sendo feitos,
para terem uma conexão uns com os outros.

A
direção é pasteurizada, nada de novo debaixo dos holofotes, os atores fazem seu
melhor, conseguem entregar seus personagens redondinhos. Os efeitos são legais.
A aparição do Homem-Aranha(o novato Tom Holland) é legal, mesmo que o efeito
dos “olhos” fique um tanto forçado. O Homem-Formiga (Paul Hudd) é o mais
deslocado da história, mas nada que não esteja dentro do normal. Como adaptação, eu até li um quadro sobre como
foi a verdadeira “Guerra Civil” nos quadrinhos, dentro das possibilidades e simplificações,
está bem conduzida. Foi um filme competente na sua intenção: divertir. A não
ser para os, como já disse, fãs fiéis fundamentalistas.
O elenco
é quilométrico e bem conhecido de outros filmes com alguns acréscimos. Até um Martin
Freeman aparece fazendo a linha de político durão, porém pouco desenvolvido. Emily
Thorne (Sheron VanCamp) aparece para dar uns pegas no Capitão (Chris Evans com
um “Interlace” ferrado na cabeça), para tentar tirar a forte homoeroticidade
que ele desenvolve com o Bucky (Sebastian Stan) seu coleguinha dos tempos do
quartel. Longe de mim insinuar algo sobre os dois... E menção honrosa ao Pantera Negra (Chadwik
Boseman) com a melhor roupa de todas.
Agora falar
que foi espetacular, maravilhoso, fenomenal é um pouco demais. Tudo está ok
neste filme, ao contrário do “B vs S”. E, para nosso alívio, não tem nada sobre
a Martha, ou quase...