Netflix: Vantagens X
Desvantagens
Acostumado
a falar de filmes e um pouco de livro, umas crônicas pessoais aqui, uma
tentativa de ficção ali, um poema, e trabalhos acadêmicos, que obviamente não
publiquei no blog, hoje vou tentar algo um pouco diferente, uma reflexão sobre
a plataforma on line Netflix.
Lembrando
que não sou um “especialista”, sou um entusiasta e admirador do ato de
escrever, e meu enfoque acaba sendo um pouco (ou muito?) subjetivo, mesmo
tentando ao máximo ter senso crítico. Sou fã de cinema, e já assisti um tantão
de filmes de todas as épocas e gêneros variados. E como base teórica para poder
dar uma profundidade, que sei que nem sempre consigo, eu uso o que aprendi na
faculdade de Letras, que concluí este ano, principalmente um pouco da teoria Análise
de Discurso, e na faculdade de Filosofia, esta não cheguei a ter o diploma, por
várias questões, mas tenho a teoria. E
principalmente: não estou recebendo pela publicidade. Enfim, sem mais delongas
vou ao assunto.
O
Netflix está no mercado e tem uma proposta comercial: vender um produto. Como
no ramo do entretenimento o produto é mais “perecível” ao gosto popular, este é
sempre o critério que permeia as escolhas da produção. Porém, como vemos um
pouco no circuito dos grandes estúdios hollywoodiano, os produtores, para
garantir o lucro, nem sempre vão pelo caminho da inovação. Escolhem histórias
de sucesso para adaptarem aos cinemas (Harry Potter, A Culpa é das Estrelas, os
heróis dos quadrinhos, etc) ou estão investindo nas franquias (Missão
Impossível, Todo Mundo em Pânico). Ou ainda, o que é pior, em fórmulas
manjadas, sem nenhuma pitada de tempero... (!!!).

A
televisão está conseguindo maiores resultados em inovação que o cinema no momento.
Percebemos pela qualidade das críticas que muitas séries televisivas vêm
recebendo e a quantidade de público que vêm conquistando. Sei que há exceções
de ambos os lados. Mas no geral é um pouco disso. E no meio do caminho surge o
Netflix com uma proposta mais atual, o uso da internet como uma espécie de
locadora virtual. Com isso não ficam controlando necessariamente a audiência
pulverizando os episódios, quando séries, ao longo de semanas intermináveis. Já
colocam a temporada inteira para o assinante escolher como e quando quer
assistir. Eu já mostrei muito meu desgosto em ficar esperando o próximo
episódio semanal de uma história que acabei por gostar muito. Isso é um balde
de água fria. Então, nesse quesito, é ponto para o Netflix em relação ao
serviço disponível pelos canais de Tv.
Site
limpo e de fácil manuseio que nos proporciona o essencial para escolher o que
mais nos agrada. Sem contar que possui o recurso “Minha Lista” que facilita
aquele impulso que temos em ver um título e deixar para depois, e nunca mais
lembrar dele. É legal, não uma necessidade, mas ao fim do filme ou episódio de
série o assinante pode dar até 5 estrelinhas como nota. E isso também pode, ou
não, nos ajudar na escolha de um título quando estamos em dúvida. Afinal a
“capa” e a sinopse podem vender um gato sarnento como se fosse uma suculenta
lebre. Entre os recursos básicos de classificação dos títulos por gênero temos
também um suporte nos mostrando as “novidades”.

O
preço é bem acessível R$ 19,90 e estou no período de degustação. Um mês grátis
para conhecer a plataforma. Esse plano básico é de apenas uma tela com
definição padrão. Duas telas, com alta definição, sobe para R$ 22,90 e quatro
telas, com alta definição e ultra definição disponíveis, R$ 29,90. Debitado
tudo de seu cartão de crédito. Estou usando o plano de duas telas e não vejo
diferença substancial entre o plano de uma tela. Os puristas e perfeccionista
irão querer sempre o “melhor”, afinal R$ 3,00 não fazem diferença nenhuma, não é?
Bom, dinheiro é dinheiro, e o modo como lidamos com ele é sempre determinado
culturalmente, então nada mais brasileiro que querer o máximo para ostentar.
Nem sempre somos práticos. No mais, cada um sabe do próprio bolso.
Particularmente não vejo necessidade de ficar com o plano mais caro, em minha casa só
se assiste em uma tela por vez e a definição padrão não é um problema real para nós. O preço
padrão é bem convidativo. Mesmo o plano de duas telas já está de bom tamanho. Quatro
telas eu acho um tanto exagerado. Também, frisando a ideia, a questão de
custo/benefício (apesar de não gostar muito dessa terminologia) vai de gosto.

Filmes
Como
já comentei em outra postagem que fiz, há filmes variados, desde clássicos, até
lançamentos de outros produtores. Isso ajuda na diversidade. Contei mais de 140
filmes no gênero Drama, e ainda tem Ação, Animes, Fé e Espiritualidade, LGBT,
Musicais e mais 15 gêneros. Cada gênero tem uma classificação por subgêneros
que nos ajuda ainda mais a procurar estilos que gostamos. Lembrando que tudo é
de fácil acesso e bem simples para se achar de forma intuitiva.
As
produções próprias estão iniciando agora, há estreia programada para 16 de
outubro. E pelo trailer que assisti de “Beasts of No Nation” promete impacto. Os
críticos já estão aclamando positivamente. Porém ainda são poucos filmes
próprios. O forte são as séries.
Uma
coisa que parece óbvia, mas não é, é a possibilidade de assistir a qualquer
filme, ou até a série, parar, desligar tudo e quando voltar o canal on line
deixa continuar a assistir ao filme dos exatos minutos e segundos que se parou.
Isso ajuda muito quem não é tão atento, assim como eu. Pois ficar procurando a
cena onde se parou traz um certo desgosto. Soube que o Netflix está finalizando
contratos com grandes distribuidores de filmes e muitos deixarão de elencar sua
lista. Porém, outros virão. Tudo variando de acordo com esses contratos que
estão em negociação.
Séries
Já comentei isso, ter a temporada inteira para
assistir, quantos episódios quiser sequencialmente, é o máximo do comodismo que
eu poderia ter. Odeio esperar uma semana pelo próximo episódio.
E
pelo que li por aí o canal se interessa pela originalidade e interfere
minimamente no roteiro depois de aprovado. O que não acontece na televisão. Por
isso, em muitos casos, os personagens mudam tanto de atitude que não os
reconhecemos após duas temporadas. São os números que mandam e não a ideia do
autor. Nem sempre o produtor tem uma visão do personagem tão apurada quanto o
roteirista. Por mais que pode dar certo ou errado, seguir a ideia original do
criador é sempre mais interessante, por menos que se goste do resultado. Seguir
o que o produtor acha que deve, pelo quesito econômico, é algo que não me
agrada.
Os
títulos entre tantos são: House of Cards; Orange is the New Black; Lilyhammer; Hemlock
Grove; Arrested Development (4ª temporada); Better Call Saul; O Demolidor; Bloodline;
Sense8; Grace & Frankie. Acabei deixando alguns de lado, já aviso. A minha
queridinha até agora é “Sense8”. Já até fiz uma resenha sobre essa série
dirigida pelos irmãos Lara e Andy Wachowski. Outro bem legal, mas com uma
pegada mais juvenil, é “Helmlock Grove”, um “terror soft” sobre a improvável
amizade entre um lobisomem cigano e um vampiro aristocrata numa cidade onde
coisas estranhas, além deles, acontecem. Já “Grace & Frankie” foi um alívio
cômico, bem dramático, que me surpreendeu, estou em falta com uma resenha sobre
a história das duas amigas que têm em comum o divórcio com os maridos, que são
amantes, depois de 40 anos de casamento além das dificuldades próprias da
chamada “3ª idade”. Já li vários elogios a outras séries, principalmente “House
of Cards”. Porém assumo que não assisti. “Orange is the New Black”, a sensação
das séries, só foi possível ver um episódio por enquanto e mostrou muito
promissor.
Consta
várias indicações ao Globo de Ouro nos últimos anos, já foi ganhadora em outros
momentos. Só para ilustrar o nível de qualidade, mesmo que seja meramente
mercadológica. Anda assustando um pouco a televisão que tenta revidar com
produções tão boas quanto.
Documentários
Assisti
somente um “What Happened, Miss Simone?” que valeu já o trabalho da
assinatura. Tanto que também comentei aqui mesmo no blog. Outras produções
estão esperando tempo para serem usufruídas.
Comentário final

Mesmo
com toda comodidade e qualidade, sinceramente ando em dúvida sobre continuar ou
não com a assinatura. Tenho ainda até dia 10 deste mês para uma melhor
avaliação. Eu demoro muito para me convencer de certas coisas. Principalmente
com as facilidades que a própria internet disponibiliza. Com um bom sinal e uma
máquina adequada conseguimos o mundo. Espero que me entendam. Para ajudar temos
que entrar em números. Lembro que meu forte não são os números, sou de humanas
e precisei de um dia inteiro para fazer esses cálculos. Se estiverem errados...
Me corrijam por favor. Para se ter base
vamos levar em consideração uma renda de uma pessoa que ganharia em torno de R$
2500,00 e fosse responsável por si mesmo com as despesas padrão de aluguel,
água, luz, comida, etc. Se considerar apenas o valor em si, não pesa, mas para
acessar o site do Netflix precisa-se de um sinal de internet. Este é
disponibilizado somente em planos “combos” TV/Fone/Internet. O preço médio é de
R$ 150,00, ou seja, arredondando temos um valor no plano básico de ambos os
serviços de R$ 170,00. Esse total corresponde a quase 7% (6,8%) do gasto da
hipotética pessoa que estamos usando de referência. Só o Netflix seria quase 1%
(0,8) mas lembro que é impossível desassociar o serviço do Netflix do serviço
de Internet que no Brasil é sempre vinculado ao Combo. Os 7% podem fazer uma
baita diferença num orçamento apertado. Pois sabemos que o aluguel é o que come
mais a renda de qualquer pessoa ou família. Por outro lado, também temos que
considerar que é impossível hoje em dia ficar sem internet, o gasto então será
necessário. Agregar ou não o Netflix fica a critério. Então, no fundo eu
concluo que o o Netflix não é o problema. E para nos ajudar, vamos lembrar que
o preço do cinema está em média R$ 25,00, UM (1) filme. Netflix bem menos; é mensal,
com todos os filmes e séries da lista disponíveis. Dando várias horas de
entretenimento. Então sem comparação. Apesar de muitos filmes não irem para a
plataforma.
Sem
chegar a minha conclusão pessoal, eu deixo para cada um decidir onde e como o
gasto é mais útil.