Cidades de Papel - Próximo!
Desde que assisti “O Último Americano Virgem” pela primeira e única vez no SBT, quanto eu tinha uns 10 anos, que não simpatizo por esse enredo de filme. Não lembro ao certo se vivia algum drama existencial da infância envolvendo alguma garota. Pensando friamente hoje, eu fazia o estereótipo do garoto tonto que se “apaixona” pela garota mais gata da escola que nem sabe da minha existência e assim logo leva um tapa da realidade: ELA NÃO É E NUNCA SERÁ PARA VOCÊ!!!!
O que me deixou mais angustiado anos depois, foi que, pelas reviravoltas da vida, eu me tornei justamente essa “mais gata da escola que não sabe de um alguém”. Pelo menos metaforicamente. Aí comecei a perceber que nem sempre somos um único personagem na vida. E ser a “gata” ou o “tonto” são papéis que desempenhamos entre tantos outros durante nossa vivência. E só se encruarmos é que ficamos em um único personagem ou estereótipo. Um profundo conhecimento, pequenas libélulas, que ainda esqueço uma vez e outra, uma vez e sempre.
O que raios tem isso com o filme? Um sábio responderia: Nada e Tudo!!! Eu como não sou sábio digo é: a “perrenga” do filme é uma releitura de “O Ùltimo Americano virgem” pasteurizado para adolescentes. Uma história bem mais água com açúcar que seu antecessor. E bote-lhe água e bote-lhe açúcar...
Resumidamente temos um garoto que se apaixona pela vizinha. A vizinha vai ficando espertinha e o garoto não acompanha, de bocó que é, ou pelo sexo feminino amadurecer mais rápido. Eles crescem, a amizade acaba, pois ela virou uma garota linda, que é popular, que namora o boy magia da escola, que faz coisas incríveis, que nem olha mais para a cara do garoto. O garoto por sua vez vira um típico “nerd” e vive sua vidinha tentando não pensar tanto na garota. Um dia, quando ela está em apuros, lembra da “velha amizade” e corre pedir a ajuda do garoto que atrapalhado aceita. Ele pensa haver uma nova oportunidade para reconquistar a garota. E pela comparação com o filme “O Último Americano virgem” vocês já podem intuir qual será o final.
O problema é que os “apuros” que a garota entra é tão fútil e tonto que não justifica o mirabolante plano de vingança que se segue. Outro problema é que o plano não é tão mirabolante assim. E mais um problema, depois disso o filme vira um “road movie” que não tem muita consistência. E descobre-se que a história no fim não é sobre o garoto e a garota, a história é sobre a amizade do garoto com seus dois amigos tão bocós quanto ele mesmo. Toda uma volta enganosa para nos fazer pensar que o filme é algo e acaba sendo outro.
Bom, sem contar que para interpretar a garota escalaram a “star face da temporada”, segundo a Vogue britânica, Cara Delevingne, informação by o “Vikipídia”. Ela tem a consistência de um nabo desidratado e a expressividade de um chuchu sem casca. E de boa, ela não é bonita, pelo menos nas telas do cinema. Tem mais sobrancelha que eu e em certos momentos tem mais cara de bocó que o próprio garoto vivido pelo simpático, esse sim consistente e expressivo, Nat Wolff. Até os dois amigos do personagem são mais atores que a Cara, Austin Abrams e Justice Smith. E olha que são coadjuvantes na trama, ou deveriam ser. A beleza de Cara funciona em campanhas publicitárias. Já em filme ela ainda precisa acertar o passo.
Para nos ajudar na proporção épica que o filme quis tomar, é baseado em um dos livros de John Green. O filme “A culpa é das Estrelas” conseguiu conquistar este “Cidades de Papel” não chegou nem perto.
Direção morna, roteiro morno, história morna. Tudo ajuda a não decolar. Porém, para nossos adolescentes pode funcionar. Precisaria pesquisar sobre a bilheteria, se foi bem... Quer saber??? Chega desse filme. Próximo!
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