terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pixels - Então...

Pixels - Então...





         Então...
         Sabe quando surge uma ótima ideia e uma pessoa consegue milhões de acessos no Youtube por faze algo inovador e bacana? Aí aparecem os produtores hollywoodianos com milhões de dólares, com tecnologia e roteiristas e tudo o que o dinheiro pode promover querendo usar essa ideia para um grande filme de sucesso incomensurável?


E aí escalam o Adam Sandler para o papel principal.
         Então, é Pixels.




         Tinha tudo para funcionar bem. Há uma onda de nostalgia pairando no ar. Muitos adultos dos 35-40 anos foram criança por volta do ano de 1982-1985 e mantiveram um fascínio pela cultura pop dessa época de tal forma que o povo insinua lamentações no Facebook do tipo “Se você não viveu isso”, postam uma foto de algo tosco da época, e conclui “Você não teve infância”. Uma sentença que atesta a nostalgia de um tempo que passou. Algo que nos faz recordar com um carinho melancólico do passado onde algumas preocupações e complexidades do presente “magicamente” não existiam. Isso em si não é ruim de se ter, o ruim é colocar sua memória nostálgica como única coisa de valor real no universo.


         Voltando ao filme, esse sentimento de saudade de um tempo que não volta mais quando bem aproveitado dá filmes bons. Só fazendo referência à década de 1980 temos o instigante “Super 8” de J.J. Abrams, e a simpática e inteligente animação “Detona Ralph” que por sinal também se utiliza dos games antigos, que surgiram basicamente nesse período, como coadjuvantes e figurantes especiais.

         E Pixels não dá certo. Tudo bem um filme não se levar a sério, é até uma virtude. Já “chutar o balde” é desastroso. Então o roteiro começa promissor, no passado mostrando a veneração que havia por parte dos adolescentes em torno dos jogos de videogames e as disputas entre eles para ver quem era o melhor. Quando volta ao presente, os adultos são estilizados com a mesmice de clichês onde os colocam como meros nerds fracassados. Mesmo que um dos personagens seja o atual presidente dos EUA é inegável sua “manezice”. E só se redimem quando um grupo de alienígenas, fazendo má interpretação de um ato amistoso terráqueo, começa invadir a Terra com personagens do mundo do games feitos de uma espécie de luz sólida. Em certo momento, toda uma equipe de militares treinados não se mostra eficaz na luta contra os inimigos de luz, são inábeis e para salvar o mundo, os sedentários quarentões nerds vão assumir o controle da missão.

         Tudo afunda na vergonha de interpretações previsíveis. Principalmente de Sandler que parece estar no piloto automático desde 1996. Em alguns momentos vislumbramos uma incidência de humor que logo se perde. E não tem como não sentir a nostalgia que tanto falei quando os personagens dos antigos games aparecem.

         Se tirar os atores, se tirar os clichês, se tirar tudo que for forçado demais, então o saldo fica com os efeitos especiais que saltam aos olhos e nos transportam ao passado mais distante; a uma infância perdida ou reencontrada.


         Nem Chris Columbus dirigindo consegue dar força ao filme. Foca nos efeitos especiais que pode ser que se divirta. Pode ser. 

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