quinta-feira, 1 de junho de 2017

Junho: Mês Temático - Filmes LGBTS - Quanto Mais Quente Melhor

Quanto Mais quente Melhor 







Se maio fui por uma linha tradicionalíssima comentando filmes de noivas e casamentos, junho será algo mais esfuziante, ululante colorido. E caso na última resenha não tenha ficado clara a minha intenção eis que vos anuncio: Junho – Mês LGBT.
Sim caríssimos, aproveitando que esse mês temos a famosa Parada paulistana no dia nacional do Orgulho Gay, uma das maiores do mundo, e o mês todo é trabalhada a questão LGBT, comentarei um pouco sobre filmes que abordam alguma das letras da sigla (Lésbicas, Gays, Bissexuais e transsexuais). Por certo não pretendo discutir algumas coisas específicas da luta dessas minorias. Falarei dos filmes como é meu costume. E temos que aproveitar antes que uma certa gestão “gestadora” acabe com a parada  com a gana privatizadora... 
Eu pensei muito e já defini uma lista prévia de alguns filmes a serem comentados. Porém queria muito falar aqui nesta resenha de um filme bem antigo com “temática” e não pude deixar de pensar em “Quanto Mais Quente Melhor”. Tecnicamente ele não é um filme “gay”. É uma comédia onde dois músicos se veem obrigados usarem roupas de mulher para não morrerem pelas mãos de alguns bandidos da máfia. Os dois se "trasvestem' para sobreviver. Eles testemunharam um crime. E as novas “moçoilas” acabam se juntando a um grupo de mulheres músicas que farão uma turnê. E lá se encontram com Sugar Kane interpretada pela linda, porém rechonchuda para os padrões de hoje, Marilyn Monroe. Sim, a história é bem batida mas temos que lembrar que essa versão foi produzida no ano de 1959. Um período onde os gays americanos viviam escondidos e ainda não possuíam os direitos que adquiriam com suas lutas. Como disse o filme não é basicamente gay. Apesar dos homens travestidos existirem é mais uma necessidade de sobrevivência do que um desejo ou vontade. Mesmo que com muita sutileza o roteirista, o ótimo Billy Wilder, que conta com outros colaboradores, que também é produtor do filme, consegue inserir pequenas situações que mostra o quanto Larry se sente "confortável" com roupas femininas.
      
  E aqui, eu espero que 58 anos seja um tempo suficientemente longo para você não considerar um spoiler, eu tenho que falar da cena final. É aterradoramente cômica, gay e perfeita. Se há um ponto alto num filme já muito bom é esse final. Nem sei como passou pelos produtores americanos tamanha vanguarda que conteve.
        Para se entender: quando os dois músicos se vestem de mulher, um deles, Jerry, feito pelo ótimo Jack Lemmon, arruma um crush no hotel que se hospeda com o restante da banda feminina. Esse crush, o milionário Osgood (Joe E. Brown), se encanta tanto que faz de tudo para uma passar a noite com sua “pretendente”. Jerry tenta ao máximo sair da situação sem entregar seu disfarce. Até que, depois de várias peripécias e vácuos ao final do filme, Osgood consegue levar sua “amada” num barco para longe, e  em alto mar. Jerry desesperado tenta de todas as formas falar que não era a pessoa certa, e sempre recebendo uma resposta de Osgood de aceitação  do problema apontado. Até que Jerry, arrancando a peruca, fala “Mas eu sou um homem” no qual Osgood rebate sem sequer titubear “Ninguém é perfeito!”.
        Pode parecer algo um pouco caricato hoje e até ingênuo mas foi um avanço inusitado. Jerry não era supostamente um homossexual. Era um músico muito "macho". Mas como em inúmeros outros casos o que o roteiro não fala se torna muito eloquente.  E o fim dá a entender que Osgood não se importa com o gênero. Uma grande ironia e um revés para o filme.
        Claro que temos tantos outros filmes importantes que contém uma pegada LGBT, e filmes ótimos por sinal como “Gata em Teto de Zinco Quente”, “De Repente, No Último Verão” entre tantos. Por enquanto fico só com este dando a estreia do Mês Temático. E não, não vou usar os temas de dia dos namorados e muito menos festas juninas pois não lembro de nenhum filme com esse tema. Festa junina é bom para comer... Comidas típicas... E “Balancê!!”




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