Dr.
Estranho – É estranho!
Primeiro, eu não li os quadrinhos.
Segundo, eu conhecia o Dr. quase que por osmose através de desenhos e uma outra
referência sobre o Universo Marvel. Terceiro a tradução de Stranger para
“Estranho” dá um pouco de nó nas nossas cabeças, pois enquanto o primeiro termo
é um sobrenome relativamente comum nos países que tem o inglês como idioma, no
Brasil não é um sobrenome usado, e para um desavisado, como eu fui , pode
parecer um “condinome” para esconder a verdadeira identidade do personagem.
Quarto, existe uma famigerada coincidência entre o Homem de Ferro e o Dr.
Estranho , ambos possuem uma biografia muito similar, e até os traços nos
desenhos são propositalmente parecidos, porém um usa ciência outro magia.
Dito esses fatos complemento: o filme é
phoda!!!!
E, mordendo minha língua, pois já falei
muito contra essa “tecnologia desnecessária”, eu recomento que se assista este
filme em 3D. Sim, isso deixa os efeitos especiais melhores, principalmente quando
mostra uma espécie de recorte da realidade, num ambiente que a duplica, para
que os magos lutem sem danificar o mundo real e que faz a cidade, onde as lutas
acontecem, torne-se um labirinto de repetições psicodélicas que nos faz revirar
os olhos nas órbitas de tão louco que ficamos ao tentar entender o que está
acontecendo. Sim “o baguio é loko”. Assistam em 3D.
A história é básica de homem arrogante e
gênio que por um acidente perde tudo e, no fundo do poço, consegue dar a volta
por cima com algum poder espetacular. No caso, o Dr. acaba conhecendo a magia
na busca da cura dos danos que suas mãos sofreram em um acidente que o
impossibilita fazer suas cirurgias.
O Dr. Estranho é interpretado pelo esquisito e oscarizado, mas carismático, Benedict Cumberbatch. O “Benedito” dá a dose perfeita entre seriedade, pretensão, arrogância e patetice. É, o Dr. não é o “bãozão” como se acha e isso nos dá divertidas cenas. Temos também Rachel McAdams que faz uma ex namorada que tenta colocar um pouco de juízo no Dr. que acaba também nos levando a cenas impagáveis. Sem contar Chiwetel Ejiofor e Mads Mikkelsen, puta povo de nome difícil de se escrever. Não seria mais fácil todo mundo chamando Zé, Maria, Rosa, Pereira ou Silva???? Entre outros atores que são competentes nas suas demandas. Mas, e esse “mas” tem que ser bem enfatizado, quem rouba o filme até do “Benedito” é a phodástica, fabulosa, diva, magnânima, superior, toda emblemática, taciturna, competente, poderosa e dona da “pohatoda” Tilda Swinton, como Anciã (ão/x), sem gênero por favor. Poderia discorrer inúmeros parágrafos, palavras e frases sobre o talento dessa moça de aparência andrógina, e ainda faltaria muito para dizer sobre ela. Na personagem Ancix (ã/ão – estou trocando a ordem propositalmente se não perceberam) ela simplesmente parece viver o papel como se fosse ela mesma. Dá um ponto de veracidade a um tipo de personagem que soa muito falso no geral. E aqui conseguimos acreditar que esse personagem poderia ser real.
Os efeitos, como já disse são
fantásticos, mesmo que uma entidade de poderes incomensuráveis, que aparece
quase no fim, seja representado um pouco caricato, isso acaba não sendo defeito
que desmereça o restante. E o desenrolar dos acontecimentos iniciais um pouco
rápido para poder caber dentro do tempo de filme definidos pelos produtores.
É uma adaptação que deu certo e foi bem
elaborada. Um ganho para os produtores e para o público que consegue reconhecer
quando um produto é bom o suficiente para causar diversão. E Dr. Estranho
diverte e muito. E como sempre espere até após a legenda subir. Tem uma
surpresinha lá.
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