Chewing Gum – Sal de Frutas
No
meu Facebook se encontra, inacreditavelmente, 186 “amigos” neste momento. Já
cheguei a ter 5 mil fora os seguidores. Claro que isso deu um pouco de dor de
cabeça. Há uns 3 anos decidi manter um círculo menor de pessoas para evitar
algumas questões. Deu certo. O grupo além de ser formado por gente de meu
círculo íntimo de amizade também é formado por outras que fui conhecendo com o
tempo e alguns que se perderam pelo tempo e retornaram graças a redução das distâncias que a internet
possibilita.
Essa
situação causou um agradável “efeito colateral”. Ao selecionar um pouco mais
quem entrava na minha rede eu consegui ver com mais facilidade tudo o que caia
na minha linha do tempo. E, consequentemente, absorvi muito mais informações e
“consumi” cultura e informações com maior qualidade dentro dessa seleção que
ocorreu. E aqui, sem citar nomes, agradeço muito aos meninos do Rio de Janeiro
por compartilhar muitas coisas interessantes.
Entre tudo o que compartilham, as
séries e filmes se destacam. Foi justamente com eles que entrei em contato com
a nostalgia de “Stranger Things”, através de comentários positivos, “Mr Robot”,
“Penny Dreadful” entre outros. E foi via seus comentários que me interessei por
“Chewing Gum”.
A
temática é simples, uma garota que quer perder a virgindade com o namorado.
Porém as situações não são simples e geram o humor rasgado, desbocado e até
constrangedor da série. A garota é Tracey (Micaela Coel), que supostamente
escreveu o roteiro baseando-se “levemente” em sua própria vida, e namora um
cara que a enrola de todas as formas. Ela então atinge seus 24 anos sem nunca
sequer ter visto a rhola do namorado. Esse é um dos pontos absurdos que são
justificados pela extrema religiosidade que a família de Tracey cultiva. Se
morássemos em outro lugar até duvidaríamos da veracidade dessa situação. As
coisas caminham para Tracey arrumar um outro namorado, escondido da mãe, o que
não torna nada mais fácil para sua virgindade ser perdida.
As
situações são tão absurdas que arrancam facilmente gargalhadas. Mas não se
iluda, há também muito amargor e tristeza escondidos ali através de muitas
situações patéticas. Ao mesmo tempo que flerta com clichês típicos dá um passo
além ao extrapolar o humor que estamos acostumados, o americano. Só lembrando
que o humor aqui é bem londrino, ou melhor britânico.
O que pode causar
estranhamento a algumas pessoas. Porém, vemos nos dramas da protagonista as
dificuldades de pessoas vindas de famílias muito religiosas e de baixa renda.
Sem querer entregar muito das situações fico com a imagem de uma garota que
quer entrar para o mundo adulto da maneira convencional, se afirmando com o
sexo, e enfrenta as barreiras de uma educação cristã repressiva e ignorante.
Com
apenas 6 episódios na primeira temporada, já tem confirmação de uma segunda, e
com um elenco desconhecido no Brasil a série vem conquistando admiradores pelos
temas tratados que vão ao encontro das situações sociais vividas por muitos
jovens. Talvez não vire uma febre, pois o humor londrino, ou inglês, é um pouco
indigesto perto do que estamos acostumados. Porém consegue sair da mesmice com
uma protagonista forte e carismática. Vale pelo menos conferir um episódio para
sentir o tom. Se lhe causar azia só não assistir mais. Ou tome um belo sal de
fruta que ajuda.
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