segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Séries: Chewing Gum - Sal de Frutas

Chewing Gum – Sal de Frutas








         No meu Facebook se encontra, inacreditavelmente, 186 “amigos” neste momento. Já cheguei a ter 5 mil fora os seguidores. Claro que isso deu um pouco de dor de cabeça. Há uns 3 anos decidi manter um círculo menor de pessoas para evitar algumas questões. Deu certo. O grupo além de ser formado por gente de meu círculo íntimo de amizade também é formado por outras que fui conhecendo com o tempo e alguns que se perderam pelo tempo e retornaram  graças a redução das distâncias que a internet possibilita.

         Essa situação causou um agradável “efeito colateral”. Ao selecionar um pouco mais quem entrava na minha rede eu consegui ver com mais facilidade tudo o que caia na minha linha do tempo. E, consequentemente, absorvi muito mais informações e “consumi” cultura e informações com maior qualidade dentro dessa seleção que ocorreu. E aqui, sem citar nomes, agradeço muito aos meninos do Rio de Janeiro por compartilhar muitas coisas interessantes.
Entre tudo o que compartilham, as séries e filmes se destacam. Foi justamente com eles que entrei em contato com a nostalgia de “Stranger Things”, através de comentários positivos, “Mr Robot”, “Penny Dreadful” entre outros. E foi via seus comentários que me interessei por “Chewing Gum”.



         A temática é simples, uma garota que quer perder a virgindade com o namorado. Porém as situações não são simples e geram o humor rasgado, desbocado e até constrangedor da série. A garota é Tracey (Micaela Coel), que supostamente escreveu o roteiro baseando-se “levemente” em sua própria vida, e namora um cara que a enrola de todas as formas. Ela então atinge seus 24 anos sem nunca sequer ter visto a rhola do namorado. Esse é um dos pontos absurdos que são justificados pela extrema religiosidade que a família de Tracey cultiva. Se morássemos em outro lugar até duvidaríamos da veracidade dessa situação. As coisas caminham para Tracey arrumar um outro namorado, escondido da mãe, o que não torna nada mais fácil para sua virgindade ser perdida.

         As situações são tão absurdas que arrancam facilmente gargalhadas. Mas não se iluda, há também muito amargor e tristeza escondidos ali através de muitas situações patéticas. Ao mesmo tempo que flerta com clichês típicos dá um passo além ao extrapolar o humor que estamos acostumados, o americano. Só lembrando que o humor aqui é bem londrino, ou melhor britânico.
O que pode causar estranhamento a algumas pessoas. Porém, vemos nos dramas da protagonista as dificuldades de pessoas vindas de famílias muito religiosas e de baixa renda. Sem querer entregar muito das situações fico com a imagem de uma garota que quer entrar para o mundo adulto da maneira convencional, se afirmando com o sexo, e enfrenta as barreiras de uma educação cristã repressiva e ignorante.


         Com apenas 6 episódios na primeira temporada, já tem confirmação de uma segunda, e com um elenco desconhecido no Brasil a série vem conquistando admiradores pelos temas tratados que vão ao encontro das situações sociais vividas por muitos jovens. Talvez não vire uma febre, pois o humor londrino, ou inglês, é um pouco indigesto perto do que estamos acostumados. Porém consegue sair da mesmice com uma protagonista forte e carismática. Vale pelo menos conferir um episódio para sentir o tom. Se lhe causar azia só não assistir mais. Ou tome um belo sal de fruta que ajuda.   



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