Animais Fantásticos e Onde
Habitam – De olho no subtexto
A
primeira história do universo de Harry Potter escrita diretamente para o
cinema. Lembrando que houve outra direcionada ao teatro “HP e A Criança
Amaldiçoada” e já transposto para livro.
HP
foi uma franquia da literatura infanto-juvenil que fez muito sucesso e teve os
direitos comprados pela Warner, tudo se multiplicou. Quem não leu os livros
assistiu os filmes e voltou e leu os livros ou comprou todos os objetos
relacionados ao mundo de J.K. Rowling: canetas, camisetas, cadernos, canecas,
brinquedos e todo tipo de quinquilharia que fãs adoram. Até um parque temático
foi aberto para os aficionados em Orlando nos EUA.
Como
o interesse aqui é o filme um breve resumo de “Animais Fantásticos...”: Os EUA é
um país onde ser bruxo é perigoso. Por questões históricas o mundo bruxo é
mantido sob total proteção e escondido. Animais mágicos foram caçados e mortos
e todos vivem em estado de histeria. Newt Scamander (Eddie Redmayne, ruinzinho
como só ele pode ser), desembarca em Nova York, em uma data imprecisa, no pós-guerra,
com um carregamento de animais mágicos dentro de uma mala ampliada magicamente.
Ao mesmo tempo que ocorre o ataque de uma criatura "sobrenatural" aos olhos dos não-mágicos à cidade. Scamander acaba por trocar de mala com um no-maj (não-mágicos), como os
americanos chamam os trouxas, Jacob (Dan Fogler) e sem querer liberta algumas criaturas inofensivamente letais. Porpentina Goldstein (Katherine
Waterston), funcionária do ministério da magia americano, se envolve com os
dois para tentar resolver o problema que causaram e pode desencadear uma guerra
civil entre "no-majs" e bruxos. Porém, acontecimentos maiores estão se
desdobrando diante desses problemas e ninguém percebe.
Deste
ponto em diante Spoilers ..... spoiles... spoilers – depois não digam que não
avisei....
Aqui faço
algumas ressalvas: o roteiro tem furos. O Redmayne é de doer. E o melhor ator
do longa, Collin Farrell fazendo o suspeito e ambíguo Percival Graves, é “destruído”.
Grindelwald é uma caracterização mal-sucedida
de Johnny Depp. E os elfos domésticos estão menos realistas que o habitual,
menos até que os animais. Tudo bem, a fantasia supera isso.
E Jacob não é apenas engraçado, é além de tudo alguém que, lançado sem querer em um mundo que não sabia que existia, consegue embarcar na paixão de Scamander e entender a beleza das “bestas”, mesmo que perigosas. A palavra “animais” que nossos tradutores adotaram não dá a densidade e perigo embutido que a palavra “bestas” possui. Por qualquer razão que seja não usar essa palavra nos dá uma noção de preconceito que nos leva a acreditar que “besta” é algo não só animalesco, mas também desprovido de qualquer tipo de sensibilidade. E os “Animais Fantásticos” possuem um lado bem racional e doce que se perderia nesse termo duro do português.
“Animais
Fantásticos e Onde Habitam” é um bom filme família e com um subtexto que aborda
temas espinhosos. Isso é bom enquanto a maioria dos filmes americanos insistem
em ficar na mesmice de sempre. Quando um filme, supostamente para a família, fala
de preconceito religioso, perseguição, faz alusões a esconder sua verdadeira
identidade, bruxos não poderem se relacionar e namorar, é sinal que o filme não
é meramente entretenimento. Tem uma mensagem forte ali que entendedores
conseguirão captar.
Assisti no fds e achei o roteiro muito infanto juvenil, sei que é o intuito. Mas pesaram na mão.
ResponderExcluirSim, tem uma "pegada" para esse público sim. Acho que o tema "adulto" ficou para o subtexto como comentei no artigo.
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