quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Pandora e o Orfanato - Comentário de livros

Pandora e o Orfanato - Comentário de livros



                Ando com preguiça de ler. Porém, sei o quanto é importante para ativar os neurônios amortecidos por tantos filmes hollywoodianos. E para entender melhor o que aconteceu tenho que informar que leio vários livros ao mesmo tempo. Alguns eu estou lendo há mais de um, dois, quatro anos. Não sei como isso é possível mas tenho esse costume. Acabo por me enrolar com um enredo ou outro e continuo como dá. O que penso é “se a história for boa eu me lembrarei”. No geral eu tenho uma boa memória.
                A partir desse fato eu explico que há mais de um ano eu comprei “O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares”. Fiquei empolgado com a premissa: em cima de fotos estranhas, verdadeiras e antigas, provindas de coleções, o autor, Ransom Riggs elabora uma história.
                De início, o livro parece ser um terror para adolescentes. O que deixa mais instigante. E logo se percebe que o enredo não se sustenta e muitas coisas ficam forçadas e perde a graça. Um garoto americano, vê o avô sendo assassinado por criaturas que ninguém mais vê. Crente que está sofrendo de problemas psicológicos começa um tratamento que culmina em uma viagem com o pai para uma ilha que fica no litoral da Inglaterra. A ilha era o local de onde misteriosas cartas vinham para o avô. E na ilha ele encontra primeiramente os destroços de um antigo orfanato atingido por uma bomba há uns 60 anos. Desanimando, por não descobrir mais sobre a vida do avô ele tenta se distrair com outras coisas na ilha. E com a ajuda de uma garota misteriosa descobre um portal, uma espécie de dobra temporal que perpetua as horas anteriores ao bombardeio e lá ele vai descobrir os mistérios das crianças peculiares e da Srta. Peregrine. Tudo permeado pelas extravagantes fotos.

                Como disse a premissa é bem interessante. E se perde no meio das primeiras páginas para virar uma espécie de paródia de “X-Men” com seus alunos mutantes do diretor Charles Xavier. Esse livro tem 332 páginas e eu levei mais ou menos um ano e meio para ler inteiro. Começava, parava, continuava com um capítulo, parava... E o tempo passou. Assumo que também coincidiu com o último ano da faculdade. E quando o ritmo de leitura é quebrado, se reanimar é um pouco mais difícil. Principalmente quando a história deixa a desejar.
                E o contraponto que queria levantar é que, em casa, estava dando sopa o livro “Pandora” de Anne Rice. Paquerava sempre, mas não ia mais fundo no “relacionamento”. Já tinha lido outros livros desta escritora e gostei do seu estilo. Sem contar os filmes “Entrevista com o Vampiro” e “A Rainha dos Condenados” baseados em suas obras dos quais eu havia gostado muito.
                Duas semanas atrás eu estava de bobeira e com tédio e estava olhando para meus livros na estante. Meu primeiro impulso foi dar uma olhada num exemplar que contém 3 histórias clássicas em um único volume “Frankenstein” de Mary Shelley,  “Drácula” de Bram Stoker e “O Médico e o Monstro” de Robert Louis Stevenson. Folheei, olhei, li um trecho aqui e ali e já o larguei. Peguei “Pandora” comecei a ler o primeiro capítulo e já me fisgou. Não parei mais até o terminar em 9 dias as 203 páginas. Demorei esse tempo pois entre os afazeres diários eu ficava com pouco tempo para o escrito. A história é a própria Pandora contando como era sua vida de mortal e como acabou conhecendo Marius, que a transformou em vampira, e como se desentendo acabaram por se separarem. São dois personagens que já deram as caras em outras histórias de Rice, porém, sem grandes detalhes de suas vidas.

                Então perceba, um levei mais de 18 meses para finalizar um, outro pouco mais de uma semana. E é assim que percebemos quando um texto é bom: vontade de terminar o livro o mais rápido possível. Sendo um tanto superficial essa comparação eu estou puxando a sardinha descaradamente para Rice. Um livro que promete algo e não cumpre não merece tanta consideração. Não entendi direito o marketing em cima do livro de Riggs, porém é mais evidente que haverá uma continuação e possivelmente uma versão cinematográfica. Já li as especulações a respeito pela internet.

                Entre Rice e Riggs a primeira sai ganhando com sua história neogótica e vampiresca. A cópia de “X-Men” não chega nem perto. Não tem consistência, mesmo para um livro infanto-juvenil. 

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