quarta-feira, 6 de maio de 2015

Vingadores: Era de Ultron - Ahhh, o povo!!!

Vingadores: Era de Ultron - Ahhh, o povo!!!




         Eu não tenho muito que falar a respeito do elenco. filme que passa os atores estão mais afiados em seus papéis: Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Hulk (Mark Ruffalo), Thor (Chris Hemsworth), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). Mesmo o acréscimo de Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) e Feiticeira Escarlate (Elisabeth Olsen) foi uma bem articulada aditivada no roteiro. Ultron (voz de James Spader) é um vilão interessantíssimo. Há filmes carecíamos de um personagem tão bem construído. Ele tem uma densidade existencial que nos faz entrar em crise. E até mesmo o Visão (Paul Bettany irreconhecível debaixo de tanta maquiagem) compartilha com Ultron essa angústia. E para nossa felicidade temos a Julie Delpy, um pouco envelhecida, que faz uma ponta como Madame B e outro que quase não é notado é o Stellan Skarsgård, se espirrar durante o filme corre o risco de não vê-los. Os efeitos são de tirar o fôlego, direção competente de Joss Whedon, que também é responsável pelo roteiro, dá o tom mais nerd, se isso for possível. Parece ter respeitado a mitologia dos personagens, apesar de adaptações necessárias ao formato de cinema.


         O que me chamou muito atenção nesse filme foi algo que deveria ser evidente, mas a maioria dos filmes de heróis não dão a mínima: o povo.
         Como assim? Com tanto herói, com tanto tiro, porrada e bomba... Quem mais chamou atenção foi o povo?

         Sim, o povo. Geralmente os heróis estão suando suas tangas, seja de aço, lycra, couro ou algodão, tentando acabar com a ameaça do vilão e simplesmente se esquecem do povo. Só vemos pessoinhas desesperadas se esgoelando entre pedaços de prédios sendo jogados junto a carros, caminhões e pontes. Um ou outro é salvo aqui ou ali, mas tenho certeza, que para ser esmagado logo mais na curva da esquina. Ninguém tira de minha cabeça que essas tentativas de salvamento acabam por matar mais pessoas que realmente é possível mostrar em um filme. Enquanto heróis e vilões se engalfinham o povo literalmente se explode.

         Mas, enfatizo bem esse “mas”, neste filme há certa diferença que não me passou desapercebido. Aqui além de salvar o mundo, todo ser humano é valorizado. Bruce Banner se preocupa com o número de vítimas que teria feito cagar de medo e depois esmagado com o dedo mindinho quando “virado” no Hulk. Geralmente para salvar o mundo os grandes heróis não se preocupam com as vidas que se perdem em batalha. E aqui até o cínico Tony Stark tenta salvar todos, sem exceção.  Mesmo o fodão e quase indestrutível Ultron tenta não matar ninguém desnecessariamente. O que não sei se é algo bom, pois o passo seguinte a destruição dos Vingadores é a eliminação de todos os seres humanos do planeta terra.  

         Então essa "bem-querência" ao povo é algo diferente. Praticamente ninguém morre na batalha final. Todos são salvos. E olha que para sobreviver alguém naquelas condições... É algo realmente absurdo de acontecer.

         Para finalizar, outro ponto que me chamou bem a atenção: Ultron é um ser supostamente religioso. Até cita trechos da Bíblia. Parece muito com pastores que pregam a Palavra e acabam por promover a perseguição e morte de pessoas que consideram inferiores ou pecadores. É... Por essa lógica Ultron iria para o céu... Assim como essa gente que faz o mesmo no mundo real... Mas não vão viu gente. Só o garfo do Capeta está preparado para receber gente assim. Afinal, assim como Ultron, pessoas que pregam ódio só podem ser vilões, nunca mocinhos/heróis.


         Achei que não gostaria do filme, que seria um “pipocão” meia boca. E não é. É um “pipocão” de boca inteira. Para alguns o filme pode ter referências demais ao universo da Marvel. Nada que assistir todos os filmes anteriores dos Vingadores, do Homem de Ferro, do Thor, do Hulk e do Capitão América não o situe no que estiver rolando. Então, vale muito o ingresso, cada vez mais caro.  

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