Vingadores: Era de
Ultron - Ahhh, o povo!!!
Eu não tenho muito que falar a respeito
do elenco. filme que passa os atores estão mais afiados em seus papéis: Homem de
Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Hulk (Mark Ruffalo),
Thor (Chris Hemsworth), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy
Renner). Mesmo o acréscimo de Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) e Feiticeira
Escarlate (Elisabeth Olsen) foi uma bem articulada aditivada no roteiro. Ultron
(voz de James Spader) é um vilão interessantíssimo. Há filmes carecíamos de um
personagem tão bem construído. Ele tem uma densidade existencial que nos faz
entrar em crise. E até mesmo o Visão (Paul Bettany irreconhecível debaixo de
tanta maquiagem) compartilha com Ultron essa angústia. E para nossa felicidade
temos a Julie Delpy, um pouco envelhecida, que faz uma ponta como Madame B e
outro que quase não é notado é o Stellan Skarsgård, se espirrar durante o filme
corre o risco de não vê-los. Os efeitos são de tirar o fôlego, direção
competente de Joss Whedon, que também é responsável pelo roteiro, dá o tom mais
nerd, se isso for possível. Parece ter respeitado a mitologia dos personagens, apesar de adaptações necessárias ao formato de cinema.
O que me chamou muito atenção nesse
filme foi algo que deveria ser evidente, mas a maioria dos filmes de heróis não
dão a mínima: o povo.
Como assim? Com tanto herói, com tanto
tiro, porrada e bomba... Quem mais chamou atenção foi o povo?
Sim, o povo. Geralmente os heróis estão
suando suas tangas, seja de aço, lycra, couro ou algodão, tentando acabar com a
ameaça do vilão e simplesmente se esquecem do povo. Só vemos pessoinhas
desesperadas se esgoelando entre pedaços de prédios sendo jogados junto a
carros, caminhões e pontes. Um ou outro é salvo aqui ou ali, mas tenho certeza,
que para ser esmagado logo mais na curva da esquina. Ninguém tira de minha cabeça
que essas tentativas de salvamento acabam por matar mais pessoas que realmente
é possível mostrar em um filme. Enquanto heróis e vilões se engalfinham o povo
literalmente se explode.
Mas, enfatizo bem esse “mas”, neste
filme há certa diferença que não me passou desapercebido. Aqui além de salvar o
mundo, todo ser humano é valorizado. Bruce Banner se preocupa com o número de
vítimas que teria feito cagar de medo e depois esmagado com o dedo mindinho
quando “virado” no Hulk. Geralmente para salvar o mundo os grandes heróis não
se preocupam com as vidas que se perdem em batalha. E aqui até o cínico Tony
Stark tenta salvar todos, sem exceção. Mesmo
o fodão e quase indestrutível Ultron tenta não matar ninguém
desnecessariamente. O que não sei se é algo bom, pois o passo seguinte a
destruição dos Vingadores é a eliminação de todos os seres humanos do planeta terra.
Então essa "bem-querência" ao povo é algo
diferente. Praticamente ninguém morre na batalha final. Todos são salvos. E olha
que para sobreviver alguém naquelas condições... É algo realmente absurdo de
acontecer.
Para finalizar, outro ponto que me chamou
bem a atenção: Ultron é um ser supostamente religioso. Até cita trechos da
Bíblia. Parece muito com pastores que pregam a Palavra e acabam por promover a
perseguição e morte de pessoas que consideram inferiores ou pecadores. É... Por
essa lógica Ultron iria para o céu... Assim como essa gente que faz o mesmo no
mundo real... Mas não vão viu gente. Só o garfo do Capeta está preparado para
receber gente assim. Afinal, assim como Ultron, pessoas que pregam ódio só podem ser vilões, nunca mocinhos/heróis.
Achei que não gostaria do filme, que
seria um “pipocão” meia boca. E não é. É um “pipocão” de boca inteira. Para
alguns o filme pode ter referências demais ao universo da Marvel. Nada que
assistir todos os filmes anteriores dos Vingadores, do Homem de Ferro, do Thor,
do Hulk e do Capitão América não o situe no que estiver rolando. Então, vale
muito o ingresso, cada vez mais caro.
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