segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O Jogo da Imitação - A Magrela sem graça e a voz de Barítono

O Jogo da Imitação - A Magrela sem graça e a voz de Barítono





                          
         Ladies first!!!!
        
O primeiro filme que vi de Keira Knightley foi “Rei Arthur”, aquele pastelão onde ela faz um mix de Guinevere com Morgana e amazona arqueira. E depois assisti o “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”. Em ambos ela me chamou a atenção pela interpretação e pela beleza. E logo veio a sua indicação ao Oscar por “Orgulho e Preconceito” que até hoje não assisti. E isso me chamou mais atenção para ela. Veio o restante da franquia “Piratas do Caribe” e meu encanto sumiu. Comecei a perceber que ela andava muito magra. Admito que admiro mais as curvilíneas que as ossudas. E ela me assustou muito, já era magra e mais magra ficou. E comecei a conjecturar se ela não sofria de algum distúrbio. Como isso não é da minha conta eu simplesmente esqueci e coloquei essa atriz no limbo das atrizes que considero “mornas”. E lá ela continua até o momento que assisti “O Jogo da Imitação”. Realmente ela não me convence. Neste filme parece que seu personagem é mera referência histórica com suposta motivação de ser uma tensão romântica. Ao contrário de Jennifer Connelly em “Uma Mente Brilhante”, que tem razão dramática de existir na trama, a personagem Joan Clark de Keira só está lá por ter existido realmente. Se Jennifer foi o ponto de equilíbrio para a mente do matemático paranoico que virou seu marido, a Joan/Keira nada contribui para o personagem principal. Ela o ajuda a humanizar junto a sua equipe??? Um cachorrinho fofo e peludo teria o mesmo efeito, ou até melhor. Mesmo em alguns embates com o Alan Turing, interpretado pelo Benedict Cumberbatch não a fazem brilhar. Ela está muito apagada. Então ela não se tornou minha atriz coadjuvante preferida para o Oscar este ano. Apesar de não gostar de “Caminhos da Floresta”, Meryl Streep dá banho na magrela.



 



         Da magrela vou para a voz de barítono de Benedict Cumberbatch. Vi sua interpretação pela primeira vez em “Star Trek – Além da Escuridão” e gostei muito. Ele era desconhecido para mim, pois não assisto, ainda, as séries da televisão Americana. Como sabemos “Star Trek” possui uma densidade dramática de vapor d’água, então fiquei surpreso com a força que ele dá ao seu personagem. Enquanto me parece que Keira anda pulando algumas refeições e ficando em inanição, Cumberbatch está bem nutrido para dar força dramática a um personagem complexo como Alan Turing. Realmente está perfeito. Sei que o preferido parece ser o Eddie Redmayne que faz o renomado Stephen Hawking em “Teoria de Tudo”. Ainda não assisti este, então não teria como comparar. Só falo que a atuação de Cumberbatch está muito convincente, perfeita e impactante. E olha que ele é um ser esquisito: cara comprida, olhos amendoados e pequenos, cabelos encaracolados, beiço esbranquiçado apesar de grossos, pele cor de cera sem pigmento. Realmente não é um galã típico, convence com sua força interior na interpretação. Consegue ter a sutileza que o papel pede. Em vários momentos teríamos que achar o personagem um monstro, racionalmente, e não conseguimos, pois se vê a humanidade contida na atuação do ator. Realmente brilhante.


        
 E agora voi ao restante do filme. Morten Tyldum, o diretor, que desconhecia antes desse filme, se mostra competente e em muito ajuda a visão do personagem principal. Os coadjuvantes também são muito competentes e dão força ao pano de fundo da história. E o roteiro, não é tão inovador, tanto que me lembrou muito “Uma Mente Brilhante”. Em certos momentos fica um pouco complicado se não sabemos a história de Turing, e muitos não sabem. E só no final que temos uma explicação mais direta. E em alguns pontos também parece artificial demais os acontecimentos relacionados à sua descoberta. Porém um ponto alto é colocar um quesito importante para a construção desse personagem de forma secundária: sua homossexualidade. Não quero entregar o fim nem muita coisa sobre isso, mas é interessante que apesar de ser causa de seu ocaso, isso não é posto como propaganda em prol dos direitos gays, apesar de haver sim uma crítica social nesse sentido, o que é destacado é a genialidade e incapacidade social de Alan Turing.


Dito isso só complemento que o filme é a vida de um gênio de difícil convivência, e mostra fatos históricos com licenças poéticas razoáveis. Ainda não sei dizer se é meu predileto na corrida pelo prêmio da “Academia”. Sempre uma ótima interpretação compensa os deslizes do restante do filme, e este possui poucos. Não é um filme para sessão da tarde. E não é filme de se debulhar em lágrimas. Faz pensar em algumas questões morais (em relação à Segunda Guerra) e sociais (em relação à homossexualidade)... Faz pensar, o que é bom...



Abaixo o verdadeiro Turing





contato: vinimotta@hotmail.com

2 comentários:

  1. Ok você me convenceu, mas ainda não deixo de admirar a Keira, mas isso possivelmente porque ela deu vida a um de meus personagens favoritos.

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  2. kkkkkkkkkkkk, com certeza..... Se não fosse "Orgulho e Preconceito" vc não ia gostar dela........ kkkkkkkk

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