Garota Exemplar : "Falta Alma"
Assisti só agora a esse filme e possivelmente estará na
lista do Oscar. Pelo menos já consta na lista do Globo de Ouro desse ano: Diretor,
atriz principal e roteiro, se não estiver deixando nada escapar.
O filme é um suspense baseado no livro de mesmo nome de Gillian
Flynn. Com uma premissa interessante tentarei ao máximo não entregar nada que
estrague o suspense. Começa com uma premissa bem legal: Nick Dunne/Ben Affleck
ao voltar para casa descobre que a esposa, Amy Dunne/Rosamund Pike sumiu, e
tudo indica que algo pior possa ter acontecido. Então perceba o meu esforço de
não contar nada que entregue a história. Gosto de Ben Affleck, mas ele não tem
muita densidade dramática e ao lado da Rosamund Pike ele é levemente tosco. Ela
chama atenção desde sua primeira cena no filme. E só relembrando, foi indicada
ao Globo de Ouro. Não assisti ainda as outras que estão concorrendo, então não
tenho como comparar. Mas sua presença é sim marcante. O filme começa até morno,
e o que mais me chamou a atenção o tempo todo foi a casa. Ela não é importante
para a trama em si, é fria e antisséptica. E isso me incomodou um pouco. Talvez
a precisão do roteiro e do diretor estava representada no imóvel. Tudo cinza e
hermeticamente limpo, e impessoal. E esse é um pouco o tom do filme. Tecnicamente
perfeito, mas muito impessoal. O filme é bem inteligente no enredo e falta
brilho, ou como alguns mais românticos diriam, falta “alma”. Como disse o
diretor é muito competente e dá precisão ao roteiro inteligente e junto com
Pike dá o tom necessário ao filme. E mesmo assim falta algo. Tudo frio e antisséptico.
E eu corro o risco de falar demais se continuar.
Gostei
muito da atuação de Kim Dickens que faz a Detetive Rhonda, me lembrou muito a
gravidíssima “Marge Gunderson” de Frances McDormand em Fargo (1996), lógico que
sem a gravidez e sem o prêmio recebido pela atuação. Outras presenças
interessantes são de Carrie Coon, um tanto desconhecida, com atuações
relevantes no teatro, que faz a irmã gêmea de Nick Dunne “Margo”, e Missi Pyle,
que faz uma asquerosa versão feminina e americana de uma mistura do Marcelo Rezende
e do Datena. No mais o filme é o que disse: inteligente, bem executado, frio e antisséptico.
vinimotta2012@gmail.com
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