sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Birdman (A Inesperada Virtude da Ignorância) – Iñárritu me enerva!!!

Birdman (A Inesperada Virtude da Ignorância) – Iñárritu me enerva!!!





Alejandro González Iñárritu me deixa sempre desconcertado. Seus filmes são dolorosamente dramáticos. E nunca ruim. Para meu gosto pessoal são sempre pesados. Tanto que não concluí de assistir Babel por me dá mais sofrimento que embevecimento. Em certos momentos ele causa a sensação de “socorro, me tirem daqui” e ao mesmo tempo faz querer ficar e ver o que acontecerá. Não sinto facilidade em assistir seus filmes. E isso não quer dizer que sejam ruins. No seu estilo, ele é ótimo. Consegue contar uma história entrelaçada com outras subtramas como ninguém. Quem também fazia algo parecido, com maestria, se foi de nosso meio, Robert Altman, e Iñárritu lembra muito os trabalhos dele, com estilo bem próprio. As tramas são entrecortadas, aparentemente complexas, cheias de simbolismo e densidade dramática. O elenco está afiado. Até o Michel Keaton consegue uma interpretação louvável. Ele sempre interpreta a si mesmo, e neste longa, consegue uma boa (ótima)  medida no seu Riggan Thomson. E por isso conseguiu uma indicação de melhor ator. Soube que o roteiro foi escrito especialmente para Michel Keaton, com todas as similaridades com sua vida, pois também interpretou um herói fantasiado (Batman, 1989 e Batman- O Retorno, 1992) e não fazia nada relevante e expressivo desde então. Coadjuvante masculino e feminino vão respectivamente para Edward Norton e Emma Stone que estão perfeitos. Nenhum é meu favorito para a estatueta, mas quem sou eu não é mesmo???



A história, sem spoilers, é uma sacada perfeita, que une crítica afiada ao mundo dos atores decadentes que decidem fazer teatro para ganhar respeito. Até para os críticos sobram farpas, ficaria ofendido se fosse um crítico profissional. Retomo isso mais adiante. O resumo seria que Riggan interpretou um famoso super-herói nos anos 90 do século passado. Porém se recusou fazer o 4º filme da série e sua carreira desaba, junto com seu dinheiro. E mesmo continuando popular entre os mais “velhos”, é um desconhecido para a nova geração sem contar que é avesso aos conhecidos Facebook, Twitter ou qualquer outro instrumento da internet de fama rápida. Então, como muitos atores decadentes que querem ganhar respeito, apela para o teatro, adapta um livro famoso, dirige e atua na peça. É bem aí começa as dificuldades. Além de lidar com os próprios problemas, o Birdman não para de “gralhar” na sua cabeça, tem que lidar com os egos de um monte de gente.



Entre a fantasia e a realidade o filme acompanha a nuca, literalmente, de Riggan. A câmera faz uma filmagem contínua, não desliga nuca e em grande parte do filme acompanha esse personagem. Vez ou outra que o esquece para mostrar alguma subtrama ou a fala de algum personagem, e mais que rapidamente volta de novo ao Riggan. Uma bateria irritante dá o tom pretensamente cômico, mas não espere riso frouxo, é mais provável se ter uma convulsão nervosa. Não é o filme que gosto, como já disse. Iñárritu me enerva. Mas não têm como negar que é bem executado, com diálogos e roteiro inteligentes, atores e atrizes inspirados.  


Quanto à crítica aos “críticos” achei bem interessante. Pois em certo momento o ator principal entra no embate com a comentarista de teatro de um grande jornal com uns pontos bem interessantes. Faz pensar na maldade que existe nas palavras colocadas no papel, ou na tela do notebook. E também o quanto uma peça/filme/livro/quadro/etc. tem a fama auxiliada ou implodida por pessoas que se dizem especialista em julgar obras alheias... Enfim, faz pensar, não se arrepender. Algumas vezes a crítica ácida pode “machucar” a pessoa, mas é o que dá “graça” ao texto. É impossível ficar lendo algo que só “rasga seda” para o lado do objeto comentado. E justamente esse diálogo me fez pensar (sem entregar nada viu gente) o quanto o papel do crítico é relevante. Se não é apenas amargura por não fazer o que os “artistas” fazem ou também se não é manipulação do público que só leva em conta o que se é dito nessas críticas, que muitas vezes são encomendadas pelas corporações que lucram, e muito, com salas lotadas ou venda do material de interesse. Enfim, só uma leve reflexão. E o que me motiva a fazer minhas críticas é justamente perceber isso. Uma crítica de um grande veículo de comunicação é muito tendenciosa, por isso sempre tentava ler coisas que fugiam desse padrão. E nessa empreitada percebi que realmente é difícil fazer uma crítica inofensiva. É muito fácil destilar veneno por todos os poros dos dedos no teclado. Então, sigo um pouco do que aprendi nas faculdades que passei: não leio nada antes, capto o fato (no caso filme), tiro minhas conclusões, faço um rascunho e só aí procuro ler comentaristas que podem ou não convergir para a minha opinião e geralmente não mudo o meu sentimento em relação, tento manter o meu ponto de vista e ser ponderado no que for possível. Pelo menos esse é meu método.



Já o veneno é intrínseco à constituição do ser... Então, depende do humor do dia. Se estiver “virado no couro do capeta”, destilo tudo no texto, é uma ótima forma para me sentir melhor, senão, acumula todo esse fel e sem querer corro o risco de morrer dando uma mordida na própria língua... Agora se tudo estiver bem, sem venenos, o texto fica sem graça... Eu confesso!!!!!



Contato: vinimotta@hotmail.com

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O Jogo da Imitação - A Magrela sem graça e a voz de Barítono

O Jogo da Imitação - A Magrela sem graça e a voz de Barítono





                          
         Ladies first!!!!
        
O primeiro filme que vi de Keira Knightley foi “Rei Arthur”, aquele pastelão onde ela faz um mix de Guinevere com Morgana e amazona arqueira. E depois assisti o “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”. Em ambos ela me chamou a atenção pela interpretação e pela beleza. E logo veio a sua indicação ao Oscar por “Orgulho e Preconceito” que até hoje não assisti. E isso me chamou mais atenção para ela. Veio o restante da franquia “Piratas do Caribe” e meu encanto sumiu. Comecei a perceber que ela andava muito magra. Admito que admiro mais as curvilíneas que as ossudas. E ela me assustou muito, já era magra e mais magra ficou. E comecei a conjecturar se ela não sofria de algum distúrbio. Como isso não é da minha conta eu simplesmente esqueci e coloquei essa atriz no limbo das atrizes que considero “mornas”. E lá ela continua até o momento que assisti “O Jogo da Imitação”. Realmente ela não me convence. Neste filme parece que seu personagem é mera referência histórica com suposta motivação de ser uma tensão romântica. Ao contrário de Jennifer Connelly em “Uma Mente Brilhante”, que tem razão dramática de existir na trama, a personagem Joan Clark de Keira só está lá por ter existido realmente. Se Jennifer foi o ponto de equilíbrio para a mente do matemático paranoico que virou seu marido, a Joan/Keira nada contribui para o personagem principal. Ela o ajuda a humanizar junto a sua equipe??? Um cachorrinho fofo e peludo teria o mesmo efeito, ou até melhor. Mesmo em alguns embates com o Alan Turing, interpretado pelo Benedict Cumberbatch não a fazem brilhar. Ela está muito apagada. Então ela não se tornou minha atriz coadjuvante preferida para o Oscar este ano. Apesar de não gostar de “Caminhos da Floresta”, Meryl Streep dá banho na magrela.



 



         Da magrela vou para a voz de barítono de Benedict Cumberbatch. Vi sua interpretação pela primeira vez em “Star Trek – Além da Escuridão” e gostei muito. Ele era desconhecido para mim, pois não assisto, ainda, as séries da televisão Americana. Como sabemos “Star Trek” possui uma densidade dramática de vapor d’água, então fiquei surpreso com a força que ele dá ao seu personagem. Enquanto me parece que Keira anda pulando algumas refeições e ficando em inanição, Cumberbatch está bem nutrido para dar força dramática a um personagem complexo como Alan Turing. Realmente está perfeito. Sei que o preferido parece ser o Eddie Redmayne que faz o renomado Stephen Hawking em “Teoria de Tudo”. Ainda não assisti este, então não teria como comparar. Só falo que a atuação de Cumberbatch está muito convincente, perfeita e impactante. E olha que ele é um ser esquisito: cara comprida, olhos amendoados e pequenos, cabelos encaracolados, beiço esbranquiçado apesar de grossos, pele cor de cera sem pigmento. Realmente não é um galã típico, convence com sua força interior na interpretação. Consegue ter a sutileza que o papel pede. Em vários momentos teríamos que achar o personagem um monstro, racionalmente, e não conseguimos, pois se vê a humanidade contida na atuação do ator. Realmente brilhante.


        
 E agora voi ao restante do filme. Morten Tyldum, o diretor, que desconhecia antes desse filme, se mostra competente e em muito ajuda a visão do personagem principal. Os coadjuvantes também são muito competentes e dão força ao pano de fundo da história. E o roteiro, não é tão inovador, tanto que me lembrou muito “Uma Mente Brilhante”. Em certos momentos fica um pouco complicado se não sabemos a história de Turing, e muitos não sabem. E só no final que temos uma explicação mais direta. E em alguns pontos também parece artificial demais os acontecimentos relacionados à sua descoberta. Porém um ponto alto é colocar um quesito importante para a construção desse personagem de forma secundária: sua homossexualidade. Não quero entregar o fim nem muita coisa sobre isso, mas é interessante que apesar de ser causa de seu ocaso, isso não é posto como propaganda em prol dos direitos gays, apesar de haver sim uma crítica social nesse sentido, o que é destacado é a genialidade e incapacidade social de Alan Turing.


Dito isso só complemento que o filme é a vida de um gênio de difícil convivência, e mostra fatos históricos com licenças poéticas razoáveis. Ainda não sei dizer se é meu predileto na corrida pelo prêmio da “Academia”. Sempre uma ótima interpretação compensa os deslizes do restante do filme, e este possui poucos. Não é um filme para sessão da tarde. E não é filme de se debulhar em lágrimas. Faz pensar em algumas questões morais (em relação à Segunda Guerra) e sociais (em relação à homossexualidade)... Faz pensar, o que é bom...



Abaixo o verdadeiro Turing





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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O Rei de Amarelo – Robert W. Chambers - Resenha/ comentário de Livro

O Rei de Amarelo – Robert W. Chambers



                Ano passado me deparei com este livro e lembrei vagamente que já havia ouvido falar dele. E a minha maior surpresa foi o preço: R$ 19,99. Com 254 páginas e editado pela Intrínseca, o livro se mostrou bem simpático. Na capa desenho de uma figura arcada em sua  própria corcunda revestido de amarelo e coroada, com as mangas das vestes acabando em trapos rasgados. E a impressão de palavras de tamanho razoáveis ajuda muito.  O que é ótimo para pessoas que usam óculos, como eu, e os quebram, como eu, e são obrigados a ler sem o auxílio das lentes, como eu.

                Com mais curiosidade sobre o livro, consultei rapidamente o Google, tomando o cuidado de não ler nada que entregasse o enredo das histórias. Achei a informação de que esse escritor influenciou pelo menos dois autores que admiro muito: H.P. Lovecraft e Stephen King. Isso me bastou para começar a leitura. E o que me auxiliou também foi que esta edição possuir um comentarista que nos inicia no universo de Chambers. Como essa é a primeira parte de minha “resenha/comentário” eu apenas falo dos quatro contos que abrem. Sim o livro é de contos. E segundo o comentarista (Carlos Orsi) e as informações da internet, esses contos são especificamente os que fazem alusão direta ao universo do “Rei de Amarelo”. Para situar, em uma espécie de realidade paralela, que é muito parecida com a nossa, em algum momento foi escrito um livro, na verdade uma peça de teatro com aquele título. Aparentemente o livro é uma obra simples e bem escrita, porém perturba a serenidade de quem quer que a leia por inteiro, até parece uns livros que andam perturbando muitos aficionados pelo mundo. Uma terra lendária, ou não, é evocada, e a loucura se instala na alma dos leitores incautos. Tanto que o livro foi banido de alguns países. Não é revelado muito dos personagens, nem do enredo, nem do desfecho. Tudo é dado por migalhas que apenas nos deixa mais ávidos por informações.         O mais interessante é que os contos iniciais não se complementam, têm referências um do outro de alguma forma. Além da própria lenda da peça do “O rei de amarelo”.
 
                Não é fácil a leitura desses contos, eles fazem muitas alusões a um universo criado pelo autor, e se não houver uma iniciação, realmente ficamos perdidos. Em “O Reparador de Reputações” há uma Nova York fictícia, que pode bem ser o devaneio do personagem principal. Não fica muito claro o que é um reparador de reputação. E causa estranheza que o personagem principal é um “ex” louco; o Sr Castaigne sofrera dos nervos e após internado foi realocado ao convívio em sociedade. O motivo de sua queda na loucura foi a obra “O Rei de Amarelo” que tinha lido. Assim na realidade, que não sabemos se provinda dos devaneios de Castaigne ou da realidade desse mundo paralelo, a trama se molda estranhamente até um desfecho desconcertante.

                No segundo conto, “A Máscara”, alguns pontos da história anterior são citadas forjando uma espécie de ficção científica e um leve suspense sobrenatural. Nada tão denso e direto como estamos acostumados hoje em dia. Nada tão psicológico como em Edgar Allan Poe. Mas é um leve terror que ambienta este conto. Uma sutileza fantasmagórica que nos incita até a pensar no pior. Este conto é mais simpático e mais fácil de entender que o anterior.

                O terceiro, “No Pátio do Dragão”, há uma espécie de confusão mental retratada, que também nos deixa confusos. Vemos os sentimentos do personagem principal, dentro de uma igreja, durante o sermão do padre, dando asas a sua imaginação, ou a sua realidade. Tudo é muito dúbio em Chambers. E como nos outros personagens perturbados, este também havia lido a peça maldita. Então percebemos que ele pode não estar com sua mente em ordem.

                O encerramento do quarteto se dá com “O Emblema Amarelo”. Considerado o melhor, evoca mais claramente, mas sempre de forma sutil, o sobrenatural. Somos envoltos na atmosfera que o autor quer. E junto com os personagens chegamos ao limite da loucura, sem padecer desse mal, e sem a necessidade de ler o texto do Rei de Amarelo.

                Como uma opinião muito particular minha, até agora o texto não se mostrou inovador, mas tenho que lembrar que ele foi escrito há cerca de 120 anos. Então a genialidade consiste nisso. Ele parece tão familiar e tão contemporâneo que não julgaria ser um texto tão antigo. Salvo algumas referências evidentes. De fácil digestão na narrativa simples, o enredo pode ser o problema. Ele se torna hermético se não houver uma prévia do que é, e algumas notas explicativas, como ocorrem nesta edição, nos salva do naufrágio no mar de referências existentes. E com todo esse aparato para nos impedir de afogarmos ainda saímos com a boca ressecada pelo sal da sensação que há muito mais por trás do que o Chambers escreveu. E assumo que esse gostinho não é tão agradável, porém nos instiga a ir atrás de saber mais.



(Continua...Não sei quando... Mas continua... ) 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Caminhos da Floresta – Colcha de retalhos

Caminhos da Floresta – Colcha de retalhos



Errr... Ãhh... Uhnf... Arfff.... Buurrrr.... Ai-ai-ai....
Então, o elenco de peso é o ponto alto do filme. E só!!!!
É um filme baseado no musical de Stephen Sondheim que também confeccionou “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” que virou filme nas mãos de Tim Burton. Não conheço o musical original e acabei por ler que houve muitos cortes para fazer esse filme. Cortes que faziam a história interessante. E esses cortes justificaram minha sensação de “colcha de retalhos mal feita”. Afinal um filme da Disney não poderia ter cenas com conotações sexuais, ou adultério ou, ou...!!!!! Poha!!!!! É um filme da Disney!!!!  Todas os teóricos da conspiração existentes na internet dizem haver milhões de mensagens subliminares que nos faz adorar o Unhudo por tabela. A Disney que odeia família onde mães morrem de forma horrenda, vide exemplo de Bambi.Que fez a Esmeralda, a cigana que deixa o personagem Frollo, um clérigo, arder de tesão em “O corcunda de Notre Dame”. Realmente não entendi o pudor. Acho que alguma coligação cristã anda palpitando demais nas pesquisas de opiniões por lá.
Então o filme sofreu com cortes. E fica evidente, pois ele se arrasta e alguns momentos ficam um tanto imperceptíveis a real intenção do roteirista. Se estende tentando fazer uma história permeada de vários contos de fadas. E todos cantam o tempo todo, ou quase. Quando a obra é bem executada isso não é problema. Mas neste é. Tem músicas sofríveis. E a voz da Chapeuzinho Vermelho/Lilla Crawford é angustiantemente aguda. No mais, os demais atores se mostram competentes, não virtuosos, nas músicas. João, do pé de feijão, é interpretado pelo talentoso Daniel Huttlestone que fez o garoto de rua Gavroche em “Os Miseráveis”.
Emily Blunt, Anna Kendrik, Chris Pine, Meryl Streep, Johnny Deep entre outros são costurados como retalhos nessa trama um tanto fora dos eixos. Possivelmente pelos cortes realizados, como já disse. Chega uma hora que tudo fica cansativo demais. Sem entregar o final, ele deveria ser antecipado. Percebo que houve uma tentativa de brincar com os clássicos dos contos de fadas que não funcionou muito bem.  Pelo menos nessa adaptação para o cinema. Mesmo os figurinos não são inspiradores. Faltou um toque a mais que o diretor Rob Marshall não conseguiu acertar.
Como disse acima, as interpretações estão boas. Meryl Streep perfeita como sempre, recebeu mais uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante. Emily Blunt dá vigor a sua personagem e Anna Kendrik é uma perfeita “rostinho comum” que dá certo no que faz. Pena que Johnny Deep só chama atenção por ser quem é , suas cenas com a Chapeuzinho vermelho sofreu muito com os cortes, pelo que li por aí.

No fundo é um filme que acaba aborrecendo mais que divertindo. Não recomendaria aos amigos, vá por sua conta e risco.




contato: vinimotta@hotmail.com

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Os Pinguins de Madagascar – O Filme - Eles não tem o que merecem

Os Pinguins de Madagascar – O Filme - Eles não tem o que merecem



                Os pinguins Capitão, Kowalski, Rico e Recruta, ganharam até uma série de desenhos que passava na TV de tão carismáticos que são. Porém o filme que estreou agora nos cinemas não dá o que eles merecem: um bom roteiro.  Parte da tentativa de explicar como eles iniciaram na infância suas estripulias e como conseguiram um arqui-inimigo aterrorizante.
                Talvez o filme funcione bem para criancinhas, bem “inhas”. Mas para adultos, fica um pouco fora de propósito. A Dreamworks não trabalhou bem dessa vez. Quero dizer, tecnicamente está tudo ok, mas a história deixa meio evidente um pequeno “copia/cola de “Meu Malvado Favorito 2”. Não citarei a parte pois seria um spoiler dos grandes. Percebi também que a animação está levemente infantilizada, ou pesadamente. Subjuga os adultos. não é um desenho que adultos se sentirão animados em assistir como outros tantos que já se alastraram pelos cinemas.
                Aqui é colocado em destaque o Recruta que sempre é visto como “o fofinho” e em uma crise de identidade camuflada ele precisa provar que é mais que um mero biquinho lindo. E a isso reúna uma equipe de agentes secretos que tentam salvar os “indefesos” pinguins do inimigo horrível e impiedoso.  Mais uma vez perdi o filme no inglês original. Então não sei como os personagens estão em suas personalidades . Sei que há a voz do atual queridinho Benedict Cumberbatch e do cult John Malkovich. Não tive direito... Enfim... Uma hora assisto em DVD.
                Então, o filme é levemente divertido... Morno, falta um pouco de ousadia e piadinhas de duplo sentido mais instigantes. Meus queridinhos ainda continuam sendo “Operação Big Hero” seguida por “Frozen”. Os Pinguins de Madagascar tem mais brilho e diversão na TV.

                Um “PS”, percebi que quanto menos gosto do filme, menos escrevo.... Preciso fazer análise para resolver isso!!!  SQN!!!!!




vinimotta2012@gmail.com

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Garota Exemplar : "Falta Alma"

Garota Exemplar : "Falta Alma"





         Assisti só agora a esse filme e possivelmente estará na lista do Oscar. Pelo menos já consta na lista do Globo de Ouro desse ano: Diretor, atriz principal e roteiro, se não estiver deixando nada escapar.
         O filme é um suspense baseado no livro de mesmo nome de Gillian Flynn. Com uma premissa interessante tentarei ao máximo não entregar nada que estrague o suspense. Começa com uma premissa bem legal: Nick Dunne/Ben Affleck ao voltar para casa descobre que a esposa, Amy Dunne/Rosamund Pike sumiu, e tudo indica que algo pior possa ter acontecido. Então perceba o meu esforço de não contar nada que entregue a história. Gosto de Ben Affleck, mas ele não tem muita densidade dramática e ao lado da Rosamund Pike ele é levemente tosco. Ela chama atenção desde sua primeira cena no filme. E só relembrando, foi indicada ao Globo de Ouro. Não assisti ainda as outras que estão concorrendo, então não tenho como comparar. Mas sua presença é sim marcante. O filme começa até morno, e o que mais me chamou a atenção o tempo todo foi a casa. Ela não é importante para a trama em si, é fria e antisséptica. E isso me incomodou um pouco. Talvez a precisão do roteiro e do diretor estava representada no imóvel. Tudo cinza e hermeticamente limpo, e impessoal. E esse é um pouco o tom do filme. Tecnicamente perfeito, mas muito impessoal. O filme é bem inteligente no enredo e falta brilho, ou como alguns mais românticos diriam, falta “alma”. Como disse o diretor é muito competente e dá precisão ao roteiro inteligente e junto com Pike dá o tom necessário ao filme. E mesmo assim falta algo. Tudo frio e antisséptico. E eu corro o risco de falar demais se continuar.

Gostei muito da atuação de Kim Dickens que faz a Detetive Rhonda, me lembrou muito a gravidíssima “Marge Gunderson” de Frances McDormand em Fargo (1996), lógico que sem a gravidez e sem o prêmio recebido pela atuação. Outras presenças interessantes são de Carrie Coon, um tanto desconhecida, com atuações relevantes no teatro, que faz a irmã gêmea de Nick Dunne “Margo”, e Missi Pyle, que faz uma asquerosa versão feminina e americana de uma mistura do Marcelo Rezende e do Datena. No mais o filme é o que disse: inteligente, bem executado, frio e antisséptico. 




vinimotta2012@gmail.com