Para quem não é muito fã de filmes de terror, eu tenho assistido a vários ultimamente. Há apenas uns dois meses vi Telefone Preto 1 e nem me toquei de que o segundo sairia agora, em 2025. Foi ótimo, porque o intervalo entre um e outro foi curto — a história ainda estava fresca na memória.
Talvez eu entregue um pouco de spoiler (ou muito) do primeiro, mas o enredo se resume em um assassino em série que ataca meninos de 12 a 16 anos, abusando deles de todas as formas possíveis antes de matá-los. Quando Finney, interpretado pelo ótimo Mason Thames, é sequestrado — logo após o desaparecimento de seu melhor amigo —, sua irmã, Gwen (Madeleine McGraw, tão boa quanto o colega de cena), que tem visões e sonhos com os garotos mortos, tenta a todo custo encontrar o irmão.
Enquanto isso, Finney vive uma experiência sobrenatural: através de um telefone preto instalado em seu cativeiro — mas com o fio cortado pelo sequestrador —, começa a receber ligações dos espíritos dos outros garotos que também estiveram presos e sucumbiram. Eles o ajudam a escapar e a se vingar do agressor. Esse é o spoiler inevitável para compreender o segundo filme.
A história é bem amarrada e representa um terror sobrenatural com final feliz — para os irmãos, não para o sequestrador, interpretado magistralmente por Ethan Hawke, que está simplesmente repulsivo no papel.
Tudo estaria bem se Finney não tentasse reprimir o que viveu, anestesiando a vida com raiva e maconha. Assim começa o segundo filme, sobre o qual tentarei não dar spoilers. Aqui, os dois estão mais velhos, mas a adolescência não facilita as coisas. Gwen continua tendo sonhos estranhos e não sabe como lidar com eles — seja por ignorar qualquer religiosidade ou espiritualidade, já que vive em um ambiente totalmente laico, seja por estar em uma época em que o acesso à informação era limitado.
Resumindo: ela, o irmão e um possível interesse amoroso acabam indo a um acampamento cristão, onde, aparentemente, o antigo algoz de Finney começou suas atrocidades. É lá que o mistério se instala, com uma clara homenagem a A Hora do Pesadelo: o vilão retorna, agora invadindo os sonhos da garota como Freddy Krueger.
O universo de Telefone Preto já era sobrenatural; contudo, antes eram as vítimas que entravam em contato com os vivos. Agora é o vilão — que, sabe-se lá como, conseguiu sair dos infernos — quem vem ao mundo dos vivos se achando no direito de se vingar dos que o mandaram para lá. É muito desaforo na cara desencarnada dele.
Curiosamente, ele apresenta uma explicação sobre o inferno que me lembrou um conto que li anos atrás, no qual a pessoa revive seus pecados de forma tão intensa e repetida que perde a humanidade, restando apenas o mal. Redenção e perdão, ali, não existe, pois são privilégios católicos...
Confesso que fiquei mais tenso com a neve que assola o acampamento e causa uma sensação claustrofóbica deixando todos presos no local. Isso torna tudo mais intenso, e o próprio cenário se transforma em uma espécie de personagem, já que muito do que acontece depende dele.
Retomando a ideia inicial: embora eu não seja grande fã do gênero, gostei bastante de Telefone Preto 1 e 2. E não é aquele tipo de filme que você termina de assistir e sente que uns cinco encostos ficaram com você até conseguir defumar a casa. É um terror old school, feito para entreter — não para te arrastar por um portal sombrio que drene sua energia vital em nome de alguma entidade cinematográfica. É de boa. Acho que é por isso que tenho gostado menos dos filmes de terror recentes: todos andam sugando nossas energias para seus idealizadores prosperarem...
Tá bom, eu sei que estou viajando; o filme realmente vale o tempo diante da tela — e os irmãos da trama mandam muito bem.
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