A DC errou muito com Zack Snyder que adora exclusivamente “farmar aura” em personagens “fodões”. Na época que assisti não percebi isso, mas todos os sinais estavam. Em “Watchman” de 2009, como não tive acesso a obra original antes e não tinha comparativo, até achei o filme bacana, com aquela superexaltação da figura mítica do herói, e a obra original, uma HQ, mostrava justamente o contrário, era uma critíca contundente aos heróis convencionais e o possível horror que eles poderiam causar no mundo. E para quem não sabe o que é “farmar aura” é o “construir uma imagem desejável, admirável através de postura, aparência, roupas” em outras palavras aquilo que macho hetero top acha que é importante para impressionar uma mulher, mas no fundo é só casca externa onde ele externaliza sua insegurança, frustração e seu homoerotismo em ralação a outro homem sem ser julgado como homossexual, o que é uma besteira, mas sociedade machista admirar outro homem é inadmissível, o que só reforça justamente o contrário.
Como o assunto não é o Snyder, vamos para o James Gunn. Este por sua vez conseguiu chegar no ponto exato da imagem do Superman. Os baba-ovos de “farmadores de aura” estão incorformados que o ator fetiche deles, símbolo máximo de virilidade que faz todos eles sentirem vontade de usar calcinha só para os elásticos arrebentarem, Henry Cavill, não interpretou o personagem mais uma vez. Parecem todos um bando de Perpétuas amarguradas de perder o grande amor da vida dela e guardar numa caixa o que mais lhe causava saudades... O “farmar aura” é a caixa misteriosa da Perpétua com o membro empalhado do falecido. E obviamente não fazia sentido usar o mesmo ator se era necessário refazer o universo todo que o Snyder não deu conta. E com isso mais que justo o David Corenswet assumir o posto: tem a virilidade necessária e a doçura nerd de um bom moço do interior do Kansas, se é que podemos dizer que com essa onda assustadora de absursos que os EUA têm nos contemplado exista “bons moços” no interior desse país. Vamos acreditar que sim. E uma surpresa boa que vi foi a Lois Lane interpretada pela Rachel Brosnahan que eu simplesmente não tinha reconhecido, ela faz a protagonista de uma série que gosto muito “A maravilhosa Sra, Maisel”. E não é só os principais que estão bem, todos os coadjuvantes estão em seus momentos bem colocados e dando o tom certo aos personagens atribuidos a eles. São vários, do Lanterna Verde do Natan Fillion, passando pelo Jimmy Olsen “garoto piranho” feito pelo Skyler Gisondo e indo para a Eve Teschmacher de Sara Sampaio não há quem não brilhe em seu momento. Alguns falam da falta de grandes lutas do Superman, contudo há inúmeros momentos interessantes. E o que mais chama atenção é a necessidade quase maníaca do Homem de Aço em salvar o máximo de vida possível. Era algo que faltava na franquia do Snyder. Em contrapartida temos o Lex do Nicholas Hoult que transborda inveja do único que ele não poderá nunca superar, por mais inteligente que se ache. É realmente absurda a interpretação da inveja transformada em ódio por uma pessoa. Por mais que o Gene Hackman, em 1978, tenha feito um ótimo trabalho, e o Jesse Eisenberg tenha sido quase obliterado do filme de 2017, aqui neste filme ele toma a proporção megalomaníaca de um bilionário corrompido por seu maior defeito: a inveja. Aqui não tenho como não lembrar do personagem de Shakespeare mais ardiloso e astuto em minha opinião que é o Iago de “Otelo, o mouro de Veneza”. Se em “Otelo” Iago desfere todo seu fel verde de possuir tudo o que foi dado ao ‘mouro’ do qual se acha o real merecedor e desencadeia uma sucessão de artimanhas para o incriminar e envenenar seu relacionamento com Desdêmona, Luthor faz o mesmo, sem Desdêmona, Luthor, usa a opinião pública para tentar seu intuito.
Se na internet os viúvos de Cavill, assim como a Perpétua, choram o falecido e entram em brigas acirradas dizendo que esse Superman é fraco, que não luta que é bonzinho demais o que mais me impressionou foi a crítica no subtexto. Lex é um bilionário que não poupa esforços para se beneficiar, mente, manipula, usa sua empresa para ter lucro e fabricar armas para oferecer ao governo, cria seu inimigo, manipula as redes sociais e a opinião pública, usa a política com ferramente de interesse, prende todos que julga ser inimigos, escolhe seu inimigo por ele ser um “imigrante e refugiado” de outro planeta, cria situações perigoras para usar como contina de fumaça para atintir o seus objetivos... Se isso não é uma retratação nua e crua da realidade na metáfora de uma História em Quadrinho transposta na tela não sei o que mais pode ser.
Eu tive mistos de sentimentos, surpresa, satisfação, me diverti e me alarmei pela crítica social pontual. E é isso que estava faltando em várias produções. Superman é um filme de herói que voltou ao seu espírito de entretenimento puro e, pode ter desagradado aos que amam um macho bonitão e viril “farmando aura” o tempo todo, mas ganha em simpatia e leveza. E em falando em leveza, eu só assiti o filme por causa do Krypto. Sério, não estava pondo fé nesse filme e quando vi os primeiros trailers eu senti que precisava assistir. Por resgatar o Krypto merecia minha olhada e me surpreendi. O Supercão é sensacional e compõem um elemente muito interessante e crucial na diversão na trama. O filme não se leva a sério e tenta entreter e isso ele faz bem feito. Com “pouca aura” Gunn acerta mais uma vez.
E como a vida não está fácil para ninguém, principalmente para quem quer viver de seus conteúdos, e eu só escrevo e não faço vídeos para Tik Tok ou Intagram (sou todo vergonhoso), mas infelizmente acho que vai ser o jeito reconsiderar... Enfim, quem quiser contribuir com qualquer valor, segue a chave pix, que é meu e-mail, pelo Banco Inter e está no meu nome Vinícius Motta:
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