terça-feira, 12 de agosto de 2025

Um Verão Infernal - Eu odeio filmes Slashers.

 Um Verão Infernal




 

          Para deixar claro o primeiro ponto: eu odeio filmes Slashers. Nunca gostei de ver ninguém estripado, fatiado, moído, triturado ou mesmo liquidificado. Quando criança esses filmes se popularizaram demais e lembro de vários amigos serem fãs deles, até um que estudou comigo desenhava muito o Jeson Voorhess, que é homenageado através do nome de um dos protagonistas no filme. Não gostava do Michel Myers, do Freddy Krueger, o que odiva mais que todos, pois ele não era só um pedófilo, ele se achou no direito de se vingar dos pais de suas vítimas, que o queimaram vivo por ele ter feito coisa pior com as crianças, atrávés dos sobreviventes que ele não conseguiu predar. É muito FdP. Felca, “tamo junto”. E para ser justo com os filmes Slashers eu na verdade não gosto muito de quase nenhum filme de terro. Só agora depois de adulto que eu fiz as pazes com vários filmes que não suportava, só não consigo aguentar ainda zombies. Meu trauma cinematográfico de infância, “A volta dos Mortos-vivos 2” juntamente com o clásico “Poltergeist - O Fenômeno”. Com espíritos resolvi o assunto através de entender melhor os “paranauês”.

          Dito isso, vamos para o “Verão Infernal”. Eu tive interesse nele por ter lido em algum lugar que o Finn Wolfhard, o Mike de “Strange Things”, seria o diretor do filme. E para variar, o que me irrita um pouco, a matéria não falava que ele tinha dirigido e roteirizado o filme em parceria com Billy Bryk que participou de tantas produções quanto o próprio Finn. E, eu fiz algo que não gosto muito, mas não me contive dessa vez, que foi dar uma lida em críticas da internet. Encontrei pouca coisa nacional ainda e na gringa não existe consenso. Muitos falam que apesar da obra não ser boa dá margem a se pensar nos futuros projetos dos dois. Ou seja, tem potencial para melhorar, vamos ficar de olho neles.

          Como disse acima, eu não sou nem um pouco fã desse tipo de filme mas me forcei a assistir depois de um longo e exaustivo dia de aborrecimentos burocráticos e uma certa incapacidade de atendimento assertivo de pessoas prestadoras de serviço. Imagina o ódio que eu estava. E justamente pensei “Vou assistir um filme com muito sangue e dilacerações para expurgar esse entimento assassino que está me corroendo!”, afinal uma das funções que mais admiro na arte, seja qual for o tipo, é a função catártica, onde através da arte, conseguimos liberar alguma emoção que esteja reprimida ou mesmo só circunstancial. E por mais que eu ame essa função, ela não tem aparecido há um tempo. Por vários fatores pessoais eu não ando desligando fácil do mundo para ficar imerso na história do filme. Há muito tempo isso não acontecia,o último que realmente lembro foi “Comer, rezar e amar” (2010) e com “Deadpool & Wolverine”, recentemente. E “Verão Infernal” eu consegui mergulhar de cabeça na história. Uma das críticas do povo lá fora foi que não mostrava muito as mortes de forma explícita e foi isso que me acalmpou. Não gosto de sentir aflição ao ver um filme com uma fratura ou um corte milimetricamente filmado em toda sua extensão. É um tanto doentio isso, os EUA que o digam, a sociopatia come solta lá. Outro ponto positivo foi o teor cômico da produção. E não achei que fosse um humor forçado mas decorrente das presepadas que só um adolescente consegue se colocar.

          


         E o filme conta justamente com personagens rasos, que eu aqui até achei bem trabalhados, pelo menos alguns, os principais, e há um jogo de temáticas bem contemporâneas como a garota vegana que tem uma crise e vai comer um hamburger escondida, ou o cara alérgico a amendoim que usa sua condição para militar o quanto é ofensivo alguém comer perto dele uma simples barrinha de cereal, temos a esquisita sensitiva trevosa, temos o casalzinho descolado e bonito, temos o bonitinho que quer provar que é importante e pegar todas as garotas possíveis mas só esquece que é um idiota, o aspirante a ser ator que que é gay e o desconstruído sonho das meninas, que por ironia é bem feioso, o quase adulto que não quer crescer, e a interesseria que escolhe o feioso pois é mais rico. Num Slasher convensional eles todos seriam bem descartáveis e não são, pelo menos nem todos. E vamos nos simpatizando com os que ficam, conforme vão morrendo os menos interessantes. Tem cenas hilárias e aqui destaco o Fred Hechinger (“Thelma” e “The White Lotus - 1ª Temporada) que faz um Jason todo estabanado, ele quer aproveitar ao máximo sua estadia no acampamento de verão, onde tudo ocorre. Contudo ele já está além de uma idade adequada para continuar no local, mas ele tem a fantasia de trabalhar para sempre por lá. E com isso ele puxa para si a responsabilidade de ser o chefe responsável por todos e tudo vira uma palhaçada, no sentido bom, quando por um motivo mais besta ainda todos desconfiam que ele é o assassino. Temos também o próprio Bryk que faz seu personagem Bobby irritantemente humano mas totalmente sem noção. Ele quer ser notado e aceito mais pelo ego enorme que vive sendo ferido do que por ser realmente quem é, nem isso ele sabe.

          Eu ri bastante, coisa que também acontece pouco comigo, e o terror sanguinolento foi na medida certa para meus padrões de sensibilidade. É interessante que o filme estreou no Festival de Toronto em 2023 mas só lançaram ele este ano. Então perceber que o Bryk e o Wolfhard fizeram tudo com pelo menos dois anos a menos deixa o empreendimento mais interessante. Eu com a idade deles não dava conta de ler nem “O Capital” do Marx na faculdade. Não espere um filme fabuloso e inovador, ele flerta com o que já foi exaustivamente feito nos anos de 1980, mas dá uma roupagem bem hodierna e interessante aos adolescentes chatos que só servem para o assassino mascarado empilhar no final do filme. É diversão de fim de tarde, ou no meu caso de um dia chato de burocracias e atendimentos irritantes.




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